Yngwie Malmsteen não esconde a admiração por Eddie Van Halen. Apesar da personalidade geniosa, o guitarrista sueco destaca frequentemente o impacto do saudoso colega de profissão em sua vida, sobretudo com o disco homônimo do Van Halen de 1978. Em suas próprias palavras à Guitar World, “era tão incrível o que Edward fazia que eu não queria copiar”.
Porém, o músico recentemente revelou que suas experiências com o artista falecido em 2020 não foram muito agradáveis. O assunto surgiu durante a revista Classic Rock (via Guitar).
Segundo Malmsteen, o primeiro problema estava no fato de que Eddie gostava de seu trabalho, mas não admitia. Publicamente, o guitarrista do Van Halen alegava que não o conhecia enquanto que, nos bastidores, não parava de ouvir suas músicas, como contou:
“Eu nunca disse uma palavra ruim sobre ele. Nunca direi. Porque eu o achava incrível. Mas eu conhecia um cara que trabalhava no supermercado onde Eddie fazia compras. Esse cara costumava perguntar para ele: ‘ei, o que você acha do Yngwie Malmsteen, o novo garoto sueco?’. E Eddie respondia: ‘não sei quem é’. Enquanto isso, David Lee Roth (vocalista) me disse que Eddie andava com seu rádio, tocando minhas músicas o dia inteiro.”
Isso levou a situação para outro patamar. De acordo com Malmsteen, durante a cerimônia de 1986 do Grammy, Eddie teria até mesmo fugido para não cumprimentá-lo. Posteriormente, ainda pediu para cancelar a participação do Van Halen em um festival porque o colega sueco também estava no lineup.
“Eu estava no Grammy em 1986 [concorrendo na categoria Melhor Performance Instrumental de Rock], vestindo smoking e tudo, e vi o Eddie lá. Fiquei acenando pra ele, tentando chamar a atenção, e ele me viu… e saiu correndo. Literalmente fugiu. Depois, eu estava tocando em um festival nos Países Baixos e o Van Halen era a atração principal. Pensei: ‘ótimo, finalmente vou conhecer o Eddie e mostrar uma das minhas composições clássicas’. Mas aí descobri que eles cancelaram o show. Disseram que o Alex Van Halen tinha quebrado o dedinho ou algo assim. E então ouvi dizer que o promotor recebeu um telefonema do próprio Eddie, que disse: ‘Só pra avisar, se o Yngwie Malmsteen for tocar, eu não toco. E eu nunca vou tocar no mesmo palco que o Yngwie Malmsteen, nem f#dend#’.”
Malmsteen tem uma teoria a respeito do comportamento: Eddie se sentia ameaçado pelo seu sucesso e aclamação. Porém, o guitarrista faz questão de destacar que não havia motivo para tal pensamento, já que a figura do colega era insuperável:
“Ele claramente se sentiu ameaçado. O que é uma loucura pra mim. Você é simplesmente Eddie Van Halen. Ninguém poderia te ameaçar.”
Inclusive, Malmsteen acredita que não há sentido em comparar os trabalhos de ambos. Á Aftershock TV (via Blabbermouth) em 2021, o sueco pontuou:
“Em toda expressão artística, vão ter as pessoas que ditarão tendências. Eddie foi um desses. Eu procurei contribuir também. É a mesma coisa comparar Pablo Picasso e Leonardo Da Vinci. São dois estilos completamente diferentes. Ambos são muito importantes, e continuam sendo muito bons cada um com seu estilo. Esse tipo de comparação não faz sentido.”
Sobre Yngwie Malmsteen
Nascido em Hässelby-Vällingby, Suécia, Lars Johan Yngve Lannerbäck foi o pioneiro do estilo neoclássico, mesclando influências de música erudita ao hard/heavy em seu modo de tocar guitarra. Despontou na cena americana ao se juntar ao Steeler, que também revelou o vocalista Ron Keel.
Depois, participou do Alcatrazz, banda do cantor Graham Bonnet após sua saída do Rainbow. A seguir, partiu para a carreira solo que o consagrou de vez como um dos principais instrumentistas de sua geração. Ainda gravou e excursionou com G3, Generation Axe, Hear ‘N Aid, Tone Norum, Saxon, Derek Sherinian e Human Clay, entre outros.
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