Entrevista: cantora do Chvrches fala shows no Brasil – solo e com Coldplay – e futuro

Lauren Mayberry destaca que apresentações em estádios como atração de abertura terão público várias vezes maior que população da cidade onde cresceu na Escócia

Lauren Mayberry é uma das pessoas mais francas e abertas do mundo da música. Sempre disposta a discutir temas relacionados a política, gênero e a indústria musical em entrevistas ou nas próprias músicas, a vocalista do Chvrches foi uma das principais razões pela qual o trio escocês – completado por Iain Cook e Martin Doherty – não só despontou no cenário indie, mas manteve sua relevância ao longo de dez anos de carreira.

Às vésperas de abrir com sua banda a turnê gigantesca do Coldplay – com 11 apresentações em estádios no Brasil – e realizar dois shows menores como atração principal em São Paulo e no Rio de Janeiro, a artista conversou com o site. Inicialmente, ela abordou a oportunidade de participar desses eventos com a perspectiva de alguém que já passou pela experiência de tocar nessa escala, mas quer provar algo a mais.

“Nós tivemos uma outra oportunidade além dessa como banda de abertura em estádios, abrindo para o Depeche Mode bem no começo do Chvrches. Mas eu não sei se a gente entendia direito o que seria, então acho que agora temos sorte de estar com dez anos de carreira, e eu acho que somos uma banda ao vivo melhor comparado a quando abrimos pro Depeche.”

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Mesmo assim, no meio dessa confiança, ela reconheceu o impacto de tocar para tanta gente:

“Isso será uma experiência tão diferente de qualquer outro show nosso, e não sei mesmo como pensar, será uma experiência extra-corpórea e fora deste mundo, a ponto de não parecer natural, seja de um jeito bom ou ruim, tocar pra tanta gente. Simplesmente parece doideira pra mim. Por exemplo, terão muito mais pessoas em um desses estádios do que na cidade onde eu cresci. Maluco isso.”

Ela continuou, falando sobre a beleza de assistir música ao vivo:

“Acho que o que me deixa mais emocionada sobre shows agora é ver pessoas assistindo ou sentindo como todos nós passamos por essa experiência juntos. Na maior parte do tempo ouvimos música de fone de ouvido e é uma experiência super pessoal, tem um isolamento nisso, daí você vai para um show e é essa coisa completamente comunal, primal, que me deixa marejada hoje em dia.”

Chvrches, futuro e synthwave

Os shows com o Coldplay acontecem num período importante na trajetória do Chvrches. Recentemente, eles assinaram um novo contrato com os selos Island e EMI. A ocasião foi celebrada com o lançamento do single “Over”, fruto de uma parceria de 2017 entre o grupo e Oscar Holter, produtor sueco responsável desde então por hits como “Blinding Lights” (The Weeknd) e “My Universe” (do próprio Coldplay com o BTS).

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A ascensão de Holter serve de certa maneira para ilustrar o impacto do Chvrches e artistas semelhantes. Quando começaram, os escoceses lideraram junto com o M83 e o Phoenix um movimento alternativo que trazia de volta a sonoridade synthwave dos anos 1980. Hoje em dia, artistas do calibre de The Weeknd dominam as paradas com uma sonoridade parecida.

Ainda assim, Lauren Mayberry vê isso como parte do ciclo natural do pop.

“Acho que isso vem acontecendo num ciclo de anos. Eu sou consciente de ter acontecido algumas vezes desde o começo da banda, então nunca vejo como sendo a gente influenciando uma direção. Acho que essas coisas vem em ondas, sabe? A gente certamente não inventou o conceito de synthwave, nós pegamos de várias outras pessoas, mas o que você vê no contexto alternativo, contracultural, vai eventualmente se infiltrar no mainstream alguns anos depois.”

Apesar de ter sido lançada para comemorar o contrato de gravadora e simbolizar um novo capítulo na história do Chvrches, “Over” infelizmente não quer dizer que tem um quinto álbum da banda a caminho. O single foi para marcar uma ocasião especial, segundo Mayberry:

“No momento não começamos trabalhos no quinto disco. Mas nós sabemos que haverá um quinto disco. Eu só não sei o que será e quando será. Nós normalmente juntamos canções ao longo de meses e anos pra colocar num álbum. Mas quando estávamos falando a respeito, nós pensamos que parecia estranho sentar em cima dessa música por um tempo indeterminado até termos um disco. Nós tínhamos consciência do aniversário de dez anos do primeiro álbum e então por ora essa é uma era em miniatura do Chvrches.”

Uma era em miniatura tocando em estádios.

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Serviço

Coldplay no Brasil, com abertura do Chvrches

  • São Paulo (estádio do Morumbi): 10, 11, 13, 14, 17 e 18 de março
  • Curitiba (estádio Couto Pereira): 21 e 22 de março
  • Rio de Janeiro (estádio Nilton Santos, o Engenhão): 25, 26 e 28 de março

Chvrches solo no Brasil

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Pedro Hollanda
Pedro Hollanda
Pedro Hollanda é jornalista formado pelas Faculdades Integradas Hélio Alonso e cursou Direção Cinematográfica na Escola de Cinema Darcy Ribeiro. Apaixonado por música, já editou blogs de resenhas musicais e contribuiu para sites como Rock'n'Beats e Scream & Yell.

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