Ozzy Osbourne chorava o dia todo após morte de Randy Rhoads

A passagem de Bernie Tormé pela banda de Ozzy Osbourne foi breve, mas importante. O guitarrista substituiu Randy Rhoads de imediato após o falecimento do músico, em 1982.

Em entrevista ao Ultimate Classic Rock, Bernie Tormé relatou ter encontrado um cenário “horrível”. “Cheguei em uma quinta-feira e Randy havia falecido no sábado anterior. Não havia passado uma semana. Ninguém falou comigo no dia em que cheguei, exceto Don Airey (tecladista). A atmosfera era terrível, com razão”, afirmou.

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Ozzy Osbourne com Bernie Tormé, em 1982

Bernie Tormé detalhou como cada músico se sentia com relação ao futuro da banda. “Suponho que, em algum nível, Tommy (Aldridge, baterista) e Don (Airey) queriam seguir em frente. Ozzy (Osbourne) não tinha o menor desejo nisto e Rudy (Sarzo, baixista), certamente, também não”, disse.

Ensaios e turnê

Depois de uma audição e três dias de ensaios, Bernie Tormé se colocou na situação. “Mesmo se eu tocasse bem, qualquer pessoa que me olhasse no palco, diria ‘oh, m*rda, não é Randy'”, afirmou.

O primeiro show de Bernie – no 1° de abril de 1982, em Bethlehem, Estados Unidos – foi, segundo ele, “horrível”. “Não estava com meus amplificadores, meus pedais e estava com uma guitarra. Três ou quatro músicas tinham afinações diferentes e eu usei uma guitarra alugada que era muito ruim. Além disso, eu não sabia as músicas. Era difícil ouvir qualquer coisa no palco, com aquele castelo e tudo. Só dava para escutar a caixa da bateria e Ozzy”, afirmou.

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Durante a turnê, Bernie Tormé disse que Ozzy Osbourne chorava o tempo todo. “Saía do palco e o via atrás, chorando sem parar. Nos dias de folga, estava sempre fora de si. Ele não estava disposto a superar. Foi um terror, porque sua carreira ficou na m*rda por anos e ele não teve uma vida depois graças a Randy”, disse.

Boicote?

Apesar do apoio da banda em continuar no posto de guitarrista, Bernie Tormé estava sendo “boicotado”. “Antes do show no Madison Square Garden, não tive passagem de som. Disseram-me, depois, que a gravadora queria colocar Earl Slick como guitarrista. Fiquei p*to. Estou aqui, levando esses shows adiante, você me pede para ficar e depois faz isto?”, disse.

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No fim das contas, Bernie Tormé tocou apenas sete shows e foi substituído por Brad Gillis, também de forma provisória. Eles se conheceram por acidente. “A gravadora americana não queria Brad, mas ele não conseguia agendar uma audição e viajou com a nossa equipe. Em um dia, no café da manhã, o vi com uma guitarra na mesa. Ele sabia todas as músicas e havia visto Randy tocar. ‘Estou aqui porque a gravadora quer que você saia’, ele disse.”

Segundo Bernie, Don Airey era o único que não queria um novo músico. “Eu disse, ‘Don, quero ir para casa e este cara é ótimo, deixe-o fazer um teste’. Já havia dito a Ozzy e Sharon que estava fora, mas ficaria até arrumarem um substituto. Depois, descobri que eles estavam carregando o substituto, mas não o haviam testado”, afirmou, surpreso.

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Igor Miranda
Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

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