Ricardo Confessori anuncia nova banda com roqueiros “raiz”: “chega de músicos bluepill”

Baterista não se retratou por episódios que levaram ao fim da banda e disse ter como objetivo "fazer a coisa raiz" no rock: "alfa de verdade"

Ricardo Confessori se manifestou pela primeira vez desde os eventos que levaram ao fim do Shaman. O baterista foi creditado como responsável pelo rompimento da banda em função de discussões com internautas nas redes sociais.

Em uma transmissão ao vivo no YouTube, Confessori disse inicialmente que iria anunciar seus “próximos passos no rock” e descreveu-se como “um roqueiro bem raiz”.

“Comecei a gostar do rock com caras como os do Black Sabbath nos anos 1960, fazendo aquele som pesado. Você olha pros caras e vê que eles eram caras alfa, que não estavam nem aí para nada ou para ninguém. […] É o que chamaríamos hoje de redpill. Não estavam nem aí para nada, tudo que interessava para eles era encher a cara, tocar, groupies.”

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O músico afirma que artistas com tal perfil deixaram de existir.

“Agora o cara tem que pedir para a esposa dele para ensaiar, porque ela acha que ele está passando muito tempo com a galera no ensaio. Tem que pedir um alvará de ensaio e de turnê. Às vezes também, como já aconteceu comigo, (a esposa fala) ‘não gostei dessa banda que você está entrando, as letras não são legais, tem umas letras machistas’.

[…] Eu me refiro aos roqueiros modernos, são o tal do bluepill: faz tudo certinho, tudo com o que a mulher quer dele. Primeiro vem o casamento, o amor da vida dele, depois vem a banda, o rock, tudo… o rock nunca foi isso. O rock veio de caras brutos, às vezes até com um parafuso solto.”

Em seguida, Ricardo se define como um “patriota” e diz morar no Brasil porque não quis sair, visto que residiu anteriormente na Alemanha e não gostou. Ele também declarou que o público brasileiro quer ver “roqueiro de verdade” e que não entrou na música pela técnica.

“Chega de músicos bluepill”

Os comentários antecederam o anúncio de que sua banda solo, chamada Confessori, retornou à ativa. Após prometer material novo do grupo em breve, o baterista disse que seus colegas do projeto atual encaixam-se no perfil descrito no início de sua live.

“Chega de músicos bluepill, caras que tem medinho de falar qualquer coisa, sai correndo, com o rabo entre as pernas por causa de qualquer coisa. A gente é rock, car#lho, entendeu? […] Não toco mais por grana. […] Meu objetivo é fazer a coisa raiz como sempre foi, quando os caras chegavam com garrafa de goró no palco. Atitude. Se você é homem, um alfa de verdade, subir naquela p#rra de palco e fazer o melhor. E não ter compromisso com nada, com religião, isso ou aquilo. Tocar pagode de final de semana, roqueiro que toca um sambinha… aqui não tem essa não. Aqui é rock and roll na veia.”

“Não fica brincando, o rock está na UTI”

Por fim, Confessori pediu que os internautas “não fiquem brincando” e afirmou que suas declarações são sérias.

“Não fica brincando, porque o rock está na UTI, principalmente aqui no Brasil, com esse bando de bluepill. Para quem não sabe o que é o que estou falando, se você viu o filme ‘Matrix’, tem lá o redpill, pílula vermelha, para tomar se quiser as realidades, ouvir as realidades. Vão te desagradar, mas você vai ver. Se você quer o bluepill, você vai ser aquele cara que acredita no que te disserem.

[…] O rock nunca foi aceitar o que te falam como certo. Quem vem falar m#rda pra mim, me ensinar a ser um roqueiro, como devo me comportar. Não sou nada disso. Nunca fui. Quem me conhece, sabe. Quem está no meu perfil, me segue, sabe como eu sou. Mas respeito todas as pessoas, respeito meus fãs, sempre tratei os meus fãs super bem, respondo eles, dou atenção. Muito difícil ver uma pessoa dar atenção como eu dou.”

A transmissão completa pode ser assistida abaixo.

