O grande diferencial do Metallica no início de sua carreira, segundo fotógrafo

Para Ross Halfin, imagem quase punk de que eram os caras da banda de garagem ajudou o grupo a criar identificação com os fãs

Quase todo mundo que teve a oportunidade de conhecer o Metallica logo no início de sua trajetória costuma garantir: a banda era realmente diferenciada. O fotógrafo Ross Halfin, que trabalha com os músicos há décadas, faz parte desse time.

Em entrevista à CNN para divulgar o livro “Metallica: The Black Album in Black & White”, Halfin relembrou de uma turnê conjunta feita pelo Metallica em 1988 com bandas mais populares e experientes. Mesmo em um cenário onde ainda era atração de abertura, o grupo de Lars Ulrich (bateria) e James Hetfield (voz e guitarra), completo por Kirk Hammett (guitarra) e na época Jason Newsted (baixo), chamava muita atenção.

“Eles estavam nessa turnê chamada Monsters of Rock em 1988 com Van Halen, Scorpions, Dokken… o Metallica estava bem abaixo (no line-up). Comecei a notar — principalmente no Giants Stadium em Nova York e no LA Coliseum — que depois que a banda tocou, metade do público estava começando a sair. Percebi que eles significam mais do que você imagina.”

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O diferencial do Metallica

Em seguida, o fotógrafo refletiu sobre o grande diferencial do grupo desde os tempos iniciais, quando o saudoso Cliff Burton ainda ocupava a vaga posteriormente assumida por Newsted. Na visão dele, a imagem quase punk da banda em um período repleto de excessos, como foi a década de 1980, os destacava.

“A garotada se identificava muito com eles no sentido de que se pareciam com as crianças da rua. Eles pareciam caras que tocam em uma garagem. Hoje certamente eles não são assim, mas naquele período, do ‘Black Album’, eles eram aqueles garotos cabeludos que apenas tocavam. Esse era o apelo do Metallica: você poderia fazer isso. E os garotos se identificavam com eles nesse sentido.”

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Energia diferente

Ainda hoje, o Metallica – que agora tem Robert Trujillo no baixo, mas segue com os outros três integrantes – traz uma energia diferente em seus shows.

“Eles são uma daquelas bandas que quando você os vê, quer os conheça ou não, fica surpreso com o poder deles. Existem pouquíssimas bandas com esse poder que eles têm. Eles envolvem o público. Quando você entra no show deles, você se torna parte deles. Dá para sentir a eletricidade no ar com eles. Comecei a notar isso no início dos anos 90, mas é muito evidente nos dias de hoje.”

Metallica e Iron Maiden

Em outro momento do bate-papo, Ross Halfin ainda revelou como o seu vínculo inicial com o Iron Maiden lhe rendeu o trabalho com o Metallica.

“Lars queria que eu os fotografasse porque sua banda favorita era o Iron Maiden na época e eu era o fotógrafo da banda. Fiz todas as capas dos álbuns do Iron Maiden. Então comecei a trabalhar com eles. Eles não tinham dinheiro algum.”

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Igor Miranda
Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

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