Myles Kennedy reverencia blues e southern rock em “The Ides of March”; ouça e leia resenha

O novo álbum de Myles Kennedy, vocalista do Alter Bridge e da banda solo de Slash, acaba de ser lançado. “The Ides of March”, segundo trabalho do artista em carreira solo, chega a público por meio da gravadora Napalm Records.

O material presente no disco “The Ides of March” foi criado durante a pandemia do novo coronavírus, conforme aponta um comunicado oficial. Desta vez, o vocalista buscou explorar suas influências do blues e country/southern rock, também usando instrumentos elétricos – o álbum solo anterior, “Year of the Tiger” (2018), foi 100% acústico.

- Advertisement -

Além de Myles no vocal, guitarra e violão, o álbum foi gravado com Zia Uddin na bateria e Tim Tournier no baixo, além de Michael “Elvis” Baskette na produção. O trio também esteve envolvido no disco de 2018.

Ouça a seguir, via Spotify:

O resultado dessa abordagem é um álbum que retrata Myles Kennedy como um músico mais completo, que não só canta, como também toca guitarra e compõe sozinho. No Alter Bridge, o vocalista também assume o instrumento de seis cordas e cria canções, mas sempre junto de Mark Tremonti. Com Slash, o direcionamento é quase todo dado pelo membro do Guns N’ Roses, ainda que Kennedy tenha dito que há abertura para inserir novas referências.

Aqui, ao menos no processo criativo e nas guitarras, Myles está sozinho. Ele, que sempre diz se enxergar mais como guitarrista do que como vocalista, teve a oportunidade de expor sua identidade no instrumento – e conseguiu fazer isso, seja em riffs, solos, arranjos com slide guitar ou harmonias dedilhadas no violão.

Mesmo com tantas influências exploradas, do blues ao country, do hard ao southern rock, há unidade em “The Ides of March”, já que tudo foi feito pelo mesmo cara. Não soa como uma tentativa de atirar para todos os lados, o que é bom.

Em alguns momentos, porém, faltou inspiração – e percebe-se isso logo nas duas primeiras faixas. A abertura “Get Along”, por exemplo, traz uma válida mensagem de preservação ambiental na letra, mas fica na zona de conforto musicalmente. Soa apenas ok.

É o mesmo caso de “A Thousand Words”, que, assim como a anterior, recorre a uma abordagem contemporânea ao hard rock que tornou Myles conhecido. Além de ousadia, careceram de passagens explosivas, especialmente nos refrães, que são caídos. Mesmo caso da óbvia “Wake Me When It’s Over” e da ligeiramente preguiçosa “Worried Mind”.

Por sorte, há mais altos do que baixos (que não são tão “baixos” assim). “In Stride”, que sucede as duas canções de abertura, é um heavy blues ardido que chega a surpreender em seu andamento. A faixa-título em seguida, é uma boa balada de arranjos caprichados.

Além dessas duas, destaco a bluesy “Tell It Like It Is” com sua ótima entrada, a country “Moonshot” e seu capricho nos arranjos de guitarra e a clara referência à Allman Brothers Band em “Sifting Through the Fire”. São, talvez (e não por acaso), as faixas que mais fogem da zona de conforto.

“The Ides of March” está representado em minha playlist de lançamentos, atualizada semanalmente. Siga e dê o play:

Myles Kennedy – “The Ides of March”

1. Get Along
2. A Thousand Words
3. In Stride
4. The Ides Of March
5. Wake Me When It’s Over
6. Love Rain Down
7. Tell It Like It Is
8. Moonshot
9. Wanderlust Begins
10. Sifting Through The Fire
11. Worried Mind

ESCOLHAS DO EDITOR
InícioResenhasMyles Kennedy reverencia blues e southern rock em "The Ides of March";...
Igor Miranda
Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

DEIXE UMA RESPOSTA (comentários ofensivos não serão aprovados)

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Últimas notícias

Curiosidades