Justiça nega indenização a músicos do Ultraje a Rigor por charges os chamando de “fascistas”

Roger Moreira e Marcos Kleine moveram ação contra o chargista Gilmar Machado Barbosa pedindo R$ 30 mil por danos morais

Dois músicos do Ultraje a Rigor entraram com uma nova ação na Justiça por danos morais. O vocalista e guitarrista Roger Moreira e o também guitarrista Marcos Kleine processaram o chargista Gilmar Machado Barbosa depois que o profissional descreveu o cantor do grupo como “fascista falido” e “lambe botas de genocida”, uma referência ao ex-presidente Jair Bolsonaro, em três tirinhas diferentes. 

Conforme o jornal O Globo, Roger alegou que as charges compartilhadas pelo cartunista nas redes sociais o criticando eram “ofensivas e caluniosas”. Por isso, ele e o colega de trabalho queriam uma indenização de R$ 30 mil. 

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A publicação de um dos desenhos aconteceu depois de uma confusão com a rádio Kiss FM no último mês de junho. Por meio do X/Twitter, o locutor Marco Antonio Abreu, conhecido como Titio, chamou a banda de “fascista”, o que gerou grande repercussão à época. Já outra, o definindo como “racista”, envolveu postagem feita pelo vocalista em maio do ano passado.

Porém, o pedido de indenização não foi aceito. Andrea de Abreu, responsável por analisar o caso, concluiu que as obras “permaneceram na esfera da crítica”, “sem abusar do direito da liberdade de expressão”. Em seu entendimento, as manifestações prestaram apoio ao locutor mencionado, refletiram aspectos da sociedade e colocaram o vocalista apenas como um “correligionário fervoroso”, sem qualquer tipo de ofensa.

Por isso, os músicos não receberão o valor requerido. Ainda serão obrigados a pagar custas processuais e R$ 4,5 mil pelos honorários de sucumbência — ou seja, deverão arcar com os honorários do advogado da parte vencedora. A decisão cabe recurso.

Processo contra youtuber

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Esse não foi a única ação na Justiça movida pelo Ultraje a Rigor recentemente. No último mês de setembro, Roger Moreira venceu um processo por danos morais contra o youtuber Cauê Moura, após ter sido chamado em vídeo de “reaça imbecil” pelo influenciador digital e publicitário – que conta com mais de 5 milhões de inscritos em seu canal no YouTube. 

Cauê publicou no último mês de junho um episódio do podcast Desce a Letra Show chamado “O racismo é um Ultraje”. O registro encontra-se fora do ar atualmente. De acordo com Rogério Gentile, colunista do Uol, o influencer descreveu o artista em questão como “escória”“lambe-botas de milico” e “facho”, uma abreviação para “fascista”.

Por isso, segundo Gentile, a Justiça determinou que deverá pagar uma indenização de R$ 10 mil ao artista. Também precisará destinar outros R$ 10 mil ao guitarrista Marcos Kleine, que diz ter se sentido ofendido pelo título da postagem. 

Conforme a apuração, a juíza Rebeca Teixeira determinou que o influenciador digital “extrapolou os limites da liberdade de expressão” ao categorizar os músicos como “apoiadores de regimes autoritários e antidemocráticos”. Responsável por representar a banda, o advogado Paulo Orlando Junior afirmou:  

“Os integrantes do Ultraje a Rigor nunca esconderam suas convicções políticas, motivo pelo qual sofrem corriqueiramente ofensas em suas redes sociais. É evidente que jamais tiveram qualquer envolvimento com movimentos ou atos fascistas.”

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Maria Eloisa Barbosa
Maria Eloisa Barbosahttps://igormiranda.com.br/
Maria Eloisa Barbosa é jornalista, 22 anos, formada pela Faculdade Cásper Líbero. Colabora com o site Keeping Track e trabalha como assistente de conteúdo na Rádio Alpha Fm, em São Paulo.

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