Art of Anarchy muda, mas peca na falta de imaginação em “Let There Be Anarchy”

Trabalho marca a estreia do multibandas Jeff Scott Soto, terceiro vocalista em três álbuns

O Art of Anarchy lançou seu primeiro álbum em 2015. O trabalho homônimo trouxe Scott Weiland (Stone Temple Pilots, Velvet Revolver) nos vocais. Após o lançamento, o cantor se recusou a promover o disco, o que acabou gerando uma batalha judicial. Como sabemos, o frontman foi encontrado morto no final daquele ano, deixando o litígio sem conclusão.

Dois anos mais tarde, saiu “The Madness” (2017). Desta vez o microfone foi comandado por outro Scott, o Stapp, mais conhecido por sua história à frente do Creed. O quinteto chegou a fazer alguns shows, mas novamente as diferenças acabariam parando nos tribunais, com o vocalista sendo acusado de ter se recusado a cumprir a agenda de divulgação.

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O tempo passou e parecia que mais nada aconteceria. Até que, em 15 de setembro de 2023, foi anunciado o retorno.

Além de Ron “Bumblefoot” Thal (guitarra) e dos irmãos Jon Votta (guitarra) e Vince Votta (bateria), a nova formação contava com Jeff Scott Soto (vocal) acrescentando mais um emprego a seu extenso currículo. Ele também traria o baixista Tony Dickinson do Trans-Siberian Orchestra, substituindo John Moyer, bastante ocupado com o Disturbed.

A maior versatilidade do intérprete em comparação a seus antecessores deixou o público na expectativa para o que aconteceria com a sonoridade. Ao final da audição, a situação se confirma parcialmente. Sim, Soto oferece possibilidades mais amplas às composições, além de uma performance digna de sua história. No entanto, as músicas não exploram tanto esse lado.

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A principal diferença em comparação aos anteriores vem no fato de trazer composições mais trabalhadas, com ênfase no aspecto progressivo – talvez um resquício do que Jeff e Bumblefoot vinham fazendo no há pouco extinto Sons of Apollo. A faixa de abertura, “Die Hard”, é a mais longa do grupo até o momento, com sete minutos e meio. E ela acaba sendo a maior evidência dessa tentativa de oferecer algo que não havia sido feito antes. Assim, se torna um dos grandes momentos do tracklist.

Vale ainda citar o eficiente arranjo de “Echo Your Madness”, melhor momento do play, soando atualizado sem ser forçado e com uma atuação marcante das guitarras. “Bridge of Tomorrow” poderia figurar facilmente na programação de alguma rádio rock menos previsível, enquanto “Rivals” também merece uma escutada mais atenta. De resto, a despeito de todo mundo demonstrar bastante competência nas funções, falta algo que tire o todo do lugar comum.

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Em linhas gerais, o Art of Anarchy consegue oferecer seu melhor trabalho em “Let There Be Anarchy”. Ainda assim, o resultado fica aquém das possibilidades dos nomes mais conhecidos da empreitada.

É o tipo de álbum que vale conferir pelos envolvidos, mas dificilmente irá figurar em listas de melhores do ano. Vamos aguardar para que ao menos eles consigam cumprir um ciclo de divulgação sem intermédio de advogados.

*Ouça “Let There Be Anarchy” a seguir, via Spotify, ou clique aqui para conferir em outras plataformas digitais.

*O álbum está na playlist de lançamentos do site, atualizada semanalmente com as melhores novidades do rock e metal. Siga e dê o play!

Art of Anarchy – “Let There Be Anarchy”

  1. Die Hard
  2. Echo Your Madness
  3. Vilified
  4. Bridge of Tomorrow
  5. Writing on the Wall
  6. Rivals
  7. Blind Man’s Victory
  8. Dying Days
  9. The Good, the Bad and the Insane
  10. Disarray

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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