Por que Frejat saiu do Barão Vermelho

Após 35 anos de história, vocalista e guitarrista deixou a banda oficialmente em janeiro de 2017 por diferentes motivos

Frejat deixou oficialmente o Barão Vermelho em janeiro de 2017. Após 35 anos de história, o artista, apesar de alegar muito orgulho, resolveu desligar-se do grupo de maneira definitiva. 

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O guitarrista entrou para a banda logo no início em 1981. Com a saída de Cazuza, passou a assumir os vocais em 1985.

Na virada do século, iniciou uma carreira solo e, em meio a hiatos do grupo, tentou conciliar ambas as frentes. Porém, no fim das contas, decidiu seguir sozinho. Rodrigo Suricato ocupa o posto desde então. 

Rodrigo Suricato durante show do Barão Vermelho (foto: Ian Dias @diasphotograph)

Há inúmeros motivos para a sua saída. À época, o próprio atribuiu a partida às diferenças criativas e à quantidade de shows idealizada.

Para o jornal O Globo, explicou:

“Já fiz o que tinha que fazer com o Barão, mas percebi que as pessoas queriam que os shows acontecessem com mais regularidade. E, se eles queriam continuar, não fazia sentido impedi-los. Temos diferenças de visão, mas jamais iria prejudicá-los […]. Agora vou poder dizer que sou um ex-barão. Tenho orgulho enorme de fazer parte da história da banda, estive nela do primeiro momento até agora.”

O cantor reforçou a justificativa durante participação no programa “Encontro com Fátima Bernardes”, acrescentando ainda a “visão diferente em relação ao futuro” dos colegas e descartando a hipótese de brigas. Conforme transcrição do site Metrópoles, disse: 

“Depois de 35 anos, nesse momento, tinha uma visão diferente em relação ao futuro e à continuidade da banda e, justamente, para não atrapalhar o que seria a vontade de todos os outros eu achei melhor sair. Mas continuamos amigos, sem ter briga.”

Frejat durante participação no programa “Faustão na Band” (foto: reprodução / YouTube)

Frejat e o estágio celebratório

Outra questão envolveu a obra do Barão Vermelho. Enquanto Frejat era a favor de abordar os sucessos da banda de maneira celebratória, os outros integrantes pensavam o contrário, como pontuou ao Splash do Uol no ano passado: 

“Acho que o Barão havia chegado em um estágio celebratório da sua obra — o que muitas pessoas podem achar constrangedor, mas eu particularmente me orgulho. Você tem 35 anos de carreira e compôs uma porção de músicas queridas pelas pessoas, então, pode celebrar isso. Mas esse não era o desejo dos outros, a gente realmente estava querendo andar por caminhos diferentes. Foram 35 anos de dedicação à banda, e foi decidido que o meu conceito não era o que os outros queriam. Somos amigos, ontem mesmo foi aniversário de um empresário do Barão, estávamos todos lá, juntos, batendo-papo, alegria total. Mas, dentro do projeto artístico, acho que é definitivo mesmo.”

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Visão dos outros integrantes do Barão Vermelho

Além do mencionado, um dos integrantes destacou outros pontos. Ainda em entrevista ao jornal O Globo, o baterista e membro fundador Guto Goffi contou que Frejat recusou a proposta de realizar uma turnê em comemoração aos 35 anos da banda, o que atuou como um divisor de águas.

“O Roberto falou que não estaria a fim de fazer aquela turnê, que preferia esperar e fazer um show comemorativo dos 40 anos do Barão. Mas isso estava na contramão do que a rapaziada pensava. Cazuza morreu (em 1990), Peninha (percussionista do Barão) morreu (em 2016) , Ezequiel (Neves, jornalista, produtor e guru da banda) morreu (em 2010), mas a vida segue.”

Guto Goffi, baterista do Barão Vermelho (foto: Ian Dias @diasphotograph)

Ao Scream & Yell, Goffi disse acreditar que a carreira solo do vocalista e guitarrista influenciou a decisão.

“O Frejat saiu porque queria seguir com a carreira solo, não ia mais seguir com o Barão. Quando ele me disse, fiquei chateado para caramba, lógico, mas perguntei se a gente podia continuar com o grupo.” 

Curiosamente, em menos de um ano, outra baixa aconteceu. Em novembro de 2017, o baixista Rodrigo Santos, membro desde 1992, também anunciou sua saída do Barão Vermelho por “incompatibilidade de agenda e projetos pessoais” e “para se dedicar integralmente à carreira solo”. Como músico de apoio, Márcio Alencar assumiu o instrumento.

Barão Vermelho atualmente

Atualmente, o quarteto carioca, é composto por dois de seus fundadores: Guto Goffi (bateria) e Maurício Barros (teclados e vocais), além de Fernando Magalhães (guitarra, violão e vocais), desde 1985 no grupo, e Rodrigo Suricato (voz, guitarra e violões).

A banda segue celebrando seus 40 anos de história. Inclusive, será uma das atrações do Palco Sunset no Rock in Rio no dia 15 de setembro. Para a apresentação, prometem um show inédito e músicas novas. Ainda há ingressos disponíveis para a data no site da Ticketmaster

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Maria Eloisa Barbosa
Maria Eloisa Barbosahttps://igormiranda.com.br/
Maria Eloisa Barbosa é jornalista, 22 anos, formada pela Faculdade Cásper Líbero. Colabora com o site Keeping Track e trabalha como assistente de conteúdo na Rádio Alpha Fm, em São Paulo.

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