A música do Pink Floyd sobre o medo que Richard Wright tinha da morte

Tecladista teve a ideia inicial da música presente no álbum “The Dark Side of the Moon” (1973), que atingiu outro patamar com participação

Idealizada por Richard Wright para o álbum “The Dark Side of the Moon” (1973), do Pink Floyd, “The Great Gig in the Sky” foi desenvolvida para ser uma espécie de êxtase religioso tendo a morte como tema central. A simbologia sonora lida com o arco natural da vida em um espaço de tempo resumido.

Falando à revista Mojo em 1998 – resgate do Far Out Magazine –, o instrumentista revelou que a inspiração para a obra veio do seu próprio e constante medo de morrer.

“Para mim, uma das maiores pressões de estar na banda era justamente esse medo constante de morrer por causa de todas as viagens que fazíamos em aviões e nas autoestradas na América e na Europa.”

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Pink Floyd e “The Great Gig in the Sky”

“The Great Gig in the Sky” fecha o lado A do álbum “The Dark Side of the Moon”, maior sucesso da carreira do Pink Floyd. A cantora Clare Torry participou das gravações, oferecendo a performance vocal que se tornou a característica mais conhecida da faixa.

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Curiosamente, a maioria das faixas trabalhadas naquele período tinha títulos provisórios. A aqui abordada era conhecida como “A Seção Religiosa” ou “A Mortalidade”. Em 2003, Wright disse à Uncut sobre a contribuição da intérprete:

“Todos gostaram da sequência de acordes. Era uma questão de ‘O que fazemos com isso?’. Decidimos contratar alguém para cantar. Clare Torry entrou e pensou que iríamos dar a ela a linha principal e a letra. Mas dissemos: ‘Basta cantar a melodia.’ Ela estava apavorada, não sabia o que fazer. Falamos para improvisar e o que saiu foi extraordinário, maravilhoso.”

Em relação à associação mórbida, o criador procura ver de outra forma.

“Quando compus, eu não pensei que era apenas sobre a morte. Fosse assim, não acho que teria escrito aquela estrutura de acordes. Fico tão animado quando ouço Clare cantando. Para mim, não é necessariamente a morte. Eu ouço terror, medo e muita emoção, especialmente na parte intermediária, a forma como a voz se mistura com a banda. A maneira como o material foi mixado ajuda.”

Sobre Richard Wright

Richard Wright faleceu em 15 de setembro de 2008, aos 65 anos, em decorrência de um câncer. Exceto por um período na primeira metade dos anos 1980, esteve presente em todas as atividades da banda. Ainda participou de discos solo de dois colegas, Syd Barrett e David Gilmour.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

4 COMENTÁRIOS

  1. Interessante…
    Assim um documentário em q o Roger diz ter falado para Clary:
    “Entre ali (na cabine do estúdio), e cante o desespero.”
    E segundo ele ela o fez, sem acordes, sem partituras, NADA, ela foi lá e fez.
    DEPOIS e SÓ depois criaram o instumental.

    • Eu tenho esse documentário , é sobre a criação do DARK SIDE . Na verdade quem falou pra ela naõ foi o Roger e sim o próprio Richard Wright , já que a canção é dele . E tb é como ja responderam aqui , o instrumental já estava pronto quando ela gravou .

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