Lucifer lança o novo álbum III e ganha cara de banda, ouça

O Lucifer divulgou, nesta sexta-feira (20), seu terceiro álbum de estúdio, ‘Lucifer III’. O trabalho chega a público pela Century Media Records, com a Hellion Records ficando a cargo do lançamento no Brasil, trazendo versões em CD e LP.

A vocalista Johanna Sadonis (Oath) é a líder da banda, contando com seu marido, Nicke Andersson (The Hellacopters, Imperial State Electric, Entombed) na bateria. Conforme informado pela gravadora, os guitarristas Martin Nordin e Linus Björklund e o baixista Harald Göthblad completam a formação.

- Advertisement -

– Lançamentos: os álbuns de rock e metal de 2020

A capa de ‘Lucifer III’ foi criada por Graham Humphreys, especialista em artes da área de terror. O conceito está de acordo com o que a banda tem pontuado em comunicados oficiais: a temática em questão será bem trabalhada ao longo do novo disco.

Ouça a seguir, via Spotify ou YouTube (playlist):

Resenha: Lucifer soa mais como banda em ‘III’

O Lucifer chega a seu terceiro álbum de forma mais definida, com mais “cara de banda”. E é curioso que isso aconteça com um grupo que não consegue confirmar, ao certo, quais os seus integrantes.

Sabemos que Johanna Sadonis é a vocalista e Nicke Andersson assume a bateria. De resto, é um mistério. A gravadora aponta Martin Nordin e Linus Björklund como guitarristas e Harald Göthblad como baixista, mas os nomes de Robin Tidebrink (guitarra) e Alexander Mayr (baixo) são citados em outras páginas da internet – e apesar das fotos de divulgação indicarem um quinteto, a capa do álbum mostra um… quarteto.

Apesar de ninguém gostar de confusão, no fim das contas, os detalhes informativos não são muito importantes por aqui. O essencial é que, ao ouvir o som, dá para perceber que o Lucifer, tanto nos (muitos) acertos quanto nos (poucos) erros, deixou de soar como projeto paralelo de Johanna Sadonis.

Além de soar mais amarrado e coletivo, com passagens instrumentais mais orgânicas, ‘Lucifer III’ chama atenção por compilar elementos dos dois álbuns anteriores. O disco de estreia, autointitulado, soava mais psicodélico e, ao mesmo tempo, mergulhava no doom. Com a chegada de Nicke Andersson em ‘Lucifer II’, a influência do occult/heavy rock, de pegada mais clássica, ganhou força. ‘III’ acumula todas essas referências, embora esteja mais próximo do heavy rock e até do classic rock.

A “veia terror” prometida nas entrevistas de Johanna Sadonis também aparece, seja nas letras ou nos riffs. Não é algo tão distante dos outros trabalhos, que já se inspiravam bastante no obscuro, mas como tudo está mais encaixado por aqui, até esse detalhe ficou mais evidente.

A abertura ‘Ghosts’, agitada, apresenta as credenciais do Lucifer ao trazer o curioso embate entre riffs pesados e produção mais seca. O álbum começa interessante e ganha contornos ainda mais atrativos com ‘Midnight Phantom’, mais cadenciada, contando com a ótima interpretação da vocalista na linha de frente.

‘Leather Demon’, mais lenta e quase balada, tem audição um pouco entediante, mas o ritmo é recuperado na sequência com o grande destaque ‘Lucifer’. Batizada com o nome da banda, a canção é mais focada no groove, com a bateria de Nicke Andersson conduzindo tudo muito bem. ‘Pacific Blues’ e ‘Coffin Fever’ exploram a essência doom, ainda que não sejam tão cadenciadas. Contudo, mesmo com o brilho dado por Sadonis, as duas faixas perdem o fôlego e não convencem.

O álbum volta a ficar interessante com ‘Flanked by Snakes’, que reforça elementos do classic rock com seus riffs mais eletrizantes. Marcada pela ousadia, ‘Stay Astray’ é mais percussiva e canastrona, com direito àquele dedinho maroto no piano a cada batida de algumas passagens. O encerramento com ‘Cemetery Eyes’, faixa mais extensa de’ Lucifer III’, destaca um tom (ainda) mais melancólico e, novamente, os vocais de Johanna Sadonis se destacam.

Os méritos e os momentos não tão inspirados de ‘Lucifer III’ são consequência de um mesmo projeto artístico que está mais claro neste álbum. Até por isso, dá para relevar os tropeços e dar mais chances ao disco, que cresce a cada audição e pode convencer a todos aqueles que gostam de um som que, ok, é retrô, mas não é cópia de ninguém. Talvez tenha levado mais tempo que o esperado, mas o Lucifer, agora, parece ser uma banda.

‘Lucifer III’ está representado na playlist de lançamentos, atualizada semanalmente. Siga e dê o play:

Veja, abaixo, a tracklist de ‘Lucifer III’:

01. Ghosts
02. Midnight Phantom
03. Leather Demon
04. Lucifer
05. Pacific Blues
06. Coffin Fever
07. Flanked By Snakes
08. Stay Astray
09. Cemetery Eyes

ESCOLHAS DO EDITOR
InícioResenhasLucifer lança o novo álbum III e ganha cara de banda, ouça
Igor Miranda
Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

DEIXE UMA RESPOSTA (comentários ofensivos não serão aprovados)

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui


Últimas notícias

Curiosidades