A homenagem de Lady Gaga a Tony Bennett, dez dias após falecimento

Lendário cantor americano nos deixou no último dia 21 de julho, aos 96 anos, após luta contra o Alzheimer

Dez dias após ter sido confirmado o falecimento de Tony Bennett, Lady Gaga se manifestou por meio das redes sociais. A cantora, que estabeleceu uma parceria com o veterano nos últimos anos, publicou um longo texto em homenagem a ele.

Leia a íntegra a seguir.

“Vou sentir falta do meu amigo para sempre. Vou sentir falta de cantar com ele, gravar com ele, conversar com ele, estar no palco juntos. Com Tony, pude viver minha vida em um túnel do tempo. Tony e eu tínhamos esse poder mágico. Nos transportamos para outra era, modernizamos a música juntos e demos uma nova vida a ela como uma dupla de cantores. Mas não foi algo fingido. Nosso relacionamento era muito real. Claro que ele me ensinou sobre música, sobre a vida no showbiz, mas também me mostrou como manter meu ânimo elevado e minha cabeça no lugar. ‘Em frente’, ele dizia. Ele era otimista, acreditava em trabalho de qualidade e na vida de qualidade. Além disso, havia a gratidão… Tony sempre foi grato. Ele serviu na Segunda Guerra Mundial, marchou com Martin Luther King Jr e cantou jazz com os maiores cantores e músicos do mundo.

Há muito tempo que luto pela perda de Tony. Tivemos um adeus muito longo e poderoso.

Embora houvesse 5 décadas entre nós, ele era meu amigo. Meu verdadeiro amigo. Nossa diferença de idade não importava – na verdade, deu a cada um de nós algo que nenhum de nós tinha com a maioria das pessoas. Viemos de dois estágios totalmente diferentes da vida – inspirador. Perder Tony para o Alzheimer foi doloroso, mas também muito bonito. Uma era de perda de memória é um momento tão sagrado na vida de uma pessoa. Há um sentimento de vulnerabilidade e um desejo de preservar a dignidade. Tudo o que eu queria era que Tony lembrasse o quanto eu o amava e o quanto eu era grata por tê-lo em minha vida. Mas, à medida que isso desaparecia lentamente, eu sabia que, no fundo, ele estava compartilhando comigo o momento mais vulnerável de sua vida – estar disposto a cantar comigo quando sua natureza estava mudando tão profundamente. Eu nunca vou me esquecer esta experiência. Nunca vou me esquecer de Tony Bennett. Se eu pudesse dizer algo ao mundo sobre isso, diria para não menosprezar os mais velhos, não os deixe
para trás quando as coisas mudarem. Não vacile quando se sentir triste, apenas siga em frente, a tristeza faz parte. Cuide dos mais velhos e prometo que aprenderá algo especial. Talvez até mágico. E preste atenção ao silêncio – algumas das trocas mais significativas de meu parceiro musical e eu não tinham nenhuma melodia.

Eu te amo, Tony. Com amor, Lady.”

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A morte de Tony Bennett

Tony Bennett, um dos maiores nomes da música pop tradicional americana, morreu no último dia 21 de julho aos 96 anos de idade – duas semanas antes de seu 97º aniversário. A informação foi confirmada por sua assessoria em nota à imprensa.

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A causa não foi confirmada, mas sabe-se que Bennett havia sido diagnosticado com Alzheimer em 2016. O anúncio de que ele estava com a doença foi feito em 2021, pelo próprio artista, em uma publicação no Twitter. Ele deu mais detalhes sobre sua luta contra a doença em uma entrevista à revista AARP.

Em seu tweet, Tony declarou:

“A vida é uma dádiva – mesmo com Alzheimer. Obrigado a Susan (esposa) e à minha família pelo apoio e à ‘AARP’.”

O artigo da AARP, assinado por John Colapinto, revela que Tony Bennett descobriu estar com a doença justamente em um dos períodos de maior sucesso de sua carreira. O cantor gravou o álbum “Cheek to Cheek” ao lado de Lady Gaga em 2015, saindo em turnê logo em seguida.

A parceria com Gaga voltou a colocar holofotes na trajetória do artista, que está na ativa desde a década de 1940. Tony, inclusive, gravou um segundo álbum com a cantora pop entre 2018 e 2020, “Love for Sale”, disponibilizado em 2021 como seu trabalho final.

Sobre o artista

A carreira musical de Tony Bennett começou de fato na década de 1940, quando ele se apresentava em casas noturnas em Nova Iorque, usando o nome de Joe Bari. Em 1949, Bennett ganhou destaque ao abrir shows da cantora Pearl Bailey. Na ocasião, o ator e comediante Bob Hope o levou para uma turnê. No ano seguinte, assinou com a gravadora Columbia Records, pela qual foi avisado de que não deveria tentar imitar Frank Sinatra, ícone que havia abandonado o selo pouco tempo antes.

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No início dos anos 50, Tony Bennett lançou vários singles bem-sucedidos, incluindo “Because of You” e “Rags to Riches”, além de álbuns como “Tony” (1957), que chegou ao top 15 da parada americana. Manteve destaque na década de 1960, no embalo de “I Left My Heart in San Francisco”, que chegou apenas ao 19º lugar do ranking dos Estados Unidos, mas ficou quase um ano em outras listas.

Apesar dos altos e baixos nas décadas seguintes, Bennett seguiu como um dos grandes nomes do standard pop americano. Envolveu-se ainda com artes visuais, obtendo sucesso como pintor – neste caso, assinando com seu nome real, Anthony Benedetto.

Sobre o Alzheimer

De acordo com o Ministério da Saúde, a Doença de Alzheimer (DA) é um transtorno neurodegenerativo progressivo e fatal que se manifesta pela deterioração cognitiva e da memória, comprometimento progressivo das atividades de vida diária e uma variedade de sintomas neuropsiquiátricos e de alterações comportamentais.

A causa do Alzheimer ainda é desconhecida, mas acredita-se que seja geneticamente determinada. A Doença de Alzheimer é a forma mais comum de demência neurodegenerativa em pessoas de idade, sendo responsável por mais da metade dos casos de demência nessa população.

O primeiro sintoma, e o mais característico, do Alzheimer é a perda de memória recente. Com a progressão da doença, vão aparecendo sintomas mais graves como, a perda de memória remota (ou seja, dos fatos mais antigos), bem como irritabilidade, falhas na linguagem, prejuízo na capacidade de se orientar no espaço e no tempo.

A doença de Alzheimer costuma evoluir para vários estágios de forma lenta e inexorável, ou seja, não há o que possa ser feito para barrar o avanço da doença. A partir do diagnóstico, a sobrevida média das pessoas acometidas por Alzheimer oscila entre 8 e 10 anos.

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Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

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