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Por que Rock in Rio tem “rock” no nome, segundo Roberto Medina

Nas palavras do empresário e idealizador do festival, a palavra rock representa um "estado de espírito" e não necessariamente o gênero musical

Por mais que o Rock in Rio inclua diferentes gêneros musicais em seu lineup desde a estreia em 1985, o rock parecia, a princípio, um dos maiores protagonistas. Contudo, nos últimos anos, ficou evidente a redução de artistas da música pesada na programação. Ao ponto do público passar a questionar até mesmo o nome do festival. 

Roberto Medina, idealizador do evento e presidente da empresa responsável Rock World, resolveu então explicar a origem da marca para acabar com a confusão. E deixou claro que a palavra rock, ao seu ver, simboliza muito mais do que um estilo musical: é um “estado de espírito”. 

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Conversando com Braulio Lorentz para o g1, o empresário, primeiro, destacou a diversidade do RiR logo nos primórdios. Ele explicou: 

“Sempre procurei diversificar. Tivemos axé, Elba Ramalho… Com a dimensão da música sertaneja, do trap e do funk cada vez mais presentes no streaming e na mídia, é natural que o Rock in Rio, sendo um evento democrático, busque representar esses ritmos. O festival é uma festa, nunca foi um festival só de rock.”

Em seguida, Medina abordou diretamente a questão do nome e revelou que a ideia ao apelidar o festival de Rock in Rio era, na verdade, referenciar o disruptivo: 

“Às vezes, o nome gera um pouquinho de confusão, né? Na época que eu criei, rock não era só um estilo, era um estado de espírito, uma coisa meio disruptiva. Essa conversa de que só tinha rock no festival e não tem mais é uma lenda urbana. Falam que antes era rock e agora não tem mais rock como no início. Não é verdade. Mas isso é bacana, acho que é legal o debate. Isso mostra que as pessoas se importam com o Rock in Rio.”

Anteriormente, o mesmo argumento já havia sido colocado em pauta. À Veja em agosto de 2023, o empresário ressaltou que não queria o festival atrelado a um estilo específico de música para alcançar um grande público:

“Eu não poderia falar com nicho nenhum. Tinha que ser transversal do ponto de vista de idade e faixa etária. Eu tinha que ser transversal também na entrega da música. As tribos tinham que estar ali naquele evento. O Rock in Rio começou com jazz, com Al Jarreau e George Benson, com country music, com James Taylor, com forró, axé, new-wave, heavy metal, pop e rock. Essa era a proposta. O rock era uma bandeira que acolhia os diversos estilos musicais. Sempre foi assim e continua sendo.”

Rock in Rio e o ponto de vista de Roberta Medina

Roberta Medina, filha de Roberto Medina e vice-presidente da Rock World, frequentemente defende a pluralidade do Rock in Rio. Segundo a própria, o rock é questão de “atitude” e não de orientação musical. 

Durante uma entrevista coletiva realizada no ano passado (via Uol), ela ressaltou:

“Rock in Rio nunca foi sobre rock. É só olhar o cartaz da primeira edição. O lineup da primeira edição, em 1985, tinha James Taylor, George Benson, Elba Ramalho, Ney Matogrosso, AC/DC. Rock é atitude. Se a gente tivesse feito para roqueiros, para agradar um estilo musical, não seria um movimento e nunca chegaria a um milhão e meio de pessoas. Nasce para mostrar que é tudo isso junto”

Já em 2011, ao jornal O Globo, Roberta ainda foi além. Na ocasião, definiu o rock como “uma atitude positiva, empreendedora e construtiva”:

“A proposta efetivamente nunca foi ser rock. Tratamos o rock como a atitude do roqueiro, uma atitude positiva, empreendedora e construtiva. O que a gente chama de rock é o espírito rock.”

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Maria Eloisa Barbosa
Maria Eloisa Barbosahttps://igormiranda.com.br/
Maria Eloisa Barbosa é jornalista, 24 anos, formada pela Faculdade Cásper Líbero. Colabora com o site Keeping Track e trabalha como assistente de conteúdo na Rádio Alpha Fm, em São Paulo.

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