Os 11 discos que mudaram a vida de Wolfgang Van Halen

Lista mostra que o filho de Eddie Van Halen se educou musicalmente através do prog e suas variações – além de ter sido uma criança do pop punk

Ser filho de um dos músicos mais icônicos da história garantiu a Wolfgang Van Halen o acesso a uma vasta instrução no tema. Ao mesmo tempo, o próprio desenvolveu um gosto bastante pessoal com o passar dos anos.

Em lista elaborada para a revista Classic Rock, o multi-instrumentista escolheu os 11 álbuns que mudaram sua vida. Analisando, dá para entender o que o levou a se tornar tão capaz na sua atividade.

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AC/DC – “Highway to Hell” (1979):

“A primeira banda pela qual eu provavelmente fiquei obcecado foi o AC/DC. Meu pai me apresentou a eles com ‘Powerage’. Cheguei a pensar em escolher esse, porque era seu álbum favorito. Mas o que eu mais gosto é ‘Highway To Hell’. Para mim, é perfeito. Cada música nele é a quintessência da banda. E foi o último de Bon Scott. A música que encerra o tracklist, ‘Night Prowler’, parece uma boa despedida. Obviamente, eles não imaginavam o que aconteceria, mas parece que alguém está saindo em uma vibração incrível.”

Tool – “Ænima” (1996):

“Outra grande banda extremamente influente, que ajudou a desenvolver meu talento musical. É difícil escolher um disco porque todos são ótimos, mas ‘Ænima’ foi o que realmente me desafiou. Quando ouvi a música ‘Third Eye’ pela primeira vez fiquei impressionado. Foi uma das primeiras faixas longas que me cativaram, mostrou criativamente o que poderia fazer naquele espaço, expressando sentimentos. Todo aquele álbum me tornou um baterista e baixista melhor, me apresentou a ideia de tempos progressivos.”

Karnivool – “Sound Awake” (2009):

“Karnivool é uma banda incrível da Austrália, e este é um dos meus álbuns favoritos de todos os tempos. Eles são muito filhos do Tool de certa forma, no sentido de que espelham aquele som de rock/metal progressivo, mas têm um senso de melodia próprio, musicalidade além da imaginação. O disco todo soa fenomenal. As duas últimas faixas, ‘Deadman’ e ‘Change (Part 2)’, são músicas incríveis.”

Porcupine Tree – “Deadwing” (2005):

“Você pode ver que meu gosto segue nessa direção progressiva. Acho que me deparei com Porcupine Tree através da música ‘Shallow’, de ‘Deadwing’, no início do iTunes. Adoro como o pré-refrão é bem baixo e melódico, depois o refrão é pesado e cheio de riffs. É realmente sombrio, mas eles ainda exploram algumas melodias alegres. Os primeiros discos não são realmente meu estilo. Foi a partir de ‘In Absentia’, quando entrou Gavin Harrison, que é um dos meus bateristas favoritos de todos os tempos, que me conectei. ‘In Absentia’, ‘Deadwing’ e ‘Fear Of A Blank Planet’ são o núcleo do que eu amo no Porcupine Tree.”

Nine Inch Nails – “The Fragile” (1999):

“A maioria das pessoas prefere ‘The Downward Spiral’, mas ‘The Fragile’ é o meu favorito. É muito, muito progressivo. Há motivos diferentes que aparecem repetidamente ao longo dele, o que requer muita habilidade – além do que eu poderia fazer. E é um álbum muito raivoso. A faixa de abertura, ‘Somewhat Damaged’, é uma das canções raivosas e maléficas que Trent Reznor já escreveu. Mas também tem muita coisa linda lá – até mesmo singles de rádio. Tem tudo nele.”

Jimmy Eat World – “Futures” (2004):

“Aqui mergulhamos em meus gostos musicais na juventude. Todos os álbuns do Jimmy Eat World são ótimos, mas eu escolho ‘Futures’ porque tem uma pegada mais dark em comparação com o restante do material deles – talvez eu apenas goste de coisas sombrias. Isso me lembra de uma época da minha vida quando era jovem, não sabia o que estava acontecendo e o que queria fazer. Todo esse álbum realmente ressoou em quem eu era. Ouvindo agora, ainda é tão bom quanto no passado.”

Blink-182 – “Enema of the State” (1999):

“Uma das primeiras bandas que descobri sozinho foi o Blink-182. Sou um bebê pop-punk do final dos anos 90! Eles obviamente decolaram com ‘Dude Ranch’, mas este foi o primeiro álbum com Travis Barker. A entrada dele os fortaleceu e aperfeiçoou a um nível incrível. Basicamente, ele me ensinou a tocar bateria, incutiu em mim o amor pelas harmonias melódicas. A maneira como Tom [DeLonge, vocalista/guitarrista] e Mark [Hoppus, baixista/vocalista] harmonizam treinou meu ouvido. O álbum inteiro está tão arraigado em mim que quase nem preciso ouvi-lo e quando ouço é realmente nostálgico.”

