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Joe Bonamassa e Eric Gales celebram a guitarra com shows eletrizantes no Rio

Expoentes do blues contemporâneo iniciaram edição carioca do Best of Blues and Rock, que continua nesta sexta (21) antes de ir para SP, Curitiba e BH

A primeira noite do festival Best of Blues and Rock, no Rio de Janeiro, trouxe dois dos maiores expoentes do blues contemporâneo: Joe Bonamassa e Eric Gales. Cada um à sua maneira, carregam a bandeira do blues, conquistando audiências ao redor do globo. Não foi diferente em terras cariocas, primeira das quatro cidades pelas quais o evento passará — com São Paulo, Curitiba e Belo Horizonte na sequência.

O público no Vivo Rio, de faixa etária bem elevada, os ovacionou repetidas vezes, ao longo de suas respectivas apresentações. Muitas vezes de pé, uma vez que a configuração adotada pela casa foi com mesas e não pista livre.

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Foto: Paty Sigiliano @paty_sigilianophotos

Eric Gales

Com mais de 30 anos de uma carreira iniciada bem cedo — lançou seu primeiro álbum aos 16 —, o canhoto de Memphis Eric Gales distribuiu não só licks e solos de guitarra como, também, muita simpatia. Tentou falar um “ducar@lho” e falhou. Ajudado por membros mais animados (por whisky?) da plateia, acabou acertando. Também acertou na ótima versão instrumental de “Smokestack Lightning”, de Howlin’ Wolf, que abriu o show.

Quando quis saber se o público — majoritariamente branco e, como citado anteriormente, mais velho — conhecia Blues, mandou “You Don’t Know The Blues”, do ótimo “Crown”, álbum lançado em 2022 e produzido por Joe Bonamassa e Josh Smith. O blues mais funkeado contagiou, com direito a uma referência a “Miss You”, dos Rolling Stones.

Foto: Paty Sigiliano @paty_sigilianophotos

A influência de Jimi Hendrix é vista (canhoto que usa as cordas ao contrário, com a Mi grave embaixo) e ouvida (como em “Steep Climb”), mas não vem em forma caricata ou de mera cópia. Gales veste a carapuça e a usa em seu benefício. Seu blues é moderno e mesclado com generosas doses de funk, R&B, rock e até hip hop. Portanto, não se trata de uma engessada versão do que Muddy Waters, John Lee Hooker ou Albert King ensinaram. Ele aprendeu sua lição em mais de 20 álbuns lançados, sejam projetos com outros artistas ou solo.

O já citado último disco serviu de base para sua aproximadamente uma hora de show, onde os longos e nada enfadonhos solos abriram espaço para brincadeira: com a guitarra criou um instrumental fazendo a linha do berimbau de uma roda capoeira. Conquistou a todos pela destreza, animação e simpatia.

Foto: Paty Sigiliano @paty_sigilianophotos

No meio da apresentação, diminuiu a velocidade e falou sério, apresentando uma de suas melhores composições: “Too Close to the Fire”. A letra versa sobre algumas experiências pessoais que o fizeram chegar, ahm, perto demais do fogo. Como ser um homem preto em uma sociedade racista, com o medo sempre à espreita ao ser parado por policiais, apenas pela cor da sua pele (lembrem de George Floyd e tantos outros mortos nas mãos da força do Estado). Na parte musical, é algo como se Hendrix tivesse composto com David Gilmour (Pink Floyd) e o resultado saísse uma mistura de “Little Wing” com “Comfortably Numb”. Difícil de conceber? Nem tanto. E, claro, com direito a solo final pra lá de catártico e emocionante.

Se a referência é Jimi Hendrix, não poderia faltar uma música dele. Sua versão de “Voodoo Child (Slight Return)” injeta funk e citações de “Fur Elise” (Beethoven), “Kashmir” (Led Zeppelin) e “Back in Black” (AC/DC). Colocou ponto final na apresentação de forma magistral e os aplausos vieram, mais uma vez, de pé.

Foto: Paty Sigiliano @paty_sigilianophotos

Joe Bonamassa

Joe Bonamassa não dorme. Raro é o ano que não tenha, pelo menos, dois lançamentos com envolvimento do guitarrista nova-iorquino. Seja na carreira solo — com álbuns solo de estúdio ou ao vivo — ou com projetos, é incansável em seu trabalho. O ano está na metade e ele já disponibilizou um disco solo ao vivo (“Live at the Hollywood Bowl with Orchestra”) e outro com o Black Country Communion (“V”). Fora as turnês. De fato, é quem mais trabalha no blues.

