Por que Kurt Cobain achava que evoluir na guitarra era má ideia

Influenciado pelo punk, líder do Nirvana considerava um desperdício se aprofundar na base musical teórica

A música do Nirvana nunca se notabilizou por uma execução técnica primorosa. Mesmo assim, não dá para dizer que não havia uma capacidade melódica bastante intensa nas criações de Kurt Cobain. Apesar de não ser um virtuoso, o líder da banda que transformou o grunge no grande fenômeno do início da década de 1990 era bastante respeitado pelo que conseguia criar, mesmo não tendo um vocabulário musical tão amplo.

Em uma entrevista em vídeo de 1993, ao jornalista alemão Edgar Klüsener (resgatada e transcrita pela Louder), o vocalista e guitarrista deixou claro que não tinha qualquer interesse em mudar a dinâmica.

“Não tenho nenhum desejo de me tornar um guitarrista melhor. Eu não tenho nenhum propósito de saber como é ser um músico, seja lá o que isso significa. Não sei o nome dos acordes a serem tocados, não sei fazer acordes maiores ou menores no violão. Não consegui nem passar no método Guitar 101. Todo mundo sabe mais do que eu.”

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Porém, Kurt deixava claro que isso não o incomodava. O que o perturbava de verdade era justamente quem estava no espectro oposto.

“Não gosto nada nesse lado de musicalidade, não tenho nenhum respeito por isso, odeio isso. Considero aprender a ler música ou entender a teoria musical um desperdício. Atrapalha a originalidade.”

Cobain finalizou dizendo a Klüsener que suas maiores influências enquanto crescia eram o punk do final dos anos 70 do Reino Unido e o americano do início dos anos 80, dando uma indicação de onde a ideia de que ser um guitarrista habilidoso era um equívoco pode ter vindo.

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A conversa completa, realizada em um píer em Seattle e contando com os três integrantes da formação clássica do Nirvana, pode ser conferida abaixo.

Sobre Kurt Cobain

Kurt Cobain nasceu em Aberdeen, Washington, no dia 20 de fevereiro de 1967. Ficou conhecido mundialmente pelo sucesso meteórico com o Nirvana, banda mais popular od movimento grunge.

Cobain iniciou trajetória na cena musical de Seattle por meio do amigo de colegial Buzz Osbourne, vocalista e guitarrista do Melvins. Aos 18 anos formou a primeira banda da carreira, Fecal Matter que ficou ativa por um curto período.

Em 1987, ao lado de Krist Novoselic, formou o Nirvana. Nos primeiros anos de atividade, o projeto atingiu amplo reconhecimento na região de Seattle com sua sonoridade bastante apoiada pelo punk rock.

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A consagração mundial veio com o seu segundo álbum, “Nevermind” (1991), que se tornou um dos discos mais vendidos de todos os tempos. O material apresentou hits como “Smells Like Teen Spirit”, “In Bloom”, “Come As You Are” e “Lithium”. 

Em paralelo ao sucesso do Nirvana, Cobain enfrentou a depressão e a dependência química. Os problemas foram amplamente explorados pela mídia, assim como o relacionamento problemático com Courtney Love. Em constante conflito com a fama e o vício, Kurt cometeu suicídio no dia 5 de abril de 1994, aos 27 anos.

** No Brasil, o Centro de Valorização da Vida (CVV), associação civil sem fins lucrativos, oferece apoio emocional e prevenção do suicídio, gratuitamente, 24 horas por dia. Qualquer pessoa que queira e precise conversar, pode entrar em contato com o CVV, de forma sigilosa, pelo telefone 188, além de e-mail, chat e Skype, disponíveis no site www.cvv.org.br.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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