Unicef recusa contribuição do Behemoth a crianças em situação de vulnerabilidade

Entidade alegou que mensagem da banda não representa os valores que ela prega; grupo busca alternativas

O Behemoth tentou ajudar crianças carentes, mas a Unicef Polônia e o programa Company With Heart rejeitaram abertamente a oferta monetária. A explicação foi enviada em uma resposta por e-mail aos organizadores da loja virtual da banda. De acordo com os representantes, a mensagem da música e a representação visual dos artistas não condizem com os valores das instituições – mesmo que isso acarrete em deixar pessoas passando por necessidades.

Como explicado pelo Loudwire, tudo começou em julho, quando o grupo colocou à venda ursinhos de pelúcia, garantindo que os lucros seriam revertidos a uma instituição de caridade infantil. O mimo, todo na cor preta, apresenta um X sobre os olhos e a insígnia do Behemoth estampada na barriga com uma etiqueta que diz “100% satânico”. Os primeiros 50 esgotaram quase imediatamente, com outro lote sendo lançado poucas semanas mais tarde.

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Atualizando os fãs sobre a iniciativa, a banda lamentou que a doação tenha sido recusada pelo programa Company With Heart da Unicef Polônia. A loja virtual postou uma captura de tela e a tradução do e-mail de resposta, que afirma:

“Muito obrigado pelo seu interesse na nossa organização e pela sua vontade de aderir ao programa Company With Heart. De acordo com o regulamento, cada entidade candidata à participação está sujeita à verificação quanto aos riscos potenciais relacionados ao estabelecimento da cooperação. Infelizmente, gostaríamos de informar que, devido à natureza das mensagens que acompanham os produtos que vocês vendem, não podemos qualificá-lo para participar deste programa específico.”

A webstore respondeu:

“Que vergonha, @unicef @unicefpolska. Estamos totalmente sem palavras. Vocês REALMENTE querem ajudar as crianças? Felizmente, existem algumas outras fundações que aceitarão o dinheiro. Legiões, vocês podem sugerir alguma?”

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Em uma postagem de vídeo no Instagram, mostrando manchetes de notícias relacionadas à rejeição da doação, o vocalista e guitarrista Nergal agradeceu a caridade dos fãs, garantindo a todos que o dinheiro ainda será destinado a uma instituição e que os detalhes serão publicados assim que isso acontecer

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Enquanto isso, o baixista Orion comentou no post da loja virtual que anunciava a notícia da rejeição, chamando a Unicef de “patética”.

Sobre o Behemoth

Fundado em 1991, o Behemoth é uma das bandas mais bem-sucedidas das últimas décadas na cena metálica extrema. Na mesma proporção do sucesso, estão as polêmicas em que o frontman Nergal se envolve por conta de sua postura crítica às religiões organizadas – o que só se agrava pelo fato de a Polônia, terra natal do grupo, ser um país onde a igreja católica possui forte influência política e social.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

13 COMENTÁRIOS

  1. Será que a unicef vai recusar doações de grupos evangélicos que pregam racismo, misoginia, uso de armas, tortura e proselitismo religioso?

    • É fácil criticar a UNICEF quando vc não tem responsabilidade nenhuma perante a opinião publica mundial. É fácil se solidarizar com a indignação e vaidade de popstar que ficou zangadinho por sentir rejeitado. O que adiantaria ganhar milhões de dólares desse grupo é perder bilhões de outros doadores que se sentissem incomodados com a mensagem que eles passam? Se a intenção desse grupo é boa e não fosse a “campanha dos ursinhos” só mais uma vontade de aparecer na mídia, eles entenderiam a situação da UNICEF e fariam a sua doação de forma anônima. E quem está falando mal da UNICEF, cujo a obra de atuação continua e antiga no mundo fala por si só, ao contrário de doadores “popstars” esporádicos que acendem faróis e tocam trompetes quando vão fazer sua doação, gritando aos quatro ventos sobre seus “atos de solidariedade “, correndo para as mídias sociais fazer sua propaganda personalista e autopatrocinadora. Ao que atacaram em seus comentários a UNICEF para defender seus ídolos só podemos desejar que cresçam, tornem-se adultos e maduros deixando de ter pensamentos de pequenos adolescentes que só enxergam o mundo através de suas bandas favoritas e de seus ídolos que sobem ao pedestal já com data de validade de vencimento.

      • Pura vaidade da webstore. Qualquer pessoa que realmente acreditasse na instituição e tivesse intenção apenas de doar (sem aparecer) utilizaria um terceiro para a doação, sem reclamar. Poderia ser em nome de uma empresa ou pessoa física.

      • Falou tudo!
        Tá muito estranha essa história. 50 vendas? Só 50?? Isso passa de mil dólares? E já querem doar?

        Beeem estranho. Cheira a estrelismo.
        Os vacilões da história parece que foram eles, não a UNICEF.

  2. Acho que essa banda não entendeu o significado de “satânico” e o quanto isso é contraditório para a Unicef, que nao pode e nao deve aceitar qualquer doação, é preciso o mínimo de alinhamento.
    Daqui há pouco algum traficante de drogas que venda esse veneno pra crianças também vai querer doar, ou algum fabricante de armas…
    As pessoas estão perdendo a noção da realidade.
    E cá entre nós, esse papo de “sou contra as religiões então vou posar de satânico malvadão revoltadinho” é muito anacrônico e adolescente.
    Cresçam e aprendam a distinguir nuances sócio políticas. E arrumem uma forma mais madura de expressar suas críticas, até pra que essas críticas alcancem alguém fora da bolha de outros adolescentes revoltadinhos rsss

    • Um comentário inteligente, parabéns.
      A banda tentar promover determinado estilo de vida através desse gesto ultra expositivo de alegada filantropia, não é nada além da velha propaganda política. Não é muito diferente de doar uma camiseta para alguém carente, que esteja estampada com o nome do doador, não se trata somente de ajudar, mas principalmente de ser visto.

      Isso fica muito claro avaliando como esse tipo de matéria chegou ao nosso conhecimento: não só não havia necessidade como foi totalmente imaturo ter publicado a resposta da Unicef, basta selecionar uma entidade alinhada com as visões dos envolvidos (de preferência antes de anunciar a campanha).

    • Cara você é musicalmente analfabeto.
      A questão é ajudar as crianças, se for apontar a hipocrisia de quem doa ou a origem do dinheiro, político nenhum poderia doar, que tem o Dinheito tão sujo quando de um traficante.
      A filosofia de uma banda , não tem nada haver combo propósito da doação.
      Se eles são adolescentes revoltadinhos, você é um bundão, que deve ter sido zoado na escola e se tornou adulto sabichão amargurado.

  3. Deixe as crianças passarem, necessidades e estar em vulnerabilidade. Mais importante né? Patética a Unicef. Tem vários cantores e artistas envolvidos em polêmicas bizarras e eles não rejeitam, pq será?

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