Por que Spotify é o maior criminoso do mundo, segundo Dani Filth

Vocalista declarou ter recebido quantia ínfima de todos os streamings gerados pela banda ano passado

O Spotify é o mais popular serviço de streaming do mundo, com 406 milhões de usuários ativos, sendo 180 milhões deles em modalidades pagas. Seus arquivos contam com mais de 100 milhões de músicas e outros registros de áudio.

Mesmo assim, a plataforma ainda gera muitas polêmicas junto aos artistas. A principal queixa se dá por conta da baixa monetização, com cada play em uma obra gerando pequenas frações de centavos que, quando somados, geram um valor irrisório para os padrões de uma indústria que já foi das mais fortes e lucrativas.

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Durante conversa com o canal em vídeo da versão grega da revista Rock Hard (transcrita pelo Blabbermouth), Dani Filth não mediu palavras contra os donos do serviço. O vocalista do Cradle of Filth citou um fato pessoal para exemplificar a situação.

“Acho que 2006 foi o ano em que tudo mudou para os músicos. Tornou-se muito mais difícil com o início da era digital, das plataformas de streaming que não pagam a ninguém. Os caras do Spotify são os maiores criminosos do mundo. Acho que tivemos 25, 26 milhões de reproduções no ano passado e, pessoalmente, ganhei cerca de 20 libras, o que é menos do que uma taxa de trabalho convencional por hora.”

Mesmo assim, o cantor conta que muitas pessoas ainda acham que ele leva uma vida de rico.

“Por exemplo, outro dia o gato da minha namorada ficou muito doente e precisava de uma cirurgia de vida ou morte. Ela é uma tatuadora conhecida e postou uma promoção online sorteando uma tatuagem para quem colaborasse com o crowdfundig que foi aberto. O ponto é que muitas pessoas pensavam, ‘Por que diabos devemos pagar pelo seu gato? Você não namora um multimilionário?’ E ela disse, ‘Desculpe-me, acho que você não entende como a indústria da música funciona hoje em dia. Primeiro, ele não é multimilionário. Dois, sou um ser individual e isso não tem nada a ver com ele.’ As pessoas pensam que por ter algum tipo de projeção midiática você é rico.”

Em contraponto, Dani destaca:

“Elas não percebem que há tantas pessoas pegando fatias do bolo – gravadora, administração, contadores, blá blá blá blá; Não importa. Se você não está recebendo nenhum dinheiro em primeiro lugar, não há muito dinheiro para compartilhar. E hoje em dia, a razão pela qual as pessoas lançam vinis de edição limitada e outras coisas, é para colecionadores – eles são as únicas pessoas que ainda compram. As outras apenas usam a versão gratuita do streaming.

É por isso que você está encontrando muitas bandas, desde a pandemia, que não estão em turnê. A gasolina subiu. O aluguel do ônibus aumentou. O custo de vida também. Sim, está muito difícil no momento. E não ajuda quando se tem essa ideia embutida de que não é um privilégio conseguir música, que é algo que deveria ser distribuído de graça. Quero dizer, eu não entro na loja de alguém e simplesmente pego – sei lá – um pacote de bananas e digo: ‘Bem, elas crescem em árvores. Deveriam ser gratuitas. Vou levar.’ Eu seria preso por furto.

Mas é bom para as pessoas baixar… Mesmo antes de os álbuns serem lançados, você encontra fãs dizendo ‘Oh, eu tenho um link para isso’. Eles colocam no ar e instantaneamente qualquer venda que você iria conseguir das pessoas comprando uma surpresa é perdida e elas passam para a próxima coisa.”

Cradle of Filth hoje

Atualmente, o Cradle of Filth está trabalhando em seu próximo álbum de estúdio, ainda sem previsão de lançamento. Paralelamente, a aguardada parceria com o cantor Ed Sheeran deve ser disponibilizada ainda em 2023. O single resultante da colaboração terá arrecadação revertida a instituições de caridade.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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