O único filme a ter um Oscar revogado em toda a história

Produção teve o prêmio retirado por conta de um simples detalhe descoberto após a entrega

Ganhar um Oscar, independente da categoria, é um enorme orgulho para todos os envolvidos na produção de um filme. Afinal, estamos falando da maior e mais cobiçada premiação da sétima arte. Mas você sabia que um documentário lançado nos anos 1960 teve a infelicidade de ter o prêmio revogado?

A produção em questão se chama “Young Americans”, documentário focado em um coral de jovens. A obra perdeu a estatueta mais desejada do cinema por conta de um detalhe simples descoberto após a cerimônia de premiação – e continua sendo, até hoje, o único a carregar este “título”.

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Abaixo, vamos explicar o que aconteceuexatamente para o documentário ter tido seu Oscar revogado. As informações são da Wikipedia, Farout Magazine e The Los Angeles Times.

Sobre “Young Americans”

O documentário “Young Americans” tem com enredo o coral homônimo que surgiu na Califórnia no início dos anos 1960. O grupo é creditado por ser o primeiro do seu tipo a misturar suas canções com coreografias elaboradas.

A produção é focada no grupo baseado em Los Angeles, que era composto por 36 estudantes de ensino médio e universitários, divididos igualitariamente entre homens e mulheres.

A primeira parte da obra mostra a preparação do grupo para uma turnê durante o outono americano – com a esperança de que possam embarcar para a Europa pouco tempo mais tarde.

Já a segunda metade exibe algumas das apresentações do coral, como as que aconteceram em cidades como Nova York e Boston. Ao mesmo tempo, o documentário também retrata certas dificuldades vividas pelo grupo, como o fato de muitos dos adolescentes não darem muita bola para ordens dos adultos.

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Por que o Oscar de “Young Americans” foi revogado

A produção foi uma das indicadas na categoria Melhor Documentário na 41ª edição do Oscar, realizada em 1969, e conquistou o prêmio, para a alegria de sua produção e do próprio coral.

Para o jornal The Los Angeles Times, Madilyn Grasshoff, esposa do diretor do documentário, Alexander Grasshoff, contou que a felicidade do casal foi tão grande que chegaram a dormir com a estatueta.

“Nós dormimos com o Oscar naquela noite. Foi muito, muito empolgante, meu Deus.”

No entanto, algumas semanas após a cerimônia, Alexander e Madilyn receberam uma ligação de Gregory Peck, presidente da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, a organização responsável pelo Oscar.

Peck afirmou ao casal que o Oscar de “Young Americans” seria revogado por estar, na realidade, inelegível. O motivo? Sua data de estreia nos cinemas.

Após a cerimônia, a Academia descobriu que o documentário foi exibido pela primeira vez nos cinemas em 21 de agosto de 1967. No entanto, as produções indicadas ao Oscar de 1969 deveriam ser, obrigatoriamente, lançadas ao longo de 1968.

Na mesma entrevista para o LA Times, Madilyn Grasshoff comentou sobre a situação inusitada e a decepção de ter perdido o Oscar.

“O que aconteceu é que quiseram fazer uma pré-exibição em uma cidade pequena, acho que na Carolina do Norte. Não sei por que não tentaram contestar, por que não foi uma estreia. Claro, foi uma enorme lamentação.”

Segundo a revista Variety, “Young Americans” foi exibido em Kansas City para arrecadar fundos a um hospital da cidade.

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No final das contas, “Journey Into Self”, que ficou em segundo lugar na votação da categoria de Melhor Documentário, herdou a estatueta de “Young Americans”.  

Situação única serve de alerta

“Young Americans” continua sendo, até hoje, o único filme a ter um Oscar revogado em toda a rica história da premiação quase centenária.

Também para o LA Times, o historiador Robert Osborne lembrou que esta foi uma situação nada comum, mas que também serve de alerta e mostra que a Academia leva todo o processo de entrega do prêmio muito a sério.

“Eu sempre lembro que foi algo bem incomum. Mas também serve de conto cautelar para todo mundo, pois mesmo se você vencer o Oscar, você pode não estar totalmente certo de que irá mantê-lo. É também uma grande indicação de que a Academia não leva estas coisas de forma casual e realmente garante que todas as regras sejam seguidas.”

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Augusto Ikeda
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Formado em jornalismo pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Atua no mercado desde 2013 e já realizou trabalhos como assessor de imprensa, redator, repórter web e analista de marketing. É fã de esportes, tecnologia, música e cultura pop, mas sempre aberto a adquirir qualquer tipo de conhecimento.

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