Como foram criadas as capas de “Load” e “Reload”, do Metallica, segundo autor

Obras intituladas “Blood and Semen III” e “Piss and Blood” acabaram estampando álbuns lançados pelo grupo em 1996 e 1997, respectivamente

As polêmicas envolvendo a dobradinha “Load” e “Reload”, do Metallica, não se resumiram à sonoridade adotada pela banda nos álbuns. A parte visual gerou tanto rebuliço quanto.

A começar pelos próprios músicos, que não apenas cortaram seus cabelos como adotaram um estilo com direito a maquiagem e roupas de grifes portentosas. Mas não parou por aí.

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As capas de ambos os discos foram criadas pelo artista Andres Serrano. Nascido em Nova York e formado pelo Brooklyn Museum Art School, ele é adepto da arte transgressora. Seu portfólio inclui fotos de cadáveres, além do uso de fezes e fluidos corporais.

Duas dessas obras acabaram sendo imagem de frente dos discos: “Blood and Semen III” em “Load” e “Piss and Blood” em “Reload”.

Capa de “Load”, álbum lançado pelo Metallica em 1996
Capa de “Load”, álbum lançado pelo Metallica em 1996
Capa de “Reload”, álbum lançado pelo Metallica em 1997
Capa de “Reload”, álbum lançado pelo Metallica em 1997

Entrevistado pela Metal Hammer, Andres explicou como surgiu o contato com os músicos.

“Foram Kirk (Hammett, guitarrista) e Lars (Ulrich, baterista) que me pediram as imagens. Elas fazem parte de uma série chamada ‘Bodily Fluids’. Eram fotografias destinadas a parecer pinturas, usando leite, sangue, urina e sêmen. Conheci os dois na Paula Cooper Gallery, em Nova York. Senti-me honrado por terem escolhido meu trabalho.”

Muitos fãs não aprovaram a ideia e deixaram claro o descontentamento. Porém, eles não foram os únicos. Mesmo dentro da banda, Serrano precisou enfrentar a desconfiança de um dos seus líderes. E ao que parece, a resistência segue até hoje.

“Sei que Lars e Kirk ficaram felizes com o que eu fiz, mas James (Hetfield, vocalista e guitarrista) não. Acho que até hoje ele tem raiva de mim.”

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Anders Serrano sobre os álbuns

A recíproca não é verdadeira. Andres Serrano aprova os dois discos que ostentam suas criações na capa.

“São incríveis! Eu não estava ciente da evolução que o som do Metallica havia tomado. Mas eu sei que eles sentiram que havia uma conexão entre os dois álbuns. É por isso que eles queriam outra imagem da série para o trabalho seguinte. Relacionados, mas diferentes. Tudo vem de algum lugar e, às vezes, o público pode não perceber que há uma conexão entre um corpo de trabalho e outro, mas pode haver. Só o artista sabe ao certo.”

Metallica, “Load” e “Reload”

Sexto álbum de inéditas do Metallica, “Load” contava com passagens que flertavam com hard, southern e rock alternativo. Com 78 minutos e 59 segundos, é o trabalho simples mais longo da carreira da banda, ocupando todo o espaço disponível na capacidade do CD – a última faixa, “The Outlaw Torn”, chegou a ter uma parte cortada na edição final para se adaptar aos limites do formato.

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Mesmo com toda a repercussão negativa, chegou ao topo das principais paradas mundiais, vendendo cerca de 15 milhões de cópias. Ganhou disco de ouro no Brasil.

Já “Reload” foi disponibilizado um ano mais tarde, contando com a segunda parte do material criado nas mesmas sessões.

Foi o último trabalho autoral a contar com a presença do baixista Jason Newsted. Chegou ao número 1 nos Estados Unidos e vendeu mais de 8 milhões de cópias em todo o mundo.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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