Prika Amaral assume vocais da Nervosa; ouça o single “Endless Ambition”

Faixa foi disponibilizada como prévia do próximo álbum da banda, ainda sem título ou data de lançamento confirmados

A Nervosa liberou o single “Endless Ambition” nas plataformas digitais. A faixa é a primeira lançada com a guitarrista e líder Prika Amaral também na função de vocalista, assumida após a saída de Diva Satanica.

Disponibilizada com videoclipe, a música deve estar no próximo álbum do grupo, ainda sem título ou data de lançamento anunciados. Helena Kotina (guitarra), Hel Pyre (baixo) e Michaela Naydenova (bateria) completam a formação, totalmente reformulada em comparação ao disco anterior, “Perpetual Chaos” (2021).

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Em nota, Prika Amaral disse que assumir os vocais foi “um desafio muito grande”.

“Não era algo que planejava e nem esperava, mas depois de uma segunda troca de vocalista, não quero passar por isso novamente. Então, decidi encarar o que muita gente falava desde o começo da Nervosa: que eu deveria ser a vocalista. Como sempre escutei de algumas pessoas que eu não tinha técnica e que a forma como eu cantava prejudicava a garganta, me deixei levar por isso. Depois de estudar técnicas vocais nos últimos meses, descobri que, sim, sempre tive técnica e me senti confortável de encarar essa nova jornada da qual estou gostando muito.”

Assista ao clipe a seguir.

O single está na playlist de lançamentos do site, atualizada semanalmente com as melhores novidades do rock e metal. Siga e dê o play!

A Nervosa retorna aos palcos no início de abril, com uma série de shows pela Europa. Confira o itinerário a seguir.

  • 05.04.2023 SE – Linkoping / Platens Bar
  • 06.04.2023 NO – Oslo / Inferno Metal Fest
  • 07.04.2023 SE – Borlange / Broken Dreams
  • 08.04.2023 SE – Sundsvall / Club Deströyer
  • 11.04.2023 FI – Tampere / Tampereen Yo-Talo Oy
  • 12.04.2023 FI – Helsinki / On The Rocks
  • 20.05.23 BE – Ostend / Huginns Awakening Fest
  • 22.05.23 UK – London / The Underworld
  • 23.05.23 UK – Bradford / Nightrain
  • 24.05.23 UK – Sheffield / Corporation
  • 25.05.23 UK – Wolverhampton / KKs Steel Mill
  • 26.05.23 UK – Manchester / Satans Hollow
  • 27.05.23 UK – Northampton / Manorfest

Mudanças de formação na Nervosa

Desde 2020, quando a vocalista e baixista Fernanda Lira e a baterista Luana Dametto anunciaram suas saídas em conjunto, a Nervosa passou por uma série de mudanças na formação. Além da guitarrista Prika Amaral, única integrante constante, o grupo responsável pelo álbum “Perpetual Chaos” (2021) trouxe Diva Satanica no vocal, Mia Wallace no baixo e Eleni Nota na bateria. A partir daí, o projeto então brasileiro passou a ser multinacional, com integrantes da Espanha (Diva), Itália (Mia) e Grécia (Eleni).

Eleni foi a primeira a sair, em 2022, em função de problemas de saúde que a impedem de fazer longas turnês. Ela foi substituída pela argentina Nanu Villalba, que permaneceu apenas quatro meses e deixou a banda dizendo que um contrato a impedia de falar a verdade sobre a situação.

Por sua vez, Mia Wallace não chegou a sair de fato, mas permaneceu afastada em compromissos na estrada por problemas pessoais, sendo substituída por Helena Kotina – posteriormente confirmada como segunda guitarrista. Em fevereiro último, foi revelado que Mia participaria apenas de algumas apresentações e que Hel Pyre assumiria a função em caráter fixo.

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Um mês antes, Diva Satanica anunciou estar fora da Nervosa devido a “falta de acordo entre ambas as partes em relação ao processo de tomar decisões na banda”. Ela já anunciou um novo projeto, o How We End, que traz músicos como a guitarrista Jen Majura (Evanescence) na formação. Como se soube agora, a função de vocalista agora é acumulada por Prika.

Razões para as saídas

Em recente entrevista ao jornalista Gastão Moreira, Prika Amaral falou sobre as recentes mudanças de formação da Nervosa. Conforme transcrito por IgorMiranda.com.br, a guitarrista refletiu inicialmente sobre a dificuldade de ter reformado a Nervosa após as saídas de Fernanda Lira e Luana Dametto, que juntas formaram a Crypta.

