Em 1992, um grande show prestou homenagem a Freddie Mercury, falecido no ano anterior. Diversos artistas convidados se apresentaram no estádio de Wembley, na Inglaterra, não apenas com suas bandas, mas também com os membros do Queen.
O evento foi transmitido para o mundo inteiro e gerou algumas performances históricas. Todavia, um dos grupos convidados teve um pequeno atrito com um dos organizadores.
O Extreme foi a única banda a tocar músicas do Queen em seu set individual. Segundo o guitarrista Nuno Bettencourt, em entrevista para Kylie Olsson (via Guitar World), Brian May não gostou nada do fato do grupo ter planejado um medley com canções de seu grupo.
Nuno contou:
“Quando contamos para Brian, foi a primeira e última vez que discuti com ele. Ele ficou bravo por não tocarmos músicas nossas, mas do Queen. Ele ficou tipo: ‘eu quero que vocês celebrem com todas essas bandas aqui’. Ele foi tão inflexível sobre não fazermos isso. Dizia: ‘por favor, toquem as suas’ – sendo que nós não íamos tocar nem ‘More Than Words’ (hit do Extreme).”
Em publicação nas redes, Bettencourt elaborou um pouco mais:
“Sim, nos metemos em muita encrenca por tocar só músicas do Queen em vez de músicas do Extreme, já que nenhum artista tinha permissão para tocar Queen até as jams com outras estrelas, mais tarde, com os integrantes remanescentes da banda. Mas valeu a pena, porque precisávamos mostrar a todos o impacto que Freddie teve em nós e celebrar a música do Queen que moldou e mudou nossas vidas. E a única maneira de fazer isso era arriscar tocar um medley do Queen pela primeira vez. Não foi muito inteligente… na frente de Queen, David Bowie, Elton John, Guns N’ Roses, Metallica e a imensa quantidade de talento que estava lá nos bastidores… mas sabíamos que essa seria a única maneira.”
No fim das contas, além do medley de canções do Queen, Bettencourt e o vocalista Gary Cherone retornaram ao palco para executar o hit máximo da banda. Brian May parece ter aceitado a decisão e tudo ficou bem, conforme Nuno relembrou a Kylie Olsson:
“Ele finalmente disse: ‘olha, esse é o seu espaço, façam o que quiserem fazer’. Ele não ficou muito feliz com isso, mas nos deu a bênção, nós fomos lá e não nos arrependemos disso. Foi incrível. Era o que os fãs queriam ouvir, eu acredito.”
O setlist do Extreme naquela noite foi:
- Queen Medley
- Mustapha (intro)
- Bohemian Rhapsody (parte rock)
- Keep Yourself Alive
- I Want to Break Free
- Fat Bottomed Girls
- Bycicle Race
- Another One Bites the Dust
- We Will Rock You
- Stone Cold Crazy
- Radio Ga Ga
- Love of My Life
- More Than Words (Nuno Bettencourt e Gary Cherone)
A amizade permanece
Apesar do pequeno conflito sobre o setlist, os membros do Extreme e do Queen mantêm uma grande amizade. Isso fica claro segundo o próprio Nuno Bettencourt, no citado post no Instagram, ao contar como Brian May apresentou a banda ao público durante o tributo a Freddie Mercury:
“Não apenas foi um dos maiores shows dos quais fiz parte em minha vida, mas quando Brian May entrou para nos apresentar e disse: ‘mais do que qualquer grupo no planeta, essa próxima banda sabia sobre o que Freddie e o Queen eram’, normalmente eu teria uma abordagem humilde, mas essa declaração estava 1.000% correta.”
Do lado do Queen, Brian May já colocou Bettencourt em sua lista de guitarristas favoritos em entrevista ao programa “The Howard Stern Show” (via Tone Deaf). Disse o britânico:
“Ouço o Nuno Bettencourt e só consigo sorrir, porque o que ele faz é tão bonito e é muito distante do que eu conseguiria fazer. Isso não me incomoda, porque eu não me sinto dentro de uma competição. Eu simplesmente amo o cara e amo o que ele faz.”
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