Por que Satriani recusou tributo ao Van Halen com Alex, mas topou com Sammy Hagar

Ideia de homenagem pensada pelo irmão do saudoso Eddie Van Halen e David Lee Roth era diferente da executada na “The Best of All Worlds”

Desde julho, Joe Satriani está excursionando ao lado de Sammy Hagar em um tributo ao Van Halen. Intitulada “The Best of All Worlds”, a série de shows que passou pela América do Norte tem como principal intuito homenagear a banda em questão. Nas palavras do próprio guitarrista, cada apresentação é como “uma aventura musical emocionante”.

Para o músico, tocar faixas antes executadas pelo saudoso Eddie Van Halen representou certa dificuldade no início. Justamente porque passou a vida inteira tentando não “copiá-lo”.

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Ao canal Masters of Shred (via Guitar Player), ele havia explicado em abril:

“Eu tentei o meu melhor para evitar tocar como Eddie desde sempre. Eu sou um grande fã e nunca aprendi suas músicas de propósito, para não copiar nada. Então desta vez eu tive que aprender as músicas e pensei, ‘isso vai ser uma tortura’.”

Satriani tem consciência de que soa diferente do saudoso colega de profissão. Mas o principal, de acordo com o instrumentista, é respeitar o legado de Eddie e dar o seu melhor, adicionando sua marca registrada.

Porém, nem sempre pensou assim. No passado, ele não se sentia pronto para “ocupar” tal função. Tanto é que, ao receber uma oferta do baterista Alex Van Halen para um tributo, recusou. 

Detalhes da oferta recusada por Joe Satriani

Ao podcast Rock of Nations em abril de 2022, Joe Satriani revelou que estava há cerca de um ano conversando com o irmão de Eddie Van Halen e com o vocalista David Lee Roth a respeito de uma turnê em homenagem ao Van Halen. Agora, como contou à Guitarist (via Guitar), apesar de ter sido convencido a aceitar a proposta à época, percebeu que não conseguiria tocar as criações de Eddie por ser um músico muito diferente.

Ele disse:

“[Quando Alex me chamou], disse: ‘de jeito nenhum, não consigo fazer isso, é muito difícil’. Mas Alex me convenceu de que eu conseguiria, e então, algumas semanas depois, nada havia mudado. Eu pensei, ‘cara, algumas dessas músicas são… elas simplesmente não são eu.’ Eddie tocou de uma forma completamente diferente. O timing dele é tão diferente do que eu fiz por décadas.”

O convite de Sammy Hagar

Já a turnê de Sammy Hagar envolveu mais naturalidade. Além dos dois já terem trabalhado juntos no Chickenfoot, a ideia do giro era incluir músicas solo do colega e não só canções do Van Halen, o que diminuiu a pressão.

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Até a seleção de faixas da banda não era a mesma, segundo Satriani: 

“[Aceitei] porque era um amigo me chamando para fazer uma retrospectiva de toda a carreira dele. Isso acabou incluindo de 15 a 20 músicas do Van Halen, mas elas eram diferentes das músicas que Dave e Alex queriam tocar. Dave não ia fazer nada da ‘era Van Hagar’, nada que saiu depois que ele deixou a banda.”

Assim, o guitarrista entendeu que estaria celebrando a trajetória do amigo e não necessariamente o Van Halen, o que tornou a missão mais fácil. Ele afirma:

“Quando Sammy entrou, Eddie passou por uma mudança real. Ele se tornou muito mais progressivo, algo totalmente diferente para eu explorar. Mas eu também pensei ‘esse não é um tributo ao Van Halen, esse é um tributo ao legado de Sammy que por acaso inclui muitas músicas do Van Halen’.”

Sammy Hagar e “The Best of All Worlds”

Organizada pela Live Nation, a turnê “The Best of All Worlds” conta com apresentações por América do Norte e Japão até setembro. Datas e mais detalhes podem ser conferidos no site RedRocker.com.

Além de Sammy Hagar, o baixista Michael Anthony, que fez parte do Van Halen entre 1974 e 2006, também participa da excursão. Completam a formação o guitarrista Joe Satriani, parceiro do vocalista e Michael no já findado Chickenfoot, e o baterista Jason Bonham — embora tenha sido substituído em alguns shows por Kenny Aronoff, também envolvido com o Chickenfoot. Por fim, o músico de apoio Rai Thistlethwayte tem assumido primariamente teclados.

Normalmente, o setlist da excursão contém 21 músicas, a maior parte do catálogo do Van Halen. Há espaço para hits da era Van Hagar, como “Why Can’t This Be Love”, “When It’s Love”, “Right Now” e “Poundcake”, além de faixas um pouco mais obscuras do período, a exemplo de “5150”, “The Seventh Seal” e “Judgement Day”.

A fase David Lee Roth contou com três acréscimos: “Panama”, “Ain’t Talkin’ ‘Bout Love” e “Jump”. Ainda aparecem canções da carreira solo de Hagar, a exemplo de “I Can’t Drive 55”, “Eagles Fly” e “There’s Only One Way to Rock”. Em número solo, Joe Satriani executa “Satch Boogie”.

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Maria Eloisa Barbosa
Maria Eloisa Barbosahttps://igormiranda.com.br/
Maria Eloisa Barbosa é jornalista, 22 anos, formada pela Faculdade Cásper Líbero. Colabora com o site Keeping Track e trabalha como assistente de conteúdo na Rádio Alpha Fm, em São Paulo.

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