Björk acha que ela e Kate Bush seriam levadas mais a sério se fossem homens

Islandesa revela que ficava incomodava quando sua heroína era definida como "louca ou bruxa maluca": "somos artistas"

Kate Bush confundiu o público ao estourar ainda no fim da década de 1970. A cantora chegou a ser rotulada como “excêntrica” por seu trabalho que rompia limites.

Felizmente, ela conseguiu superar a desconfiança inicial e se tornar uma artista de notório legado. Vendeu milhões de cópias de seus álbuns, emplacando todos eles no top 10 da parada britânica — “Never for Ever” (1980) e “Hounds of Love” (1985) chegaram à primeira posição na terra natal da artista. Hoje, é até “descolado” dizer que gosta de Bush.

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A islandesa Björk não só aproveitou essa quebra de paradigmas, como também fez um trabalho ainda menos convencional. Em depoimento resgatado pelo Far Out Magazine, ela definiu a importância da obra da artista inglesa para a sua.

“Kate Bush é uma de minhas heroínas, uma pioneira. Todo mundo diz: ‘Oh, ela é apenas uma cantora. Ela é apenas uma garota’. Mas esquecem todos os outros trabalhos que ela fez. Ela é muito, muito, muito linda.”

Em entrevista ao NME, realizada ano passado, Björk ainda ressaltou o fato de tanto ela quanto sua referência terem sido tratadas como “excêntricas”.

“Sempre fiquei muito ofendido pela frequência com que se descrevia Kate Bush como se ela fosse louca ou uma bruxa maluca. Somos artistas. Escrevi todas as minhas partituras por 20 anos. Não estou me gabando, só estou dizendo isso porque as pessoas ainda querem que eu seja um elfo ingênuo. Se fôssemos rapazes, seríamos levadas mais a sério.”

Kate Bush no Rock and Roll Hall of Fame

Kate Bush foi introduzida ao Rock and Roll Hall of Fame no último mês de novembro. A cerimônia de indução aconteceu no Barclays Center em Nova York, Estados Unidos.

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Também foram homenageados Willie Nelson, Rage Against the Machine, Missy Elliott, Sheryl Crow, George Michael (o mais votado na pesquisa popular) e The Spinners.

Mantendo a tradicional discrição, Bush não foi ao evento. No lugar, publicou uma carta aberta agradecendo pelo tributo.

“Estou completamente impressionada com esta enorme honra – um prêmio que está no coração da indústria musical americana. Muito obrigado a todos que votaram em mim. Nunca imaginei que receberia esse prêmio maravilhoso.

O ano passado foi um período de sucesso surpreendente para minha canção ‘Running Up That Hill’ e tenho certeza de que muitos de vocês que votaram em mim para o RRHOF também impulsionaram essa faixa nas paradas. Obrigado!

Receio não poder comparecer à cerimônia esta noite, mas para mim a verdadeira honra é saber que você sentiu que eu merecia. A RRHOF acolheu-me na tribuna mais extraordinária de talentos avassaladores.

Quando eu era criança, meu herói era Elton John. Eu me dediquei à sua música, ansiava por poder tocar piano como ele e ansiava por compor canções que pudessem emocionar as pessoas da mesma forma que seu trabalho me emocionava.

Aquela garotinha no sudeste de Londres nunca poderia ter sonhado que compartilharia o evento desta noite com Bernie Taupin, parceiro de composição de Elton, um letrista incrível que me inspirou a continuar escrevendo músicas – a continuar tentando. Parabéns Bernie! Parabéns a todos que estão sendo empossados esta noite!

A música está na essência de quem eu sou e, como todos os músicos, estar na jornada de tentar criar algo musicalmente interessante está repleto de sentimentos de dúvida e insegurança.

Tenho apenas um metro e setenta e cinco, mas hoje me sinto um pouco mais alta.

Kate”

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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