Lollapalooza é acusado de ter trabalhadores em situação análoga à escravidão

Festival que acontece neste final de semana já enfrentou acusações semelhantes em edições anteriores

Cinco profissionais que trabalhavam na preparação da edição 2023 do Lollapalooza Brasil foram resgatados em situação análoga à escravidão. A informação é da agência Repórter Brasil, tendo sido repercutida pelo site Uol. Eles se encontravam no Autódromo de Interlagos, em São Paulo, onde o evento ocorre a partir desta sexta-feira (24).

Eles trabalhavam como carregadores de bebidas nas dependências. Disse J.R., um dos resgatados:

“Depois de levar engradados e caixas pra lá e pra cá, a gente ainda era obrigado pela chefia a ficar na tenda de depósito, dormindo em cima de papelão e dos paletes, para vigiar a carga.”

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Os homens ainda prestavam serviços na informalidade, sem qualquer registro, como determina a lei. Rafael Brisque Neiva, auditor fiscal do Trabalho que participou da operação de resgate, feita pela Superintendência Regional do Trabalho no Estado de São Paulo, ligada ao Ministério do Trabalho e Emprego, declarou:

“Com idade entre 22 e 29 anos, eles não tinham dignidade alguma, dormiam dentro de uma tenda de lona aberta e se acomodavam no chão. Não recebiam papel higiênico, colchão, equipamento de proteção, nada.”

A reportagem aponta que os resgatados prestavam serviços para a empresa Yellow Stripe, terceirizada contratada pela Time 4 Fun (T4F), que promove o Lollapalooza no Brasil. Ambas foram notificadas pelas autoridades e serão responsabilizadas diretamente pela situação.

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Elas foram obrigadas a ressarcir as vítimas por salários devidos, verbas rescisórias e horas extras. O valor de R$ 10 mil ainda pode aumentar de acordo com futuras determinações do Ministério do Trabalho.

Responsáveis se manifestam

Em nota enviada à imprensa, a organização do Lollapalooza Brasil declarou ter encerrado a parceria com a Yellow Stripe após o ocorrido. Também ressaltou que mais de 9 mil pessoas trabalham no local do evento e que a prioridade é garantir as devidas condições de trabalho.

Já a Yellow Stripe informou ter cumprido as determinações do Ministério do Trabalho, sendo que os empregados em questão foram devidamente contratados e remunerados.

Histórico do Lollapalooza Brasil

Não é a primeira vez que o Lollapalooza Brasil enfrenta acusações do tipo. Em 2018 e 2019, os promotores foram denunciados por contratar moradores de rua por valores ínfimos para trabalhar na montagem dos palcos. De acordo com registros, eles recebiam R$ 50 e enfrentavam uma jornada de 12 horas diárias de atividades.

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O Lollapalooza tem ingressos que custam até R$ 5,3 mil, valor que garante acesso aos 3 dias, além de atendimento VIP e acomodações luxuosas. A edição do ano passado movimentou mais de R$ 400 milhões, de acordo com a Prefeitura de São Paulo.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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