Foto: Paty Sigiliano @paty_sigilianophotos

Depois de 11 anos afastado dos palcos brasileiros (“sempre que posto algo em minhas redes sociais, alguém comenta: ‘venha para o Brasil, venha para o Rio de Janeiro’”, ele brincou), Joe volta com seu cabelo impecavelmente pra trás, indefectíveis óculos escuros e o blazer bem cortado. Como não poderia deixar de ser, trouxe uma banda afiadíssima composta por Josh Smith (guitarra, também produtor), Calvin Turner (baixo), Lemar Carter (bateria), Reese Wynans (órgão e teclados, ex-Double Trouble e “a living f#ckin’ legend”, como Bonamassa o apresentou), Jade MacRae e Danielle De Andrea (ambas backing vocals).

Se não tem o mesmo carisma de Gales, sua expertise na guitarra o coloca como um dos maiores do instrumento. Sua influência reside mais em guitarristas europeus — Eric Clapton, Jeff Beck, Paul Kossoff, Peter Green, Gary Moore e Rory Gallagher — e menos em Jimi Hendrix. Seja em suas composições ou em reinterpretações, seu trabalho nas seis cordas é sempre um destaque. Muitas vezes de forma um tanto exagerada. Nos últimos anos, ao menos em estúdio, ele tem domado seu virtuosismo, como o fez no ótimo “Blues Deluxe Vol. 2” (2023), onde faz regravações de blues, soul e rhythm and blues pouco conhecidos, além da autoral, “Hope You Realize It”. É com essa que abre o show.

O virtuosismo pode estar sob controle em estúdio, entretanto, ao vivo a coisa muda de figura. Todas as músicas são estendidas para abarcarem estendidos solos. Mas há espaço suficiente para que os holofotes recaiam sobre a banda. “24 Hour Blues” é uma das que contam com longo solo de órgão, de Wynans. Só para, em seguida, trazer um cortante solo do chefe.

Foto: Paty Sigiliano @paty_sigilianophotos

Conhecido como um dos maiores colecionadores de guitarra da atualidade, Joe até que foi econômico e usou apenas uma Les Paul, uma Stratocaster e uma Telecaster. Para o público, pouco parecia importar o modelo que empunhava, porém o indefectível timbre da Strato em “Love Ain’t a Love Song” arrepia e o traz mais para perto do blues tradicional. Josh Smith aproveitou o espaço e encaixou um comedido solo.

Ao começar sua carreira discográfica, em 2000, ainda não era um cantor que fazia diferença, chegando a ser apenas correto. Em seus mais de 20 anos diante do microfone principal, desenvolveu uma excelente voz e desfila interpretações como a da floydiana “Self Inflicted Wounds” (“Redemption”, 2018). Seu encerramento mostra uma emocionante performance de Jade ao lado de Danielle.

Foto: Paty Sigiliano @paty_sigilianophotos

Em contraste, a animada versão para “I Want to Shout About It”, de Ronnie Earl and the Broadcasters, dá vontade de dançar. Depois de uma lenta versão para “Double Trouble” (composição de Harriett Melka e gravada pela primeira vez, em 1941, por Big Bill Bronzy), Eric Gales é chamado para dividir as guitarras em “I Feel Like Breakin’ Up Someone’s Home Tonight” (originalmente registrada por Ann Peebles, em 1971, e regravada por Albert King, em 1972).

Ao surgir no palco, Gales é saudado com um sonoro “ducar@lho”. A simpatia em pessoa rouba a cena. A troca de solos entre ele, Bonamassa e Josh foi o ponto alto de uma noite dedicada à guitarra. E ainda teve, para encerrar, cover do clássico “Just Got Paid” (ZZ Top), que só não foi melhor por conta de um solo insosso de bateria no meio.

Foto: Paty Sigiliano @paty_sigilianophotos

Bonamassa e Gales são duas faces da moeda do blues moderno: mestres de seus instrumentos e da linguagem do gênero. Há vários outros ainda empunhando guitarras e utilizando a base do blues para manter o gênero vivo e pulsante. Muitos ainda estão presos em um tradicionalismo que estrangula uma possível renovação do público. Já os dois entendem que é necessário celebrar o passado, mas com olhos no futuro. E fazem isso como ninguém. Ponto para o festival por apostar em visões particulares e complementares.

*Mais fotos ao fim da página.

