Conhecido como o Big 4 do thrash metal, o quarteto formado por Metallica, Megadeth, Slayer e Anthrax representa os maiores pilares do subgênero. Quando não considera seu próprio trabalho com a terceira banda citada, Kerry King tem “de longe” um grupo favorito dentre os mencionados.
Durante entrevista com Gabriel Zorzetto para o Estadão, o guitarrista destacou a admiração pelo Metallica quando perguntado sobre o seu nome preferido do Big 4 — tirando, claro, o Slayer. Ao justificar a resposta, o músico mencionou a proximidade com quase todos os integrantes do quarteto, além de elogiar especificamente os três primeiros discos “Kill ‘Em All” (1983), “Ride the Lightning” (1984) e “Master of Puppets” (1986).
Ele disse:
“Metallica, de longe. Eles fizeram muitos discos que não foram os meus favoritos, e eles sabem disso. Isso gerou brigas ao longo dos anos, mas eu amo esses caras. O Kirk [Hammett] é um grande amigo meu. O [Robert] Trujillo eu conheço desde que ele estava no Suicidal Tendencies. O Lars [Ulrich] também. O James [Hetfield] eu não conheço tão bem assim. Toda vez que estamos perto do James, ele sempre vem dizer ‘oi’, mas é muito reservado. Ele é meio como o Jeff [Hanneman, guitarrista morto em 2013] era na minha banda. Mas para mim, os três primeiros discos deles são f***.”
Em setembro último, Kerry também chegou a enaltecer um dos materiais mais recentes do Metallica, “Hardwired… to Self-Destruct” (2016). Citando as diferenças entre o grupo e os outros membros do Big 4, o artista explicou em bate-papo com Nikki Blakk transcrito pela Ultimate Guitar:
“O Metallica era uma banda mais thrash naquela época. Na verdade, todo mundo era. O Megadeth também era mais thrash. E, obviamente, o Metallica seguiu um caminho muito mais voltado para o pop do que a gente. Mas eles deram a volta por cima. Lançaram alguns discos sensacionais — os últimos, especialmente. Eu até me confundo com os nomes, mas aquele com ‘Spit Out the Bone’… Eu adoro ‘Spit Out the Bone’, é uma música incrível.”
Por outro lado, o músico não é o maior fã do disco homônimo de 1991, conhecido como “Black Album” e, principalmente, dos sucessores — mais especificamente, “Load” (1996), “Reload” (1997) e “St. Anger” (2003), os quais já criticou de maneira direta. Ao mesmo tempo, porém, acredita que o trabalho da capa preta é o maior feito do Metallica. À Metal Hammer, opinou:
“Talvez eu não tenha ficado super empolgado com esse álbum, mas nunca o odiei como muita gente odiou. Até hoje, eu gosto bastante desse disco. Acho que soa como o Metallica, mas não acho que seja o Metallica do thrash […]. E, pra ser sincero, tudo o que veio depois disso, por um bom tempo, é o que realmente me incomoda. Mas o ‘Black Album’? Ainda é pesado. Tem algumas faixas rápidas […]. Eu diria que o ‘Black Album’ é a maior conquista deles. Foi o auge do sucesso da banda. Pode não ser a minha praia, mas é a primeira coisa que vem à mente.”
A suposta rivalidade entre Slayer e Metallica
Em 2021, Brian Slagel, fundador da Metal Blade Records, revelou em entrevista à Metal Hammer que o Metallica cultivava uma rivalidade com o Slayer no passado. Durante o bate-papo, o empresário comentou:
“Metallica e Slayer nunca foram muito próximos. Eles eram competitivos. Eu era amigo de ambas as bandas e um perguntava o que o outro estava fazendo. ‘O que eles estão fazendo? Eles estão compondo? Quem é mais pesado? Quem toca mais rápido?’.
Eles chegaram a tocar juntos em Orange County. Foi realmente no início da carreira do Slayer, provavelmente apenas o segundo ou terceiro show que fizeram. Eu tinha esquecido disso até que alguém colocou um folheto online! Que show para esquecer…”
Na mesma publicação o guitarrista do Slayer, Kerry King, lembrou ter assistido a um show do Metallica ainda com Dave Mustaine. Ele citou o grupo como uma das influências primordiais e negou qualquer embate:
“Gosto de speed metal ou thrash metal – que ainda não tinham esse nome – que é o que eles tocavam, para mim. Curti o som que estavam fazendo. À época eu já estava ligado no Venom. O Slayer é meio que um cruzamento entre Venom, Metallica e Judas Priest. Em vez de serem concorrentes naquele ponto, estávamos todos competindo contra o glam.”
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