Sexo, drogas e rock and roll: a história da morte de John Entwistle

Triste fim de um dos baixistas mais icônicos do rock atendeu aos três elementos citados no famoso lema

Na noite de 27 de junho de 2002, véspera do primeiro show da turnê de 2002 do The Who em Las Vegas, John Entwistle convidou uma dançarina exótica que conhecia de outras passagens pela cidade para seu quarto de hotel. Lá eles cheiraram uma carreira de cocaína, fizeram sexo e foram dormir. No dia seguinte, Entwistle não acordou.

Esse foi o fim de um dos baixistas mais icônicos da história do rock. Um músico cuja criatividade ao tocar o instrumento o fez ser reconhecido como o maior baixista de todos os tempos por leitores da Rolling Stone.

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Entretanto, a história dos últimos anos de sua vida aponta um caminho de onde ele parecia não ter escapatória.

John Entwistle e The Who: imparáveis

Quando o baterista do The Who, Keith Moon, morreu em 1978, a banda tentou continuar com Kenney Jones. Chegaram a gravar um disco – “Face Dances”, de 1981 –, mas havia ficado claro que o grupo não era o mesmo sem a energia de Moon nas baquetas.

O grupo continuou fazendo turnês de reunião, mas sem trabalhar em música original. No documentário “Amazing Journey: The Story of The Who”, o guitarrista Pete Townshend aludiu que essas turnês eram em parte para ajudar financeiramente Entwistle, cujo estilo de vida não condizia com sua renda após o fim da banda.

O baixista era essencial para o som do The Who, mas apesar de ter escrito músicas para os discos da banda, não era responsável por nenhum hit duradouro. Ele dependia do dinheiro vindo das turnês.

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Quando chegou a hora da turnê de 2002, o grupo parecia estar pronto para gravar material novo. Em sua última entrevista para uma rádio americana antes da morte, Entwistle falou sobre sua aversão a gravar até agora:

“Eu não queria me trancar num estúdio nos meus dias de folga pra compor. Apesar de que créditos de composição significam que você ganha mais dinheiro.”

John Entwistle havia chamado a atenção de amigos por sua aparência durante os shows do The Who no Royal Albert Hall no ano 2000. Ele estava longe da figura imponente que o assegurou o apelido de The Ox. Sua audição estava praticamente perdida, sua pressão estava nas alturas, o colesterol estava alto – e por algum milagre ele passou no exame físico necessário para assegurar a turnê.

Numa entrevista para a Classic Rock, seu filho Christopher descreveu o que levou à morte do pai:

“Uma de suas artérias estava 100% bloqueada, e a outra 75%. Pressão alta corre na família. A mãe dele tinha, assim como eu tenho, mas nós não tínhamos ideia sobre os problemas com o coração dele, e nem ele.

Fomos informados que o único jeito de ter descoberto era se tivesse sido feito um eletrocardiograma, o que ele nunca fez porque nunca pareceu necessário. Ele raramente ficava muito doente. Mas quer saber? Não foi o pior jeito de ir. Poderia ter sido uma doença prolongada. Uma das coisas que mais fiquei agradecido foi o médico legista ter dito que ele não teria sentido nada.”

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Desmanche

Após sua morte, John Entwistle foi cremado e suas cinzas espalhadas pelo terreno de sua mansão, Quarwood. A mansão, assim como seus carros e sua coleção enorme de instrumentos, precisou ser leiloada para pagar os impostos devidos pelo espólio.

Christopher Entwistle descreveu o processo para a Classic Rock:

“A Receita decidiu que tudo do meu pai tinha um valor, incluindo toda peça de roupa e a placa personalizada do carro. E eles queriam 40% de tudo, muito obrigado. O problema era que a maior parte do dinheiro do meu pai estava em coisas. Por exemplo: ao longo dos anos ele havia investido numa coleção enorme de instrumentos, que iria valer muito dinheiro mais pra frente, mas aquela era uma época ruim para ter que vender.”

Mesmo assim, ele continua, mostrando orgulho do legado de seu pai:

“Eu gostaria que meu pai fosse lembrado como o melhor baixista que o mundo já viu. Era isso que ele era, o cara que ficava em pé lá e fazia o trabalho dele.”

O The Who continua fazendo turnês até hoje, com Pino Palladino de suplente. Contudo, é impossível não sentir a falta de John Entwistle ao ouvi-los ao vivo.

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Pedro Hollanda
Pedro Hollanda
Pedro Hollanda é jornalista formado pelas Faculdades Integradas Hélio Alonso e cursou Direção Cinematográfica na Escola de Cinema Darcy Ribeiro. Apaixonado por música, já editou blogs de resenhas musicais e contribuiu para sites como Rock'n'Beats e Scream & Yell.

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