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A banda dos anos 80 que fez Bruce Dickinson dizer: “não quero acabar assim”

Rotina de turnê intensa deixou vocalista do Iron Maiden exausto e um tanto ansioso — e observar comportamento de colegas de profissão não ajudou

O Iron Maiden viveu seu momento de maior popularidade no meio da década de 1980. Isso cobrou preços muito altos para alguns dos integrantes — como Bruce Dickinson, que sentiu-se exausto após anos intensos de muito trabalho. Perceber o estado em que se encontravam alguns de seus colegas de profissão certamente não ajudou em sua recuperação.

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Em entrevista à Classic Rock (via Music Radar), o vocalista do Maiden revelou que uma turnê conjunta com uma banda grande da época, o Mötley Crüe, serviu de estopim para que retomasse o contato com a esgrima e se dedicasse a outras atividades além da música, o que o transformou em um verdadeiro polímata com o tempo. Dickinson contou:

“Foi aí que comecei a fazer atividades extracurriculares, como esgrima. Eu estava pensando: ‘preciso fazer algo que mantenha meu cérebro limpo’. Porque estava olhando em volta para nossos contemporâneos dos anos 80… Nós fizemos uma turnê com o Mötley Crüe. Completos desastres, muitos deles autoinduzidos. E eu pensava: ‘por favor, me diga que não vamos acabar assim!’”

Bruce revelou que a rotina estressante da “World Slavery Tour”, que promovia “Powerslave” (1984), levou os integrantes do Iron Maiden a um caminho perigoso. O vocalista explicou:

“Você não é parte da sociedade normal. Transtorno de estresse pós-traumático, deslocamento – é efetivamente isso que você tem. E dependendo do seu tipo de personalidade, você lida com isso de maneiras diferentes. Steve (Harris, baixista) se tornou um recluso. Adrian (Smith, guitarrista) estava bebendo rumo a uma morte precoce. Eu estava ocupado transando com qualquer coisa que se movia. E nada disso era saudável.”

Bruce Dickinson vs. Mötley Crüe

Não é a primeira vez que o frontman do Iron Maiden alfineta o Mötley Crüe — e há até mesmo uma questão mal resolvida entre eles. Há uma lenda de que Bruce compôs “Tattooed Millionaire”, faixa-título de seu primeiro álbum solo, em 1990, sobre uma suposta traição de sua primeira esposa com Nikki Sixx, baixista e líder da banda de hard rock.

Perguntado sobre o tema pelo Herald Sun, em 2007, Dickinson não respondeu diretamente, mas criticou o grupo e destacou outra polêmica da longa lista do Crüe. O cantor afirmou:

“Mötley Crüe… famosos por serem famosos. Você ouve: ‘oh, Mötley Crüe, os caras são bad boys que fizeram isso e aquilo’. Grande coisa. Por exemplo, garotos mal comportados? Isso não é novidade. Eu não vejo o que há de tão grande coisa nisso. Vá a algum clube de Rugby, então. O vídeo sexual de Tommy Lee e Pamela Anderson, aquilo era quase que um circo de horrores. ‘Venham e vejam o abominável homem deformado’. Eu prefiro que as coisas se limitem ao âmbito da música”.

Em 2024, perguntado novamente pelo Songfacts, Bruce negou que Nikki seja o “milionário tatuado” da música em questão. Ele afirmou:

“Todo mundo gosta de pensar que era sobre Nikki Sixx. E apesar de ele ser meio que o exemplo, na verdade era um amálgama de toda uma geração de coisas. É claro que, agora, milionários tatuados são absolutamente normais. Nada a ver com música.”

Ainda assim, o Crüe lançou o álbum “New Tattoo” em 2000 como uma forma de tirar sarro da situação, com direito a reproduzir na capa o dragão presente no single de Dickinson. O vocalista do Iron Maiden já está no terceiro casamento depois do suposto ocorrido.

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André Luiz Fernandes
André Luiz Fernandes
André Luiz Fernandes é jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP). Interessado em música desde a infância, teve um blog sobre discos de hard rock/metal antes da graduação e é considerado o melhor baixista do prédio onde mora. Tem passagens por Ei Nerd e Estadão.

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