Por que o Summer Breeze Brasil tem ingressos caros, segundo empresário

Organizador do evento citou valorização da qualidade e situação econômica atual como componentes decisivos

Anunciada para os dias 29 e 30 de abril do ano que vem, a primeira edição do Summer Breeze Brasil promete reunir 40 atrações nacionais e internacionais ligadas ao rock e o metal, além de uma série de atividades paralelas. Porém, um fator assustou o consumidor: o preço dos ingressos, que chega a R$ 1,3 mil dependendo do pacote adquirido.

Durante participação no Heavy Talk (com transcrição do Whiplash), o empresário Rick Dallal, responsável pelo evento, explicou os fatores que elevaram os valores a tal patamar. Ele começou citando a prioridade na qualidade.

“Como todos sabem, qualidade tem preço. Não vou fazer o festival que, se não estiver vendendo bem, vou cancelar. Pautamos nosso serviço pela excelência. Vou oferecer o melhor. A diferença do melhor para o menos melhor é pouca. Prefiro ganhar menos, mas oferecer o melhor. Vou ter menos problema com o público e bandas. Vamos montar um festival de qualidade em um lugar central de fácil acesso em uma época que você chega em um dia que não trabalha e no dia seguinte tem feriado. Esses custos são altos.”

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A situação econômica não ficou de fora. Dallal citou os custos elevados do mercado atual e a alta do dólar.

“As bandas estão cada vez mais caras. Quando contratamos uma banda, falamos que a oferta é essa. Aí a passagem e salário da banda é com eles, tirando do dinheiro que dou. São eles que pagam as equipes e a carga se precisar. Como todos sabem, os preços das passagens aéreas quadruplicaram depois da pandemia por causa da demanda e altos custos de combustíveis. Os fretes aumentaram muito também. Antes, podia alugar contêiner por US$ 500. Hoje, o mínimo é US$ 4 mil. Imagina a carga aérea.

A cotação do dólar está em torno de 20% mais cara do que estava antes da pandemia. Existem diversos impostos para mandar esse dinheiro para fora. Se a banda custa US$ 1 mil, vou pagar 15% a mais de imposto para enviar o dinheiro para eles. Aqui no Brasil, tem o ISS, ECAD e tudo mais. São impostos em cima do faturamento.”

Outro efeito da pandemia foi a recolocação mercadológica, que aumentou os custos envolvidos.

“Muitas pessoas migraram de áreas. Quem era engenheiro de som ou advogado de banda migrou e foi empreender. Muitas pessoas saíram do mercado e estamos com uma carência de pessoal. Quem sobrou, está cobrando mais caro, porque é uma mão de obra cara. Tudo no Brasil encareceu também. Muitas empresas de som e luz quebraram na pandemia. Poucas sobreviveram. O custo para operar está mais alto. Tudo está mais alto. Antigamente, eu tinha um acordo com um hotel aqui para as bandas que era R$ 300. Hoje, o mais barato que consigo é R$ 700. Isso porque alugo 200 quartos em um hotel.”

Falta de patrocinadores

Finalizando, Rick Dallal cita o que considera mais importante no contexto atual: a falta de patrocinadores.

“Existe uma regra e cultura dentro de festivais que é: Você não consegue fazer festival sem patrocínio. Só que a Free Pass até hoje só teve um patrocínio na vida, em um show do Slash, da Budweiser. Ganhamos uma merreca. Exceto isso, nunca entrou um real de dinheiro público ou patrocínio na empresa. Tenho experiência de conseguir trabalhar sem patrocínio. Muitos reclamam do preço do ingresso, mas tudo está mais caro.”

Summer Breeze Festival Brasil

O Summer Breeze será realizado no Memorial da América Latina, em São Paulo. Já estão confirmadas as presenças de:

  • Stone Temple Pilots
  • Bruce Dickinson (palestra)
  • Parkway Drive
  • Avantasia
  • Kreator
  • Accept
  • Stratovarius
  • Sepultura
  • Testament
  • Marc Martel
  • Skid Row
  • Grave Digger
  • H.E.A.T
  • Shaman + Viper + Felipe Andreolli e Rafael Bittencourt celebrando Andre Matos
  • Benediction
  • Perturbator
  • Voodoo Kiss
  • Beast In Black
  • Project46
  • Crypta
  • João Gordo & Brutal Brega
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Serão três palcos para shows, além de atrações à parte envolvendo gastronomia diversa e com culinária alemã presente, feira geek, feira de cultura urbana e tatuagens e espaços kids com monitores. Também estão programadas sessões de autógrafos com músicos que se apresentarão, além da instalação de lojas com produtos ligados à temática principal do festival, bem como merchandising das bandas participantes.

Os ingressos comuns na modalidade inteira variam de R$ 700 para um dos dias a R$ 1,3 mil para as duas datas. Mais informações sobre tickets clicando aqui.

Estão previstos ainda shows paralelos com algumas das atrações acontecendo na Audio, casa de eventos de São Paulo. As performances devem ser realizadas antes e após às datas do festival.

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O Summer Breeze nacional deve ocorrer anualmente e fará parte do calendário oficial de atrações da capital paulista.

*Foto: Markus Felix / CC-BY-SA-3.0

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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