Vinnie Vincent diz que ganhava US$ 550 por semana no Kiss

O guitarrista Vinnie Vincent disse, durante sessão de perguntas e respostas na Atlanta Kiss Expo no último sábado (20), que recebia pouco dinheiro enquanto integrou o Kiss, de 1982 a 1984. Segundo o músico, seu pagamento era de apenas US$ 550 semanais – cerca de US$ 2,2 mil por mês -, o que ele acreditava ser incompatível com o faturamento da banda e com o trabalho desempenhado. A declaração foi captada pelo canal de Mike Brunn no YouTube e transcrita pelo Blabbermouth.

Vinnie, inicialmente, foi questionado sobre o que o levou a sair do Kiss após o fim da turnê do “Lick It Up”. “Eu estava fazendo muitas músicas e senti que estávamos crescendo como banda. Sei que eles queriam Eric (Carr, baterista), amavam Eric, mas não senti que me queriam. Mesmo após ‘Lick It Up’, a percepção era de que havia sido um grande álbum, e ainda sentia que independente do que eu fizesse, ainda não me queriam naquela banda. E havia um contrato que queriam que eu assinasse. Meu pagamento era de US$ 550 por semana, então, nunca fiz fortuna estando na banda. Do início ao fim, eram US$ 550 por semana, descontados os impostos”, afirmou.

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O músico disse que o contrato oferecido era de empregado e não havia nada de interessante para ele ali – nem mesmo os direitos autorais de suas composições estavam sendo recebidos. “Eu tinha família, tinha gêmeos que eu não sabia que eu teria, e não havia dinheiro para cuidar deles, nem para comprar uma casa. Estava morando com parentes […] não havia futuro. Havia o futuro em ser o Vinnie Vincent do Kiss, mas, financeiramente, não havia futuro. E eu não queria ser um membro de direitos autorais, embora fosse interessante. Mas não era o que eu queria. Apenas pedi por algo que me tirasse de um apartamento ou da casa dos meus parentes e, talvez, um carro melhor, em vez de dirigir em um carro do tamanho de uma lata de atum”, comentou.

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Vinnie contou que ele era esperado para trabalhar no disco que se tornou “Animalize” (1984), que acabou gravado por Mark St. John e, algumas faixas, por Bruce Kulick. “A última coisa que me disseram foi: ‘vamos gravar um novo disco, volte em dois meses com suas novas músicas’. Fiz demos de ‘Boyz Are Gonna Rock’, ‘Shoot U Full Of Love’, ‘No Substitute’, ‘Animal’ e ‘Twisted’ (que acabariam sendo gravadas pelo Vinnie Vincent Invasion). Então, eles me chamaram de volta e eu disse: ‘quero voltar, mas tenho que sobreviver’ […] Disseram: ‘a menos que você assine o contrato, não pode voltar’. E eu disse: ‘isso vai partir meu coração, mas não posso’. Um mês depois, em maio de 1984, me mandaram uma carta de demissão. Foi redundante, porque eu já havia dito que não voltaria”, afirmou.

Na década seguinte, Vinnie foi convidado para compor algumas músicas com Gene Simmons e Paul Stanley, para o álbum que se tornaria “Revenge” (1992). Eles fizeram “Unholy”, “Heart Of Chrome” e “I Just Wanna”. A situação também foi problemática e conduziu Vincent a uma ação judicial, mas ele só comentou sobre boas memórias desse período.

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“Acho que vi Gene em um estúdio de gravação e ele disse: ‘estamos gravando um novo disco; entre em contato, vamos trabalhar juntos’. Então, ‘Revenge’ aconteceu com aquelas músicas. […] ‘Unholy’ foi feita por Gene e eu, era o nosso bebê. Paul e eu fizemos duas músicas e trabalhamos juntos no disco por um ano. E foi divertido novamente. Sempre que trabalhamos juntos, era um prazer”, disse.

Batalhas na justiça

Ainda durante a sessão de perguntas e respostas do sábado (20), Vinnie Vincent voltou a falar sobre os processos movidos contra o Kiss – o músico foi derrotado em todos. Segundo ele, tudo poderia ter sido evitado.

“Tentei dizer por anos – de 1991 a 1997 – se não poderíamos chegar a um acordo. Não queria fazer aquilo, mas o que é certo, é certo. E disseram não. Isso me machucou muito e não havia nada a fazer, a não ser arquivar o processo”, afirmou.

O músico disse que foi um “milagre” ter sobrevivido a essas ações judiciais, assim como sobreviveu após o que aconteceu em 1984. “Finalmente, resolvemos nossos problemas sete anos atrás. Mas estive no inferno por 20 anos, e foi meu inferno – ninguém sabia. E eu vi que todos estavam falando sobre mim e pensava: ‘que vergonha’. Poderíamos ter tido uma grande banda. Ainda podemos, porque a mágica nunca acaba. Ainda os amo. Respeito Gene e Paul com todo o coração, eu os amo”, pontuou.

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Igor Miranda
Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

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