Slash conta como participou de Ordinary Man sem ter contato com Ozzy

O álbum mais recente de Ozzy Osbourne, ‘Ordinary Man‘, foi gravado com uma série de convidados. Além da banda fixa de estúdio, formada por Andrew Watt na guitarra e produção, Duff McKagan no baixo e Chad Smith na bateria, músicos do calibre de Slash, Elton John, Tom Morello e Post Malone participaram como convidados de músicas específicas.

O guitarrista do Guns N’ Roses, por exemplo, gravou duas músicas para ‘Ordinary Man’: a faixa-título e ‘Straight to Hell’. Em entrevista à Guitar World, o músico contou como aconteceu a participação dele. Ao que tudo indica, Ozzy Osbourne não esteve envolvido nisso em nenhum momento, embora os dois sejam amigos de longa data.

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O convite veio de Duff McKagan, colega de Slash no Guns. Ao chegar no estúdio, uma surpresa. “A sessão de gravação foi marcada com um cara chamado Andrew e eu não reconheci o nome. Quando cheguei, fiquei: ‘ah, não f*de!'”, disse o guitarrista, relembrando que Andrew Watt, então integrante do trio California Breed (com Glenn Hughes e Jason Bonham), abriu shows solo dele em uma turnê no Reino Unido, em 2014.

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De início, os dois aproveitaram para bater um papo. Andrew Watt falou um pouco sobre sua carreira após o California Breed: ele se especializou em produção musical e passou a trabalhar em estúdio com vários artistas da música pop e do hip hop. No currículo, constam gravações com Justin Bieber, Camila Cabello, Avicii, Selena Gomez, 5 Seconds of Summer, Lana Del Rey e Dua Lipa, além de Post Malone, por meio de quem conheceu Ozzy Osbourne.

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Feliz ao descobrir a história de sucesso do amigo Andrew, Slash seguiu para colocar as mãos à obra. Inicialmente, ele participaria apenas da faixa-título, com o dueto emocionante entre Ozzy e Elton John e a letra que soa como uma despedida da própria vida.

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“Comecei a tocar as mudanças de acorde na música e Andrew estava realmente curtindo a energia daquilo. Havia uma questão emocional no que eu estava fazendo e ele deu muito apoio àquilo”, comentou o guitarrista da cartola.

Depois de algum tempo trabalhando, o integrante do Guns N’ Roses chegou a uma performance satisfatória. Quando ele se preparava para ir embora, Andrew Watt o convidou para gravar mais uma música. Era ‘Straight to Hell’, a canção que abriria o álbum.

“Eu estava quase saindo pela porta quando Andrew falou: ‘oh, eu tenho essa outra música aqui’. Então, gravei essa realmente muito rápido, pois estava para ir embora”, disse, em referência ao solo que registrou para a faixa.

Slash fez elogios a ‘Ordinary Man’, especialmente ao trabalho de Andrew Watt no disco. “Trabalhar com Andrew foi ótimo. Ele tem uma abordagem bem renovada e uma energia ótima. Como guitarrista, ele não tenta imitar Zakk (Wylde), Gus (G.) ou qualquer um desses caras. Ele tem estilo próprio. É alguém que, definitivamente, as pessoas precisam acompanhar”, afirmou.

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A ‘exigência’ de Slash – que nem era exigência

Ainda durante a entrevista à Guitar World, Slash comentou que Andrew Watt conseguiu descolar, para a gravação, o mesmo amplificador que o guitarrista gosta de usar: um Silver Jubilee da Marshall, um dos mais famosos – e caros – da fabricante.

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“Para essas gravações, eu não fico sendo técnico demais. Apenas me dê um amplificador e eu levo minha guitarra e é isso. Porém, Andrew me perguntou quais amplificadores eu uso, então, eu falei para ele (risos). Eu não esperava que ele realmente fosse atrás para conseguir um desses”, disse.

Ozzy também aprova Andrew Watt

Em entrevista anterior também à Guitar World, Ozzy Osbourne fez elogios ao trabalho de Andrew Watt, tanto como guitarrista quanto como produtor.

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Com relação ao desempenho de Watt por trás da mesa de som, Ozzy destacou: “Trabalhar com Andrew foi tão bom. Alguns produtores do passado foram verdadeiros c*zões. Você faz o que eles mandam e eles usam da autoridade para se impor. Andrew é como um irmão, achei um amigo para a vida”.

Já no que diz respeito à guitarra, Ozzy exaltou a simplicidade na abordagem de Andrew e comentou que não gosta dos guitarristas fritadores, muitos deles surgidos na década de 1980. “Andrew é um grande guitarrista! Eu o admiro porque nos espaços para solo, muitos guitarristas só ficam fritando. Todos nós já vimos aqueles guitarristas exibidos nos anos 80. Toda banda de hair metal tinha um desses aparecendo em todas as músicas. Andrew pensa na melodia. Começa com a melodia, indo e voltando. É talentoso. E é mais legal ainda quando alguém pode complementar o que estou cantando”, afirmou.

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Igor Miranda
Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

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