À Folha, Black Pantera diz que “metal é muito branco” e revela influências

"Quando era mais novo e comecei a ouvir metal, ficava fuçando nas revistas para ver se encontrava algum músico negro, mas era difícil", relatou o frontman Charles Gama

Surgido em 2014, o Black Pantera é descrito pelos integrantes como uma banda antirracista. Charles Gama (voz e guitarra), Chaene da Gama (voz e baixo) e Rodrigo “Pancho” Augusto (bateria) utilizam suas próprias músicas como uma “arma de defesa”, tal qual explicaram no podcast Amplifica, de Rafael Bittencourt.

Ainda assim, por mais que a questão seja parte fundamental de sua obra, os músicos reconhecem que o meio do qual fazem parte não é marcado por igualdade racial. O assunto surgiu em entrevista ao jornalista André Barcinski para a Folha de S. Paulo

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Durante o do bate-papo, Charles afirmou que o universo do metal é dominado por artistas brancos. Quando mais novo, demorou para que ele encontrasse qualquer referência fora do padrão.

“O metal é muito branco. Quando eu era mais novo e comecei a ouvir heavy metal, ficava fuçando nas revistas para ver se encontrava algum músico negro, mas era difícil. Lembro quando ouvi Living Colour [banda americana formada em 1984] pela primeira vez. Eu pirei no som, mas a capa do disco não tinha foto da banda. Aí, um amigo disse que era uma banda preta. Eu não acreditei, fiquei louco com aquilo.”

Além do Living Colour, com quem dividiu palco no Rock in Rio 2022, o Black Pantera possui outras grandes inspirações. Como citaram ao veículo, Renato Rocha (Legião Urbana), Clemente (Inocentes), Canibal (Devotos) e Derrick Green (Sepultura) figuram entre as mais importantes.

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Agora, a banda quer desempenhar o mesmo papel para os mais jovens, de acordo com Pancho:  

“É muito lindo olhar o público de nossos shows e ver a variedade de gente. Outro dia, em um show nosso, havia uma mãe com um menino preto, os dois coladinhos na grade, e o menino parecia extasiado, foi uma coisa muito bonita de ver.”

Sobre o Black Pantera

Fundado em Uberaba, Minas Gerais, o Black Pantera conta com Charles Gama (voz e guitarra), Chaene da Gama (voz e baixo) e Rodrigo Augusto (bateria) na formação. Até o momento, 3 álbuns completos de estúdio foram lançados. O mais recente, “Ascensão”, saiu em 2022.

Logo a seguir, o grupo se apresentou no Rock in Rio, em conjunto com os pernambucanos do Devotos. O show fez parte da tradicional “noite do metal”, que abriu a mais recente edição do evento.

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Desde setembro o trio vem realizando uma série de shows pelo exterior, com apresentações em Portugal, Irlanda, Inglaterra e Chile. Paralelamente, a agenda nacional segue sendo cumprida.

Neste mês, o Black Pantera disponibilizou o EP “Griô”, com 5 faixas. O trabalho é o primeiro da carreira da banda com material exclusivamente em inglês.

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Maria Eloisa Barbosa
Maria Eloisa Barbosahttps://igormiranda.com.br/
Maria Eloisa Barbosa é jornalista, 22 anos, formada pela Faculdade Cásper Líbero. Colabora com o site Keeping Track e trabalha como assistente de conteúdo na Rádio Alpha Fm, em São Paulo.

4 COMENTÁRIOS

  1. O metal realmente não tem origem preta, porém tem origem universal que é o descontamento da classe operaria perante o mundo pós moderno, tem origem na Inglaterra no final dos anos 60 onde aqueles jovens semperspectiva não se identificavam com o movimento hippie nos USA. Isso não desmerece e nem anula a impirtância do metal na cultura mundial. O identitarismo inssiste nessa narrativa de que tudo tem obrigação de se encaixar na sua demanda.

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