Uriah Heep impressiona em Living The Dream, um de seus melhores álbuns pós-70s

Resenha: Uriah Heep – “Living The Dream” (2018)

Ter 25 álbuns lançados não é para qualquer um. É preciso ter muito foco e dedicação para chegar a uma marca tão expressiva na carreira. E o Uriah Heep a conquistou, com méritos, em seu novo álbum “Living The Dream”, divulgado em 2018 e com edição em CD nacional lançada pela Hellion Records.

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Outro desafio que o Uriah Heep tirou de letra em “Living The Dream” foi o de soar atualizado sem abandonar suas raízes. A banda não está repetindo a mesma fórmula dos clássicos da década de 1970 – aquele hard rock ganchudo, típico daqueles tempos, que influenciou de Thin Lizzy a Iron Maiden. As referências seguem ali, mas os músicos têm buscado um som contemporâneo, de timbres recheados e com destaque a todos os instrumentos, do baixo ao teclado, da bateria à guitarra. O disco não reinventa a roda, mas apresenta um hard de peso que, às vezes, mergulha no prog e quase ganha um aspecto heavy metal.

Há quem diga que o Uriah Heep se tornou um projeto pessoal do guitarrista Mick Box, único integrante original remanescente. Vejo, porém, um tripé que consiste em Box, no tecladista Phil Lanzon e no vocalista Bernie Shaw, que fazem parte da banda desde 1986. Lanzon compõe praticamente todas as músicas ao lado do veterano das seis cordas, enquanto Shaw se tornou o “rosto” do Heep por ser um grande cantor. Aliás, diante da performance em “Living The Dream”, é difícil acreditar que o frontman esteja com mais de 60 anos.

O grupo, completo por Davey Rimmer no baixo e Russel Gilbrook na bateria, funciona tão bem que permitiu que o 25° álbum seja, sem exageros, um dos melhores de sua carreira. A química dos envolvidos originou um repertório oxigenado, com músicas convincentes. Da paulada “Grazed By Heaven” à inventiva e progressiva “Rocks In The Road”, passando pela melódica “Waters Flowin'”, tudo funciona bem por aqui.

Vale, ainda, uma nota à parte sobre a edição em CD nacional, da Hellion. Além do material em áudio soar bem, a parte visual chegou caprichada, com um encarte robusto que apresenta todas as letras do álbum com imagens conceituais, adequadas para cada música retratada, entre outros detalhes.

Com 50 anos de carreira, é inevitável o pensamento de que o Uriah Heep poderia seguir ativo e produtivo por mais cinco décadas. Talvez seja pedir muito, mas a banda mostra, com “Living The Dream”, que seguirá fazendo bonito.

Bernie Shaw (vocal)
Mick Box (guitarra)
Dave Rimmer (baixo)
Russell Gilbrook (bateria)
Phil Lanzon (teclados)

1. Grazed By Heaven
2. Living The Dream
3. Take Away My Soul
4. Knocking At My Door
5. Rocks In The Road
6. Waters Flowin’
7. It’s All Been Said
8. Goodbye To Innocence
9. Falling Under Your Spell
10. Dreams Of Yesteryear

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Igor Miranda
Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

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