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https://www.youtube.com/watch?v=1jKJT_B1IuQ

Luís Mariutti fala sobre o fim do Shaman

Em recente entrevista a Gastão Moreira, o baixista Luís Mariutti compartilhou o seu lado sobre o fim do Shaman. O instrumentista fez questão de ressaltar que as divergências políticas sempre existiriam, mas que reações de Ricardo Confessori fizeram com que o clima se tornasse insustentável.

“Eu tentei nessa volta, com o Ricardo especificamente, ser o mais correto possível no sentido de não misturar as coisas, porque eu já vi que ele estava com uma cabeça mais radical, com pensamentos completamente diferentes do meu. A gente recebe mensagens de questionamento, de ‘não sei o que, p*rra por ser por você ser petista e o cara Bolsonaro, vocês fizeram isso, que não sei o que’. Não, não foi, não foi isso.

O Ricardo, de alguns anos pra cá, tem postado coisas mais radicais. Muitos fãs vieram pra gente ao longo desse tempo falando ‘Oh velho desculpa aí, mas eu não sigo mais a sua banda cara, porque eu discuti com o cara ali’ não sei o que. A gente vinha relevando e até sendo criticado. ‘Pô, os caras são passa pano’. Algumas mensagens, né? Por política vocês fizeram isso? Não! Foi por preconceito, por coisas preconceituosas.”

A gota d’água veio quando Confessori proferiu uma série de insultos ao responder fãs em uma postagem nas redes sociais. Um dos ofendidos, o veterinário e músico Mateus Ferreira, anunciou que tomará medidas judiciais.

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https://www.facebook.com/guitarrasfeia/posts/716621853161477

De acordo com Luís, a coisa acabou respingando até mesmo em sua família.

“Se ele não se deu o trabalho de pensar, porque ali tem uma frase, por exemplo, de preconceito ao feminismo, né? A minha esposa é uma mulher que vive com os conceitos feministas, que passa conceitos feministas pra nossa filha, conceitos de igualdade e muitas vezes, por ela estar comigo por ela opinar, eu ouço ‘ah que que essa mulher do cara está fazendo?’; ‘Pô essa Yoko Ono’, entendeu cara? ‘Ah a mina do cara quer dar palpite?’. Não, velho, é a mulher que produz eventos, é a mulher que contrata o Ricardo.

Mesmo com todas essas diferenças, ele tocou agora em dezembro no nosso evento. Contratado pela feminista Fernanda. Macho de esquerda é piada pronta, ele comentou. Você não acha que você pode estar ofendendo ali, pessoas que trabalham com você e tudo mais?”

Mariutti ainda revelou que “Rescue”, álbum mais recente do Shaman, representou um fim de ciclo, algo que ele já sentia antes mesmo das últimas desavenças.

“Acabando a gravação eu senti uma sensação de dever cumprido ali, de final de ciclo, sabe? Tanto que, para mim, a turnê foi muito pesada.”

O bate-papo completo pode ser conferido no player abaixo.

Sobre o Shaman

Formado em 2000 por três ex-integrantes do Angra – Luis, Ricardo e o saudoso vocalista Andre Matos – junto do guitarrista Hugo Mariutti e o tecladista Fábio Ribeiro (que também trabalhava com o Angra como músico de apoio), o Shaman gravou dois álbuns de estúdio com sua formação original, que esteve na ativa entre os anos de 2000 e 2006, quando Matos, Ribeiro e os irmãos Mariutti saíram.

Confessori manteve o grupo com uma nova configuração, encerrada em 2013 após outros dois discos de inéditas serem registrados.

Cinco anos depois, em 2018, foi anunciada uma reunião do quinteto original. A iniciativa ficou restrita a shows, visto que em 2019 Andre faleceu em decorrência de um ataque cardíaco. Alírio Netto ocupou a vaga de vocalista e os músicos gravaram o álbum “Rescue”, lançado em 2022.

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Igor Miranda
Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

2 COMENTÁRIOS

  1. Baita dum otário, quase 60 anos nas costas e com revoltinha de adolescente. Mira no macho alfa e acerta numa puta síndrome de Peter Pan.

    Incel do caralho.

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