A opinião crítica de Roger Waters sobre música do Pink Floyd em apoio à Ucrânia

Artista disse ter considerado “Hey Hey Rise Up” sem conteúdo e ineficiente: “não fiquei surpreso, mas acho muito triste”

O Pink Floyd se reuniu em 2022 para lançar o single “Hey Hey Rise Up” com participação do cantor Andriy Khlyvnyuk, da banda ucraniana Boombox. Toda a renda obtida com a faixa foi destinada ao Fundo Humanitário da Ucrânia, que auxiliava o povo local durante a invasão russa.

Roger Waters, ex-integrante da banda e não envolvido com a música, vem criticando abertamente a Ucrânia nos últimos meses. Em recente conversa com o jornal Berliner Zeitung, ele se disse mais aberto a ouvir o presidente russo Vladimir Putin, figura principal da invasão ao país.

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Diante desse posicionamento, os entrevistadores do veículo Tomasz Kurianowicz e Max Kühlem perguntaram ao artista sua opinião a respeito de “Hey Hey Rise Up”. Waters contou que não ficou chocado com o lançamento da música, mas que sentiu certa chateação pelo ocorrido.

“Eu vi o vídeo da música. Não fiquei surpreso, mas acho muito, muito triste. É muito estranho para mim. Falta humanidade nessa ação, esse tipo de coisa encoraja a continuação da guerra. Pink Floyd é um nome com o qual eu costumava estar associado, foi um grande momento na minha vida, uma coisa importante. Associar esse nome agora a algo assim… A guerra por procuração me deixa triste.”

Na visão do antigo líder do grupo, a faixa não tem conteúdo e não é eficiente ou apaziguadora.

“Eles não fizeram questão de falar: ‘Parem a guerra, parem com as mortes, reúnam nossos líderes para conversar!’ É apenas um movimento sem conteúdo usando a bandeira da Ucrânia. Escrevi em uma de minhas cartas para a adolescente ucraniana Alina: Eu não vou levantar uma bandeira nesse conflito, nem a bandeira ucraniana, nem a bandeira russa, nem a bandeira dos EUA”.

Pink Floyd e “Hey Hey Rise Up”

Conversando com a Rolling Stone, o guitarrista David Gilmour falou sobre como a ideia para “Hey Hey Rise Up” surgiu após ver um vídeo do artista ucraniano Andriy Khlyvnyuk cantando enquanto estava fardado em vigília para ajudar os compatriotas.

“Minha nora, que é ucraniana, me enviou a gravação e eu pensei: ‘uau, isso é fantástico’. Apenas me ocorreu que aqui estamos, com nosso nome e esta plataforma, logo poderíamos usá-la mais. Esse pedaço de canto imediatamente me fez pensar em transformá-lo em algo maior.”

Então, o músico entrou em contato com o baterista Nick Mason, seu colega de mais de meio século. O baixista Guy Pratt e o tecladista Nitin Sawhney completaram a formação. Todo o processo de gravação não durou mais de uma semana.

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Em postagem nas redes sociais no fim de 2022, a banda revelou que arrecadou mais de 450 mil libras (cerca de R$ 2,8 milhões na época) no ano passado com a música. Gilmour e Mason ainda destinaram mais 50 mil libras (aproximadamente R$ 314 mil no período) dos próprios bolsos ao Fundo Humanitário da Ucrânia.

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Maria Eloisa Barbosa
Maria Eloisa Barbosahttps://igormiranda.com.br/
Maria Eloisa Barbosa é jornalista, 22 anos, formada pela Faculdade Cásper Líbero. Colabora com o site Keeping Track e trabalha como assistente de conteúdo na Rádio Alpha Fm, em São Paulo.

1 COMENTÁRIO

  1. Waters é um excelente letrista, e assumo desde já que sou fã do Pink Floyd, ele era o gênio criativo da banda, embora seja um baixista mediano.

    Agora em termos de opinião política, vemos ano a ano que as opções políticas dele são bem contestáveis, sempre alinhado a uma esquerda onde ele só vê virtudes e nenhum defeito.

    Mais uma vez perdeu uma chance de ficar calado, embora a Ucrânia não seja de toda uma inocência, ela é o país invadido, e sobre pretextos ridículos, então não há como apoiar a Rússia nesta situação.

    Seguindo a máxima do rei da Espanha, Juan Carlos, Roger, ” Por que não te calas?”

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