Os 20 anos de “Youthanasia”, a redenção melódica do Megadeth

Megadeth: “Youthanasia”
Lançado em 1° de novembro de 1994

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A crescente do Megadeth finalmente chegou o auge com a dupla “Rust In Peace” (1990) e “Countdown To Extinction” (1992). Mas os problemas com a nova formação, como de costume na carreira da banda de Dave Mustaine, começavam a aparecer. Mustaine não se ajudava, com os seus vícios, hoje já superados. Mas Marty Friedman e, especialmente, Nick Menza aparentemente só queriam saber de grana.
Ma mesma época da turnê de “Countdown To Extinction”, Dave Mustaine precisou ser internado e ter o seu vício devidamente tratado. Shows foram cancelados devido a isso. Muita grana foi para o ralo. Nem Mustaine, nem os demais, ficaram felizes com a situação. Além das questões financeiras que eram alvo de polêmica, o grupo precisava dar uma resposta em relação ao disco antecessor, que teve o melhor desempenho comercial até então.
A resposta foi um disco ainda mais melódico e comercial, apesar de manter um pouco das raízes do thrash metal – estava bem mais para heavy metal, na verdade. “Youthanasia” não está no meu top 5 do Megadeth, mas é um ótimo disco. E correspondeu comercialmente – o que, aparentemente, foi um objetivo que interferiu no processo criativo. “New World Order”, uma faixa bônus do relançamento de 2004, que aparece em versão demo, mas entrou finalizada no disco “TH1RT3EN” (2011), reflete a mudança: a canção tem riffs mais pesados, o que provavelmente a deixou de fora da tracklist original.
Dave Mustaine vivia sua melhor fase enquanto compositor e, quem diria, cantor. O acompanhamento de Marty Friedman é diferenciado. David Ellefson e Nick Menza se davam muito bem juntos. Tudo funcionou bem aqui. Mas alguns detalhes mudaram: os ritmos estavam mais cadenciados e, obviamente, os riffs (ainda matadores) tiveram uma leve adaptação justamente pela alteração rítmica, o que tirou um pouco da impressão digital de Mustaine.
Em sua biografia, “Memórias do heavy metal”, Dave Mustaine relata um problema na divulgação de “Youthanasia”: o clipe do carro-chefe “A Tout Le Monde” foi banido da MTV. O motivo é besta: em um evento da emissora, Mustaine relata ter errado a ordem do repertório e anunciado a canção como “a música que fala sobre quantas vezes já tentei me matar” – quando, na verdade, era “Skin O’ My Teeth”. O canal, que ditava tendências e impulsionava vendas à época, não transmitiu mais o vídeo. Vale ressaltar que um registro ao vivo, ao final do texto, desmente o ruivão – no show, ele até cita o nome da canção.
Mesmo assim, “Youthanasia” vendeu muito bem (conquistou disco de platina nos Estados Unidos ainda na semana de lançamento) e garantiu uma turnê de divulgação extensa que, inclusive, passou pelo festival Monsters Of Rock no Brasil. Com heavy metal, o Megadeth conseguia sobreviver aos anos 1990: até o momento em questão, claro, porque o futuro do grupo na década não foi dos melhores.
Apesar de não ser um dos melhores discos do Megadeth, “Youthanasia” tem ótimos momentos. Meus destaques: “Reckoning Day” abre o disco com muito peso sem apelar para exagero de graves, “Train Of Consequences” é uma paulada com refrão grudento, “Family Tree” é um lado B interessante e o single baladesco “A Tout Le Monde” resume a versatilidade do gênio Dave Mustaine enquanto compositor.

Dave Mustaine (vocal, guitarra)
Marty Friedman (guitarra)
David Ellefson (baixo)
Nick Menza (bateria)

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Músico adicional:
Jimmie Wood (gaita em 2 e 5)

1. Reckoning Day
2. Train of Consequences
3. Addicted to Chaos
4. A Tout le Monde
5. Elysian Fields
6. The Killing Road
7. Blood of Heroes
8. Family Tree
9. Youthanasia
10. I Thought I Knew It All
11. Black Curtains
12. Victory

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Igor Miranda
Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

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