A cantora Betty Davis faleceu aos 77 anos. A informação foi confirmada à Rolling Stone por Danielle Maggio, amiga e etnomusicóloga que estudou seu trabalho. A artista consagrou-se como uma das pioneiras do funk, se valendo de letras e performances com forte apelo sexual. O pronunciamento se limita a dizer que a morte ocorreu por causas naturais.
Betty Mabry nasceu em Durham, Carolina do Norte, no ano de 1944. Mudou-se para Nova York no início dos anos 60, se matriculando no Fashion Institute of Technology. Graças a seu trabalho, conheceu futuras estrelas como Jimi Hendrix e Sly Stone enquanto atuava como modelo e aprimorava seu ofício musical.
Em 1963, lançou seu primeiro compacto. “The Cellar” era uma homenagem ao badalado clube local que frequentava. “Get Ready for Betty” e seu lado B “I’m Gonna Get My Baby Back” saíram no ano seguinte. Ela também escreveu “Uptown” para os Chamber Brothers, sua primeira entrada na Billboard Hot 100, principal parada de singles norte-americana.
Em 1968, se casou com Miles Davis, adotando o nome artístico que a acompanharia até o fim. Apareceu na capa de seu álbum “Filles de Kilimanjaro”, que inclui uma homenagem a si na faixa “Mademoiselle Mabry”.
O casal se divorciou no ano seguinte, mas Davis foi uma grande influência criativa em seu marido, apresentando-o ao rock e inspirando seus inovadores trabalhos de jazz-fusion “In a Silent Way” (1969) e “Bitches Brew” (1970).
Lançou seu primeiro álbum completo em 1973. O trabalho homônimo foi seguido por “They Say I’m Different” de 1974 e “Nasty Gal” de 1975. Embora não tenham sido sucessos comerciais, chamaram a atenção pelas letras carregadas de teor sexual, o que foi interpretado como desafiador em uma indústria predominantemente machista.
Após o rompimento do contrato com a Island Records, se afastou da vida pública, voltando a morar em Pittsburgh, onde residia desde a adolescência. Em 2017 saiu o documentário “Betty: They Say I’m Different”, recontando sua história.
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