Bruce Dickinson querer voltar ao Iron Maiden deixou Steve Harris desconfiado

Vocalista deixou a Donzela de Ferro em 1993, sendo substituído por Blaze Bayley; anos mais tarde, em 1999, retornou ao grupo

Bruce Dickinson saiu do Iron Maiden em 1993, após o lançamento do disco “Fear of the Dark” (1992). À época, o vocalista deixou os colegas para focar em sua carreira solo, sendo substituído por Blaze Bayley. Não muito tempo depois, porém, o cantor quis voltar à banda, o que deixou o baixista e líder Steve Harris um tanto quanto desconfiado. 

Conversando com a revista Classic Rock, Dickinson relembrou como seu retorno à Donzela de Ferro ocorreu em 1999. Rod Smallwood, empresário do grupo, foi quem teve a ideia de reunir os músicos novamente. Por isso, o profissional marcou um encontro com todos em sua casa para discutir a possibilidade.

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Nem todos abraçaram a sugestão de primeira, segundo o vocalista.

“Steve estava muito desconfiado. Ele perguntou ‘por que você quer voltar?’. E eu respondi: ‘quero voltar, Steve, porque, nas palavras dos meus companheiros, o mundo precisa do Iron Maiden, e, em segundo lugar, porque acho que podemos fazer músicas incríveis’.”

O próprio sentia que, provavelmente, o grupo precisava dele mais uma vez. No entanto, no meio da discussão, optou por não expressar o pensamento em voz alta — por uma razão:

“Não fazia sentido dizer isso (que a banda precisava dele), porque soaria como dor de cotovelo. O que eu disse foi: ‘vamos deixar o passado para trás fazendo um futuro incrível’.”

Sendo assim, optou por exaltar o talento do Maiden. Durante a ocasião, chegou a colocar o talento da banda acima do Metallica, grupo de maior sucesso comercial da história do heavy metal.

“As primeiras palavras que saíram da minha boca sem filtro foram: ‘claro que somos melhores do que o Metallica’. As pessoas diziam que eu não podia falar isso, mas eu falei. Aí eles começaram a pensar: ‘talvez ele esteja certo’. Você tem que ter essa atitude. Seria como se Mick Jagger não fosse ele mesmo e dissesse: ‘ah, somos muito bons, quase tão bons quanto os Beatles’.”

Bruce aproveitou a oportunidade para também propor a criação de um novo disco – o que, de fato, se concretizou com “Brave New World” (2000).

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“Eu também disse a eles que iríamos apenas fazer uma coletânea de grandes sucessos e que na verdade faríamos um novo álbum e que seria muito f#da. E foi. ‘Brave New World ‘ realmente se saiu bem. Então, de repente, estávamos de volta ao jogo.” 

A volta de Bruce Dickinson para o Iron Maiden

Em um artigo publicado originalmente em 1999, ano da reunião, na revista BW&BK, Bruce Dickinson deu suas impressões de como as conversas para que seu retorno – ao lado do guitarrista Adrian Smith, que o acompanhava na carreira solo – ao Iron Maiden aconteceram. Como mencionado, tudo foi mediado pelo empresário da banda, Rod Smallwood, em sua casa.

“Nos reunimos na cada de Rod, que ficava em Brighton, costa sul da Inglaterra. Eu já vinha ‘trombando’ socialmente com os caras da banda nos último 6 anos, de qualquer forma. Janick (Gers, guitarrista) e eu sempre fomos grandes amigos, mas nenhum de nós nunca falou sobre uma reunião, porque pensávamos que estava fora dos limites, basicamente. Eles tinham a carreira deles e estavam bem, eu tinha minha carreira e estava muito feliz com ela.”

Uma já planejada saída de Blaze Bayley acabou facilitando o caminho, segundo o cantor:

“Em algum ponto, obviamente, eles tomaram a decisão de que Blaze ia, você sabe, sair, e eu não sei nada sobre isso ou as circunstâncias disso. Nem quero saber – não é da minha conta. Rod me ligou e disse: ‘como você se sente sobre uma volta?’. Eu falei: ‘bem, vamos nos encontrar e falar sobre isso’. Sempre indiquei que reunir a banda seria incrível e que seria legal produzir algo que fosse além dos compromissos relacionados a gravar álbuns, ver como trabalhamos juntos e coisas assim.”

Junto de Bruce, ficou acertado que Adrian Smith também retornaria. A situação poderia ter colocado em cheque a permanência de Janick Gers na banda, mas não foi o que aconteceu.

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Smith saiu do grupo ainda em 1990, dando lugar a Gers, que havia tocado no primeiro disco solo de Dickinson, “Tattooed Millionaire” (1990). O Maiden enfrentava problemas com Blaze, mas não com Janick, então, a demissão do guitarrista não foi cogitada.

Dessa forma, a banda passou a se apresentar como sexteto pela primeira vez em sua história. Eram três guitarristas: Adrian, Janick e Dave Murray.

Assim, o Iron Maiden consolidaria a formação com uma turnê em 1999, a “Ed Hunter Tour”, que divulgava um game lançado pela banda. Ao fim da excursão, a reunião evoluiu para um novo álbum, que acabou se tornando “Brave New World” (2000).

Por que o retorno deu certo

Bruce Dickinson acredita que sua volta ao Iron Maiden funcionou por um motivo específico. Ao site Fortune anos atrás, o cantor mencionou que os músicos mudaram seu comportamento quanto à maneira de lidar com as coisas, colocando as necessidades da banda como prioridade. Além disso, amadureceram os relacionamentos um com o outro.

“Todos perceberam que a coisa mais importante sobre o Iron Maiden é que o Iron Maiden é a coisa mais importante. Agora, não existem mais lutas pelo poder. Lidamos de forma mais inteligente do que antes. Amadurecemos nossas relações interpessoais, para que possamos conversar de forma mais livre sobre o que precisamos ou não. E tomamos maior controle do volume de trabalho, porque, francamente, nos anos 1980, trabalhávamos em uma agenda onde, devido ao estilo de música que tocamos, é virtualmente impossível fazer 100% bem toda noite.”

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Maria Eloisa Barbosa
Maria Eloisa Barbosahttps://igormiranda.com.br/
Maria Eloisa Barbosa é jornalista, 22 anos, formada pela Faculdade Cásper Líbero. Colabora com o site Keeping Track e trabalha como assistente de conteúdo na Rádio Alpha Fm, em São Paulo.

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