Peter Gabriel – “So” (1986):

“Este é um dos meus álbuns favoritos de todos os tempos, assim como era do meu pai. Nunca vou esquecer ele vindo até mim uma noite com esses fones de ouvido enormes e dizendo: ‘Wolf, ouça’. Era a música ‘Red Rain’. A paisagem sonora é incrível – todo mundo deveria fazer isso pelo menos uma vez na vida, colocar um incrível par de fones de ouvido e ouvir ‘Red Rain’. É muito difícil ouvir agora que meu pai se foi, mas aquele álbum de frente para trás é Peter Gabriel no seu melhor. Ele é um compositor fantástico. Ninguém tem essa voz e ninguém nunca terá. Você simplesmente fica maravilhado.”

Beatles – “Abbey Road” (1969):

“Todo mundo costuma falar sobre o ‘White Album’ ou ‘Revolver’. Eu sei que não é o álbum dos Beatles favorito de todos, mas eu realmente me conectei com o ‘Abbey Road’. Para mim, os Beatles sempre estiveram lá – ninguém dizia: ‘Ei, você tem que ouvir isso’. Eu os apreciava pelo que eram, mas nunca foram realmente minha preferência. Mas então eu pensei, ‘OK, vou mergulhar’, e foi Abbey Road que chamou minha atenção.

Acho que posso ver uma linha de progressividade aqui, porque todo o segundo lado era apenas uma música gigantesca. Além disso, ‘She’s So Heavy’ é uma ótima música – era pesada antes do rock pesado. Era quase como uma música de metal em certo ponto – John estava apenas gritando e não se importando. E tecnicamente foi o último álbum que eles fizeram, porque ‘Let It Be’ foi gravado antes e arquivado. Foi uma saída de cena em alta, assim como com Bon Scott em ‘Highway To Hell’.”

Van Halen – “Fair Warning” (1981) / “Balance” (1995):

“Eu queria escolher um álbum do Van Halen, porque obviamente isso não pode ser ignorado em minha criação e influência. Eu vivi e respirei a banda durante toda a minha vida. Mas vou dar uma roubada aqui, porque não acho que você possa representar totalmente o que o Van Halen é sem olhar tanto para a era Roth quanto para a era Hagar.

‘Fair Warning’, o álbum da era Roth, é um álbum muito especial para mim. Era um álbum em que meu pai apenas disse ‘Fo*da-se’ e fez o que queria. Acho que é por isso que é um clássico cult – nunca foi realmente um grande álbum comparado aos outros. Mas acho que é muito importante porque é onde ele mais se esforçou. Novamente, é outro álbum sombrio, mas há clássicos como ‘Unchained’. E é rápido, dura 36 minutos ou algo assim, mas só dá vontade de começar de novo. É um álbum tão bom, sombrio e divertido que acho que passa despercebido.

Para a era Hagar, ‘Balance’ foi o álbum que significou muito para mim. Tecnicamente, eu já estava vivo em ‘For Unlawful Carnal Knowledge’, mas ‘Balance’ é aquele que eu meio que me lembro de estar por perto quando estava acontecendo. Você poderia argumentar que ‘For Unlawful Carnal Knowledge’ foi um álbum melhor, mas ‘Balance’ significa mais para mim. É mais uma coisa nostálgica. É um álbum com sonoridade fenomenal, incrível.

Pode ser o álbum da era Hagar com melhor som, talvez o Van Halen com melhor som. Essa fase mostra outro lado do meu pai. Eu gosto de como ele se inclinou mais para as coisas melódicas – algumas das melodias mais bonitas que ele já escreveu foram na era Hagar com coisas como ‘Dreams’ ou a música ‘Not Enough’, do ‘Balance’. Mas eu amo todos os álbuns do Van Halen.”

Sobre Wolfgang Van Halen

Nascido em Santa Monica, Califórnia, Wolfgang William Van Halen é filho do guitarrista Eddie Van Halen e da atriz Valerie Bertinelli. Seu nome é uma homenagem ao compositor clássico Wolfgang Amadeus Mozart.

Autodidata, domina todos os instrumentos convencionais de uma banda de rock desde a adolescência, como comprovou ao gravar sozinho os dois álbuns do projeto Mammoth WVH até o momento.

Em 2006 assumiu o baixo do Van Halen, posição que sustentou até o final da banda. Gravou o álbum de estúdio “A Different Kind Of Truth” (2012), além do ao vivo “Tokyo Dome Live In Concert” (2015).

Na mesma função, integrou o Tremonti, projeto do guitarrista Mark Tremonti (Alter Bridge, Creed). Registrou os discos “Cauterize” (2015) e “Dust” (2016). Ainda participou de “God Bless The Renegades” (2021), trabalho solo do guitarrista Clint Lowery (Sevendust), registrando bateria e algumas passagens de baixo.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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