“Eu me vi numa situação onde tive que remontar uma banda durante a pandemia, me conectar com pessoas que eu não tinha conexão nenhuma. Eram todas meninas, que tinham o mesmo sonho em comum. Quando caímos na estrada, descobrimos nossos limites físicos e psicológicos. Eu chamei meninas que não tinham experiências como essa em um nível profissional, em uma tour mais extensa.”

Dos três rompimentos definitivos citados, apenas um ocorreu de forma aparentemente não muito amigável – o de Nanu Villalba. Mesmo assim, nas redes sociais, é comum se deparar com comentários a respeito do que seria uma personalidade difícil por parte de Prika. Durante a entrevista a Gastão, ela demonstrou incômodo com a situação.

“A galera na internet fala muita b#sta sem saber. A saída dela não teve nada de briga. A gente se fala, desejo o melhor para ela e vice-versa. Criaram uma problematização muito grande em torno da troca de lineup, mas é a mesma coisa de trocar de emprego. […] Faz parte da vida. A galera tem que parar de me massacrar na internet.

Falam muito que sou difícil de conviver. Já vi fã da Nervosa dizer que ama a banda, mas me odeia. Todos da banda saindo e a banda ter se renovado duas vezes não significa que eu sou ruim. Tenho meus defeitos, não sou perfeita, mas jogam de forma muito agressiva e com muita certeza de uma coisa que não é. […] Isso contagia outras pessoas.”

A musicista também destacou que não é tarefa fácil encontrar colegas mulheres que queiram trabalhar em uma banda de metal extremo. As poucas que se disponibilizam podem não estar realmente interessadas em seguir com a vida na estrada, junto de seus desafios e percalços.

“Não é fácil ter uma banda de mulher. Automaticamente temos menos opções do que homens. Se eu fosse montar uma banda masculina, eu teria uma infinidade de opções, tanta gente pra escolher. Para mulher é diferente. Temos menos opções. As opções que temos são maravilhosas, mas a questão é até onde cada uma quer sacrificar, até onde cada uma quer ir, cada uma pensa diferente.”

Problemas com autoridade?

Em dado momento da conversa, Gastão Moreira quis saber se talvez as agora ex-colegas de Prika Amaral tinham problemas com sua autoridade, já que ela é a “dona” da banda. A guitarrista nega.

“Dentro da banda eu sempre dei de direitos iguais. Por exemplo, a gente recebe o mesmo. Eu não recebo mais do que elas. Isso é uma banda, é uma sociedade. Sempre pergunto: ‘o que você acha disso’?, sempre tento incluir as meninas, mas também às vezes as pessoas tem um perfil mais do tipo ‘esperar que você peça alguma coisa’ do que realmente contribuir. Temos que entender o perfil de cada um.

Mas estava tudo tranquilo. As pessoas não têm noção do que é a convivência em uma turnê. […] Mas as meninas levaram tudo super bem, se comportaram super bem. Não tivemos problemas dentro da turnê, tipo ‘ah, uma está de mau humor’. Elas realmente levaram tudo de uma forma muito positiva. Era tudo muito novo pra elas.”

Também para Gastão, Prika falou sobre o que levou a saída de Diva Satanica. Embora não tenha sido direta em sua declaração, a guitarrista deu a entender que a vocalista saiu para poder se dedicar a outros projetos.

“A Diva queria se dedicar mais ao projeto que criou, e a Nervosa não tem muito tempo pra isso. Ela conseguiu fazer pouco com a banda dela enquanto estava na Nervosa. Isso também mexe um pouco com ela. Ela quer participar de outros projetos. Mas ela nos ajudou muito devemos agradecer muito a ela por isso.”

De acordo com a guitarrista, a cantora está fora da Nervosa desde setembro de 2022. Porém, ela concordou em participar dos compromissos ainda marcados, o que envolveu uma turnê pela América Latina com shows no Brasil.

“Ela informou que estava fora em setembro, antes da turnê na América Latina. Ela falou que iria cumprir todas as atividades até o final do ano, pois ela sabia que já tínhamos perdido a Eleni e a Mia não poderia ir na turnê, sem vocalista é muito complicado. Então, pedi pelo amor de Deus, pois os fãs da América Latina precisavam vê-la cantando. Então, ela disse que não seria problema, que queria fazer. Foi muito nostálgico, triste ao mesmo tempo, pois sabia que seria a última tour, mas ela foi super legal com a gente.”

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Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

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