Como David Gilmour se sentiu com saída de Roger Waters do Pink Floyd

Principal compositor do grupo até então optou por deixá-lo em 1985; período sem ele rendeu dois álbuns entre as décadas de 80 e 90

A decisão tomada pelos remanescentes do Pink Floyd em seguir atividades sem Roger Waters, a partir de 1985, não é das mais óbvias. O vocalista e baixista era também o principal compositor da banda, que se viu envolvida em uma ação judicial movida por Waters.

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No processo, o músico queria impedir os ex-colegas de usarem o nome do grupo, que agora contava apenas com David Gilmour (voz e guitarra), Richard Wright (teclados) e Nick Mason (bateria). A situação foi resolvida com um acordo extrajudicial em dezembro de 1987.

Foram lançados dois álbuns sem Roger Waters entre as décadas de 1980 e 1990. São eles: “A Momentary Lapse of Reason” (1987) e “The Division Bell” (1994). Depois disso, o grupo entrou em hiato, tendo apenas um disco de sobras, “The Endless River” (2014) e uma reunião (com Waters) para o Live 8, em 2005.

Richard Wright faleceu em 2008, o que enterrou, de vez, a possibilidade de reunião do Pink Floyd — apesar de um retorno especial para o single beneficente “Hey Hey Rise Up”.

Apesar do período sem Roger dividir opiniões entre fãs, ao menos David Gilmour não tem qualquer arrependimento de ter continuado com a banda. Em um vídeo de 2019 para promover o box set “The Later Years”, o guitarrista descreveu como “libertadora” a saída do baixista e apontou que todos tinham conhecmiento de que o ex-colega não permaneceria.

“Todos sabíamos que Roger iria sair. Ele não estava feliz, nós também não. Eu sempre soube que queria seguir em frente, Nick parecia desejar isso também. Falei com Rick durante uma folga, na Grécia, e conversamos sobre seguir em frente e ele também queria.”

Os trabalhos relacionados ao então novo álbum foram iniciados em 1986, na casa-barco de David Gilmour. Bob Ezrin, produtor de “The Wall” (1979), foi chamado para comandar o registro. Assim nasceu “A Momentary Lapse of Reason”, conforme narrado por Gilmour:

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“Inicialmente, nos encontramos em 1986. Bob Ezrin foi chamado para a produção porque ele fez o ‘The Wall’ conosco, lá em 1979, e aprendi muito com ele. É uma pessoa de muito valor para se ter conosco. Começamos a trabalhar em minhas composições e, no Natal, tínhamos um bom material. Sabíamos que iria ser legal.”

Sem brigas no Pink Floyd

David Gilmour ainda comentou que, naquela época, as brigas nos últimos anos de Roger Waters no Pink Floyd já estavam no passado.

“Eu me sentia confiante de que as gravadoras gostariam de lançar um álbum nosso. Obviamente, não ter Roger foi algo diferente, mas em algumas formas, nos sentíamos livres. As tensões dos dois álbuns anteriores, especialmente em ‘The Final Cut’, já não estavam mais ali. Éramos apenas nós juntos, compondo e gravando. Havia um senso de liberdade e otimismo. Também havia o processo rolando, o que era complicado, mas tudo bem.”

Novo álbum de David Gilmour em 2024?

Tudo indica que David Gilmour deve lançar um novo álbum em breve. Ao longo dos últimos dias, Polly Samson, escritora e esposa do músico do Pink Floyd, compartilhou uma série de fotos do artista em estúdio, junto de outros instrumentistas. 

Há imagens com a presença do baixista Guy Pratt, que o acompanha há anos, e do pianista Roger Eno, creditado no disco anterior “Rattle That Lock” (2015). Ainda aparecem o baterista Adam Betts (conhecido por já ter colaborado com Jarvis Cocker) e o também baixista Tom Herbert (das bandas The Invisible e Polar Bear). 

Alguns registros foram feitos no Salvation Music Studio, em Brighton, na Inglaterra, conforme legenda. Outros, apesar da falta de confirmação, aparentemente são no British Grove, em Londres, que pertence a Mark Knopfler – a mente por trás do Dire Straits. 

Em entrevista ao site romeno Ziles Inopti, publicada em dezembro de 2022, Samson havia confirmado que estava trabalhando com o marido em novas músicas. Meses antes, postou imagens do guitarrista ao lado de Pratt

Já mais recentemente, em fevereiro último, David posou com Knopfler em estúdio, acendendo rumores de uma possível colaboração. Nada foi confirmado oficialmente.  

À revista Rolling Stone, em junho de 2021, Gilmour declarou:

“Espero ter um álbum pronto nos próximos um ou dois anos, não sou tão rápido. Um dos problemas, é claro, é essa coisa do lockdown. Estamos agora os dois vacinados, então as coisas estão um pouco melhores. Mas pegar outras pessoas para ouvir, para ajudar e para tocar as coisas tem sido meio que impossível no último ano. Estou ansioso para, de fato, tocar algumas músicas com um monte de músicos reais em algum ponto.”

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Igor Miranda
Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

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