Foto: Paty Sigiliano @paty_sigilianophotos

Joe Bonamassa — ao vivo no Best of Blues and Rock Rio de Janeiro

  • Local: Vivo Rio
  • Data: 20 de junho de 2024
  • Produção: Dançar Marketing

Repertório:

  1. Hope You Realize It (Goodbye Again)
  2. 24 Hour Blues (original de Bobby “Blue” Bland)
  3. Well, I Done Got Over It (original de Guitar Slim)
  4. Love Ain’t a Love Song
  5. Self Inflicted Wounds
  6. I Want to Shout About It (original de Ronnie Earl and the Broadcasters)
  7. Double Trouble (original de Big Bill Broonzy)
  8. I Feel Like Breakin’ Up Someone’s Home Tonight (original de Ann Peebles cover; com Eric Gales)
  9. The Heart That Never Waits
  10. Just Got Paid (original do ZZ Top)

Fotos de Eric Gales:

Foto: Paty Sigiliano @paty_sigilianophotos
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Fotos de Joe Bonamassa:

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Claudio Borges
Claudio Borges
Jornalista, DJ, Produtor, Apresentador, Editor e o que mais ele encontrar pelo caminho da música. Descobriu Rock em 1982 e só ampliou gosto e conhecimento. Começou a tocar bateria aos 16 anos e guitarra aos 17.

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O público no Vivo Rio, de faixa etária bem elevada, os ovacionou repetidas vezes, ao longo de suas respectivas apresentações. Muitas vezes de pé, uma vez que a configuração adotada pela casa foi com mesas e não pista livre.

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Eric Gales

Com mais de 30 anos de uma carreira iniciada bem cedo — lançou seu primeiro álbum aos 16 —, o canhoto de Memphis Eric Gales distribuiu não só licks e solos de guitarra como, também, muita simpatia. Tentou falar um “ducar@lho” e falhou. Ajudado por membros mais animados (por whisky?) da plateia, acabou acertando. Também acertou na ótima versão instrumental de “Smokestack Lightning”, de Howlin’ Wolf, que abriu o show.

Quando quis saber se o público — majoritariamente branco e, como citado anteriormente, mais velho — conhecia Blues, mandou “You Don’t Know The Blues”, do ótimo “Crown”, álbum lançado em 2022 e produzido por Joe Bonamassa e Josh Smith. O blues mais funkeado contagiou, com direito a uma referência a “Miss You”, dos Rolling Stones.

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A influência de Jimi Hendrix é vista (canhoto que usa as cordas ao contrário, com a Mi grave embaixo) e ouvida (como em “Steep Climb”), mas não vem em forma caricata ou de mera cópia. Gales veste a carapuça e a usa em seu benefício. Seu blues é moderno e mesclado com generosas doses de funk, R&B, rock e até hip hop. Portanto, não se trata de uma engessada versão do que Muddy Waters, John Lee Hooker ou Albert King ensinaram. Ele aprendeu sua lição em mais de 20 álbuns lançados, sejam projetos com outros artistas ou solo.

O já citado último disco serviu de base para sua aproximadamente uma hora de show, onde os longos e nada enfadonhos solos abriram espaço para brincadeira: com a guitarra criou um instrumental fazendo a linha do berimbau de uma roda capoeira. Conquistou a todos pela destreza, animação e simpatia.

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No meio da apresentação, diminuiu a velocidade e falou sério, apresentando uma de suas melhores composições: “Too Close to the Fire”. A letra versa sobre algumas experiências pessoais que o fizeram chegar, ahm, perto demais do fogo. Como ser um homem preto em uma sociedade racista, com o medo sempre à espreita ao ser parado por policiais, apenas pela cor da sua pele (lembrem de George Floyd e tantos outros mortos nas mãos da força do Estado). Na parte musical, é algo como se Hendrix tivesse composto com David Gilmour (Pink Floyd) e o resultado saísse uma mistura de “Little Wing” com “Comfortably Numb”. Difícil de conceber? Nem tanto. E, claro, com direito a solo final pra lá de catártico e emocionante.

Se a referência é Jimi Hendrix, não poderia faltar uma música dele. Sua versão de “Voodoo Child (Slight Return)” injeta funk e citações de “Fur Elise” (Beethoven), “Kashmir” (Led Zeppelin) e “Back in Black” (AC/DC). Colocou ponto final na apresentação de forma magistral e os aplausos vieram, mais uma vez, de pé.

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Joe Bonamassa

Joe Bonamassa não dorme. Raro é o ano que não tenha, pelo menos, dois lançamentos com envolvimento do guitarrista nova-iorquino. Seja na carreira solo — com álbuns solo de estúdio ou ao vivo — ou com projetos, é incansável em seu trabalho. O ano está na metade e ele já disponibilizou um disco solo ao vivo (“Live at the Hollywood Bowl with Orchestra”) e outro com o Black Country Communion (“V”). Fora as turnês. De fato, é quem mais trabalha no blues.

