Com forte participação dos fãs, Evanescence entrega show dinâmico no Rio

Público foi cativado por repertório objetivo e performance direta; banda parece saber exatamente o que deve oferecer aos fãs

Com o lançamento de “Fallen” em 2003, o Evanescence se tornou um fenômeno mundial, popularizou o gothic metal e de quebra construiu uma base sólida de fãs passionais. Duas décadas mais tarde, seria compreensível a perda de relevância. Mas essa não é a realidade do grupo liderado pela vocalista Amy Lee. 

Em sua sexta passagem pelo Brasil, o quinteto reuniu no último sábado (21) cerca de 40 mil pessoas em São Paulo, no maior show solo da carreira. Dois dias depois, a turnê de promoção do álbum “The Bitter Truth” (2021) chegou ao Rio de Janeiro e mostrou que o valor da banda vai além do tamanho do público.

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Foto: Paty Sigiliano

Cenário apocalíptico no Rio de Janeiro 

Sem dúvidas, segunda-feira não é o melhor dia para um show — principalmente com o caos instaurado no Rio de Janeiro. Na tarde do dia 23, mais de trinta ônibus foram incendiados após um confronto entre a polícia e a milícia, o que levou à redução das linhas de transporte público; consequentemente, a um trânsito infernal. 

Isso não impediu o público de bater ponto no Qualistage, que já contava com filas desde o início da tarde.

Ego Kill Talent 

No espaço, o clima de expectativa era fora do normal. Com a energia a mil, os fãs aproveitaram o show de abertura do Ego Kill Talent para extravasar a ansiedade. Mesmo sem conhecer o repertório da banda brasileira — que realiza suas primeiras apresentações com Emmily Barreto (Far From Alaska) nos vocais e executa canções novas —, o público interagiu e curtiu o set de trinta minutos.

Foto: Paty Sigiliano

A escolha do EKT como ato de abertura dessa etapa nacional da turnê foi certeira. A performance foi enérgica, pesada e hipnotizante. Impossível deixar de destacar Emmily, que deixou a banda mais dinâmica no palco.

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Foto: Paty Sigiliano

Evanescence

Nos trinta minutos de intervalo, o público ainda conseguiu se manter aquecido. Às 21h57, quando as luzes da casa foram apagadas e “Killing in the Name” (Rage Against the Machine) explodiu nos alto-falantes, os fãs deram uma demonstração do que estava por vir. 

A introdução com “Artifact/The Turn” foi abafada por gritos que ficaram ensurdecedores com a chegada do Evanescence em “Broken Pieces Shine”. A sequência tirada do álbum mais recente do grupo criou o clima certo para a abertura e parecia que os fãs não podiam se superar, até “Going Under” – um dos hits de “Fallen” – entrar em cena. Não é exagero dizer que foi ensurdecedor a ponto de confundir os sentidos (o zumbido no ouvido segue comigo).

Foto: Paty Sigiliano

Normalmente, as músicas mais recentes passam despercebidas do público; com os fãs de Evanescence, porém, o burraco é mais embaixo. A dedicação de cantar junto não distinguia hits de lados B. Durante noventa minutos, o Qualistage foi um mega coral. 

Sobre os outros protagonistas da noite, o Evanescence no palco é um acontecimento. Há anos vejo a afirmação de que os vocais da Amy Lee ao vivo são iguais aos de estúdio, mas não é a mesma coisa. Ver a performance pessoalmente é uma experiência sensorial arrepiante e de cair o queixo.

Foto: Paty Sigiliano

O baterista Will Hunt também é um evento à parte. Não foram raros os momentos em que minha atenção ficou voltada para ele. Além de tornar o som da banda sólido e polido, sua performance por trás do kit é quase uma coreografia. A baixista Emma Anzai, que se juntou à formação em 2022, oferece a cereja do bolo em termos de potência que o grupo necessita.

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Foto: Paty Sigiliano
Foto: Paty Sigiliano

Ainda na primeira parte, “Lithium”, com Amy Lee no piano, foi um dos momentos de maior calmaria do repertório. Mesmo se tratando de uma das canções mais conhecidas, os fãs deram uma reduzida nos gritos para aproveitar o clima que a música cria.

Foto: Paty Sigiliano

O encerramento do show começou a ser indicado pela tão aguardada “My Immortal”, que sempre alcança outros níveis ao vivo. Em seguida, Amy cantou sua composição em português já decorada pelos fãs, que não perderam a oportunidade de cantar junto.

“Bring Me to Life” fechou a apresentação com a sensação de catarse coletiva. Serviu para mostrar por que o Evanescence ainda é tão aclamado.

Não é um show de grandes telões e efeitos visuais. O repertório é polido e bastante objetivo. É como se o Evanescence compreendesse exatamente o que precisa oferecer para atingir seu público e entregar uma grande experiência.

*Fotos de Paty Sigiliano. Mais imagens ao fim da página.

Foto: Paty Sigiliano

Evanescence – ao vivo no Rio de Janeiro

  • Local: Qualistage
  • Data: 23 de outubro de 2023
  • Turnê: The Bitter Truth Tour

Repertório:

  1. Broken Pieces Shine
  2. Made of Stone
  3. Going Under
  4. Take Cover
  5. Lose Control / Part of Me / Never Go Back
  6. Call Me When You’re Sober
  7. Wasted on You
  8. Lithium
  9. Far From Heaven
  10. Imaginary
  11. Better Without You
  12. End of the Dream
  13. Haunted / My Last Breath / Cloud Nine / Everybody’s Fool / Weight of the World / Whisper
  14. Use My Voice
  15. Blind Belief
  16. My Immortal
  17. Bring Me to Life

Ego Kill Talent

Foto: Paty Sigiliano
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Evanescence

Foto: Paty Sigiliano
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Tairine Martins
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Tairine Martins é estudante de jornalismo na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Administra o canal do YouTube Rock N' Roll TV desde abril de 2021. Instagram: @tairine.m

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