...

Viper celebra “Evolution” e membros falecidos no Bangers Open Air

Sem deixar as homenagens de lado, grupo mostrou ter condições de carregar o legado sem parecer apenas uma banda-tributo

No dia 2 de setembro de 2024, quando o Viper foi anunciado no elenco do Bangers Open Air 2025, a ideia inicial era fazer um show celebrando o disco “Evolution” (1992). Com a morte no fim do mesmo mês de Pit Passarell, membro fundador, baixista e principal compositor, a apresentação do lendário grupo brasileiro de metal, no sábado (3), poderia ter tido apenas um clima de homenagem póstuma. Felizmente, não foi o caso.

O primeiro show do Sun Stage no festival em 2025 — já que o palco não foi utilizado na sexta-feira (2) de aquecimento — manteve o plano de celebrar o álbum que marcou a estreia de Passarell como vocalista principal do Viper. Ao final de uma hora, a apresentação pareceu consolidar a continuidade da banda com o posto do fundador ocupado por Dani Matos, irmão do ex-vocalista e também falecido Andre Matos.

- Advertisement -

Fotos de: Gustavo Diakov / @xchicanox

Não que tenham faltado homenagens aos membros que se foram. Os versos iniciais da música “Evolution” foram executados apenas no sistema de som, pré-gravada com os vocais de Pit. Provavelmente a mera exibição de seu videoclipe no telão atrás do palco teria levado muitos dos presentes às lágrimas.

No restante, “Rebel Maniac” foi dedicada ao baixista, assim como “The Spreading Soul”, a balada acústica de “Evolution”, foi oferecida a Andre Matos e executada em sua versão que vai aos poucos ganhando acompanhamento elétrico até terminar num ritmo mais rápido e pesado.

Não ter apostado unicamente nesse tom de tributo aos membros falecidos acabou sendo melhor para mostrar que ainda há vida para o Viper. Prova disso esteve na reação empolgada do público às duas faixas de seu disco mais recente, “Timeless” (2023).

A faixa-título se beneficiou de pegar os ânimos exaltados por abrir o show e, apesar da longa duração e o som das duas guitarras bastante embolado, não deixou a peteca cair. “Under the Sun” não veio em boa hora, penúltima música do set depois da parte dedicada a “Evolution”, e, ainda assim, manteve o público participativo.

No restante da hora na qual o Viper ficou no palco, o repertório temperou com três músicas de “Theatre of Fate” (1989) a celebração a “Evolution”, que teve oito de suas dez faixas autorais tocadas — duas delas, “Wasted” e “The Shelter”, como um medley antes de “Dead Light” — e boa performance de Leandro Caçoilo na reprodução dos vocais bem característicos de Pit Passarell.

Para encerrar a apresentação sob um sol ardido da hora do almoço, Felipe Machado, único membro original remanescente, começou os acordes de “Living for the Night” para ouvir seus versos iniciais cantados em uníssono pelo público, que chegou a abrir rodas em sua parte rápida.

É difícil prever a longevidade do Viper sem Pit Passarell, até porque nos quase trinta anos desde que o grupo quase enterrou sua carreira com “Tem Pra Todo Mundo” (1996), “Timeless” foi apenas seu segundo disco de inéditas lançado. A bola está com Felipe Machado e o baterista Guilherme Martin, membro, entre idas e vindas, desde 1989. O show do Bangers Open Air, pelo menos, mostrou que há condições de carregar um legado tão importante no metal nacional com dignidade.

**Este conteúdo faz parte da cobertura Bangers Open Air 2025 — clique para conferir outras resenhas com fotos e vídeos.

Repertório — Viper no Bangers Open Air 2025

  1. Timeless
  2. Prelude to Oblivion
  3. A Cry from the Edge
  4. Coming From the Inside
  5. Dance of Madness
  6. Wasted / The Shelter
  7. Dead Light
  8. Rebel Maniac (dedicada a Pit Passarel)
  9. Evolution (parte inicial pré-gravada)
  10. The Spreading Soul (dedicada a Andre Matos)
  11. Under the Sun
  12. Living for the Night

Clique para seguir IgorMiranda.com.br no: Instagram | Bluesky | Twitter | TikTok | Facebook | YouTube | Threads.

ESCOLHAS DO EDITOR
InícioResenhasResenhas de showsViper celebra “Evolution” e membros falecidos no Bangers Open Air
Thiago Zuma
Thiago Zuma
Formado em Direito na PUC-SP e Jornalismo na Faculdade Cásper Líbero, Thiago Zuma, 43, abandonou a vida de profissional liberal e a faculdade de História na USP para entrar no serviço público, mas nunca largou o heavy metal desde 1991, viajando o mundo para ver suas bandas favoritas, novas ou velhas, e ocasionalmente colaborando com sites de música.

DEIXE UMA RESPOSTA (comentários ofensivos não serão aprovados)

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui


Últimas notícias

Curiosidades