Apocalyptica fecha 1º dia com releituras, autorais e Simone Simons
*Por Thiago Zuma
Sobrou para os finlandeses do Apocalyptica a tarefa de fechar o primeiro dia do Summer Breeze num horário que, a cada minuto da apresentação, ficava mais próximo do término do regular funcionamento do transporte público paulistano. Ainda assim, o auditório Simón Bolívar esteve cheio para acompanhá-los.
Com atraso relativamente curto, os músicos organizaram seus instrumentos pensando num palco ilhado pelas cadeiras. No entanto, apenas um dos lados do auditório foi aberto inicialmente ao público, fazendo os músicos iniciarem seu repertório tocando de lado para plateia.
Capitaneados no palco pelo hiperativo e carismático Perttu Kivilaakso, que já levantou o público das cadeiras na terceira música, o repertório se revezou entre suas sinfônicas faixas instrumentais e outras cantadas por Franky Perez, americano que deu voz ao projeto Scars on Broadway, de Daron Malakian do System of a Down. E por falar em voz, a surpresa da noite foi a participação angelical da cantora Simone Simons (Epica), em “Rise Again”.
Em seu terceiro retorno ao Brasil desde que o Apocalyptica abriu para o Megadeth no longínquo ano de 2005, não faltaram, óbvio, as releituras instrumentais sinfônicas de clássicos do heavy metal que lhe deram projeção no início de carreira. “Refuse/Resist” (Sepultura) veio logo de cara entre as primeiras da noite, mas, assim como “Inquisition Symphony” (outra dos brasileiros), não despertou reações muito acaloradas, diferente dos coros ouvidos nas versões para “Nothing Else Matters” e “Seek and Destroy” (ambas do Metallica).
Ao som de “In the Hall of the Mountain King”, do compositor norueguês Edvard Grieg e notória no meio metal por suas adaptações que passam por Ritchie Blackmore, Helloween e principalmente Savatage, os poucos remanescentes acompanharam as melodias em coro pela última vez, certamente estafados, antes de voltarem para suas casas para um necessário descanso para o próximo dia.
Ou não, para quem se dispôs a encarar uma breve caminhada do Memorial da América Latina para a Audio e assistir Perturbator e Evergrey no Summer Party, evento cobrado à parte do festival.