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Depois de 11 anos afastado dos palcos brasileiros (“sempre que posto algo em minhas redes sociais, alguém comenta: ‘venha para o Brasil, venha para o Rio de Janeiro’”, ele brincou), Joe volta com seu cabelo impecavelmente pra trás, indefectíveis óculos escuros e o blazer bem cortado. Como não poderia deixar de ser, trouxe uma banda afiadíssima composta por Josh Smith (guitarra, também produtor), Calvin Turner (baixo), Lemar Carter (bateria), Reese Wynans (órgão e teclados, ex-Double Trouble e “a living f#ckin’ legend”, como Bonamassa o apresentou), Jade MacRae e Danielle De Andrea (ambas backing vocals).

Se não tem o mesmo carisma de Gales, sua expertise na guitarra o coloca como um dos maiores do instrumento. Sua influência reside mais em guitarristas europeus — Eric Clapton, Jeff Beck, Paul Kossoff, Peter Green, Gary Moore e Rory Gallagher — e menos em Jimi Hendrix. Seja em suas composições ou em reinterpretações, seu trabalho nas seis cordas é sempre um destaque. Muitas vezes de forma um tanto exagerada. Nos últimos anos, ao menos em estúdio, ele tem domado seu virtuosismo, como o fez no ótimo “Blues Deluxe Vol. 2” (2023), onde faz regravações de blues, soul e rhythm and blues pouco conhecidos, além da autoral, “Hope You Realize It”. É com essa que abre o show.

O virtuosismo pode estar sob controle em estúdio, entretanto, ao vivo a coisa muda de figura. Todas as músicas são estendidas para abarcarem estendidos solos. Mas há espaço suficiente para que os holofotes recaiam sobre a banda. “24 Hour Blues” é uma das que contam com longo solo de órgão, de Wynans. Só para, em seguida, trazer um cortante solo do chefe.

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Conhecido como um dos maiores colecionadores de guitarra da atualidade, Joe até que foi econômico e usou apenas uma Les Paul, uma Stratocaster e uma Telecaster. Para o público, pouco parecia importar o modelo que empunhava, porém o indefectível timbre da Strato em “Love Ain’t a Love Song” arrepia e o traz mais para perto do blues tradicional. Josh Smith aproveitou o espaço e encaixou um comedido solo.

Ao começar sua carreira discográfica, em 2000, ainda não era um cantor que fazia diferença, chegando a ser apenas correto. Em seus mais de 20 anos diante do microfone principal, desenvolveu uma excelente voz e desfila interpretações como a da floydiana “Self Inflicted Wounds” (“Redemption”, 2018). Seu encerramento mostra uma emocionante performance de Jade ao lado de Danielle.

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Em contraste, a animada versão para “I Want to Shout About It”, de Ronnie Earl and the Broadcasters, dá vontade de dançar. Depois de uma lenta versão para “Double Trouble” (composição de Harriett Melka e gravada pela primeira vez, em 1941, por Big Bill Bronzy), Eric Gales é chamado para dividir as guitarras em “I Feel Like Breakin’ Up Someone’s Home Tonight” (originalmente registrada por Ann Peebles, em 1971, e regravada por Albert King, em 1972).

Ao surgir no palco, Gales é saudado com um sonoro “ducar@lho”. A simpatia em pessoa rouba a cena. A troca de solos entre ele, Bonamassa e Josh foi o ponto alto de uma noite dedicada à guitarra. E ainda teve, para encerrar, cover do clássico “Just Got Paid” (ZZ Top), que só não foi melhor por conta de um solo insosso de bateria no meio.

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Bonamassa e Gales são duas faces da moeda do blues moderno: mestres de seus instrumentos e da linguagem do gênero. Há vários outros ainda empunhando guitarras e utilizando a base do blues para manter o gênero vivo e pulsante. Muitos ainda estão presos em um tradicionalismo que estrangula uma possível renovação do público. Já os dois entendem que é necessário celebrar o passado, mas com olhos no futuro. E fazem isso como ninguém. Ponto para o festival por apostar em visões particulares e complementares.

*Mais fotos ao fim da página.

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Joe Bonamassa — ao vivo no Best of Blues and Rock Rio de Janeiro

  • Local: Vivo Rio
  • Data: 20 de junho de 2024
  • Produção: Dançar Marketing

Repertório:

  1. Hope You Realize It (Goodbye Again)
  2. 24 Hour Blues (original de Bobby “Blue” Bland)
  3. Well, I Done Got Over It (original de Guitar Slim)
  4. Love Ain’t a Love Song
  5. Self Inflicted Wounds
  6. I Want to Shout About It (original de Ronnie Earl and the Broadcasters)
  7. Double Trouble (original de Big Bill Broonzy)
  8. I Feel Like Breakin’ Up Someone’s Home Tonight (original de Ann Peebles cover; com Eric Gales)
  9. The Heart That Never Waits
  10. Just Got Paid (original do ZZ Top)

Fotos de Eric Gales:

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Fotos de Joe Bonamassa:

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