A homenagem de Paulo Ricardo a Luiz Schiavon após morte do tecladista do RPM

"Ficam as canções e as lembranças maravilhosas de um dos maiores tecladistas do Brasil, meu parceiro", declarou o vocalista e baixista

Luiz Schiavon, conhecido pelo trabalho como tecladista do RPM, morreu nesta semana, aos 64 anos, após complicações advindas de uma cirurgia – realizada como tratamento de uma doença autoimune. Companheiro de banda do músico por muito tempo, o cantor Paulo Ricardo prestou uma homenagem ao antigo colega nas redes sociais.

Os integrantes eram parceiros de composição no grupo mencionado. “Olhar 43”, “Rádio Pirata” e “Louras Geladas” são apenas algumas das faixas em que dividiram os créditos. 

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Justamente pela colaboração, eles protagonizaram nos últimos anos uma disputa judicial. Em 2021, ficou decidido que o ex-vocalista e baixista da banda deveria pedir autorização do tecladista caso quisesse regravar as músicas que criaram juntos. O processo envolveu ainda os outros integrantes, Fernando Deluqui (guitarra) e Paulo “P.A.” Pagni (baterista, falecido em 2019), e o uso do nome “RPM”. 

Apesar dos conflitos, Paulo relembrou bons momentos ao lado de Luiz pelo Instagram na última quinta-feira (15). Na rede social, postou uma foto com o artista, tirada em 1983, e detalhou o momento em que se conheceram pela primeira vez, em 1979. 

“Conheci Luiz Antônio Schiavon Pereira no verão de 79, num ensaio de um grupo cover de Deep Purple em São Paulo, cujo baterista havia sido indicação minha, meu compadre Lair. Ocorre que no meio do ensaio eles se desentenderam, dividos entre compor ou não em Português. Perguntado, disse que me parecia normal cantar em Português no Brasil, e ali a banda acabou! O tecladista então me perguntou se eu faria uma letra para uma música dele e ali começou uma parceria que, algumas bandas depois, viria a se tornar o RPM.” 

A seguir, explicou por que escolheu a imagem em questão, capturada pelo fotógrafo Rui Mendes.  

“Entre milhões de fotos escolhi esta de 1983, quando ainda éramos um duo nos moldes do Eurythmics, (Sociedade Anônima, o S/A, já em busca da sigla perfeita, ideia que persistiu durante um bom tempo), uma das muitas fotos de Rui Mendes para o livro ‘Revelações por Minuto’, de Marcelo Leite.”

Por último, destacou o talento de Schiavon e comentou como a mãe dele, Edméia, não queria que o filho seguisse carreira na música. Ainda assim, era na presença dela em que os parceiros compunham inicialmente. 

“Nesta época trabalhávamos diariamente no sobrado da casa dos pais de Schia, na rua Cardeal Arcoverde em Pinheiros, no repertório que viria a ser nosso primeiro álbum, ‘Revoluções por Minuto’, sob os olhares de reprovação de sua mãe, que gostaria de vê-lo arquiteto e não gostava nada da má influência daquele moleque que dizia, ‘Dona Edméia, um dia a senhora ainda vai pendurar um disco de ouro na parede da sua sala’! Foram muitos, graças a Deus! Ficam as canções, as lembranças maravilhosas de um dos maiores tecladistas do Brasil, meu parceiro, e os meus sentimentos aos fãs, amigos e familiares.”

Luiz Schiavon e RPM

Nascido em São Paulo no dia 5 de outubro de 1958, Luiz Schiavon foi o compositor melódico da maioria das músicas do RPM. O grupo, completo em sua formação clássica por Paulo Ricardo (voz e baixo), Fernando Deluqui (guitarra) e Paulo “P.A.” Pagni (bateria), tornou-se um fenômeno de popularidade nos anos 80 ao vender milhões de cópias com os álbuns “Revoluções por Minuto” (1985) e “Rádio Pirata Ao Vivo” (1986).

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O quarteto se separou por duas vezes ainda na década de 80: rompeu em 1987, desfrutando do auge do sucesso, para voltar novamente no mesmo ano, lançar o álbum “Quatro Coiotes” em 1988 e acabar em 1989. Um retorno entre 1993 e 1994 para o disco “Paulo Ricardo & RPM” não contou com Schiavon, à época envolvido com projetos de dance music.

Já no século 21, o RPM clássico se reuniu em duas ocasiões: entre 2001 e 2003, gerando o álbum ao vivo “MTV RPM 2002”, e em 2011, o que rendeu o disco “Elektra” (2012). Um trabalho intitulado “Deus ex Machina”, com produção de Lucas Silveira (Fresno), chegou a ser gravado entre 2014 e 2015. No entanto, o projeto foi descartado e Paulo Ricardo voltou a se dedicar à carreira solo, saindo em 2017 e tendo na sequência uma batalha judicial contra os ex-integrantes, em relação ao uso do nome do grupo.

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Desde então, o RPM se manteve ativo com Dioy Pallone nos vocais e baixo e lançou uma série de singles – o mais recente, “Promessas”, saiu na última semana. Com a morte de P.A. Pagni em 2019, Kiko Zara assumiu a bateria. No último ano, Luiz Schiavon esteve ausente das atividades na estrada, sendo substituído por tecladistas como Luis “Gus” Martins, Jo Borges e Tato Andreatta. Chegou a chorar no palco durante a apresentação que marcou seu retorno, em novembro último, na cidade de São Carlos.

Além da banda que o consagrou, Schiavon desenvolveu diversas trilhas sonoras para novelas da TV Globo no período entre 1996 e 2002. Dirigiu ainda a banda do programa “Domingão do Faustão” de 2004 até 2010. Outros de seus trabalhos podem ser conhecidos em seu site oficial.

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Maria Eloisa Barbosa
Maria Eloisa Barbosahttps://igormiranda.com.br/
Maria Eloisa Barbosa é jornalista, 22 anos, formada pela Faculdade Cásper Líbero. Colabora com o site Keeping Track e trabalha como assistente de conteúdo na Rádio Alpha Fm, em São Paulo.

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