Causa da morte de CJ Snare (Firehouse) é revelada

Vocalista faleceu na última sexta-feira (5), aos 64 anos; notícia foi divulgada ao público somente dois dias depois

A causa da morte de CJ Snare foi confirmada por sua família. O vocalista do Firehouse tinha 64 anos e faleceu na última sexta-feira (5), embora a notícia tenha sido divulgada apenas no domingo (7).

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Heather, filha do cantor, informou ao site TMZ que a causa oficial direta foi uma parada cardíaca. No entanto, o problema que o levou a óbito pode estar relacionado a um diagnóstico de câncer de cólon.

Katherine Little, viúva de Snare, compartilhou uma publicação no Facebook com mais informações sobre seu estado de saúde nos últimos anos. Ela declarou:

“É com pesar que escrevo isto e é extremamente difícil encontrar as palavras certas. CJ deixou este mundo na sexta-feira, 5 de abril. Passei mais de 8 anos maravilhosos com esse homem e o amo profundamente.

Em setembro de 2020, CJ foi diagnosticado com câncer de cólon em estágio 4 (o mais avançado). Seu prognóstico inicial era sombrio, mas isso não o impediu. Procuramos uma segunda opinião e em setembro de 2021 ele passou por uma operação que salvou vidas que nos deu estes últimos anos com ele. Ele teve uma postura incrivelmente positiva durante toda esta doença. Ele era tão forte. Ele nunca perdeu a esperança. Tudo o que ele queria era ser o CJ que todos vocês conhecem e amam. Na primavera passada (outono no hemisfério sul), ele começou a ter mais alguns problemas e fez outra cirurgia em outubro de 2023. Esta última cirurgia deixou-o muito fraco e incapaz de viver uma vida plena. Estou ao lado dele desde o primeiro dia e nunca teria desistido dele.

CJ deixa três filhos maravilhosos que são muito especiais para mim. A vida nunca será a mesma. Não estou pronta para enfrentar isso. Há muito a dizer, mas as palavras são incrivelmente difíceis neste momento. Por favor, respeite nossa família durante este momento de luto e mantenha-nos em seus pensamentos.”

Sabe-se que o cantor passou por pelo menos duas cirurgias nos últimos anos: uma em região não especificada em 2021 e outra no abdômen, mencionada por Katherine, em 2023. Andrew Freeman (Last in Line) e o canadense Travis Cormier o substituíram em shows recentes.

Um comunicado publicado pelo Firehouse nas redes sociais diz:

“Hoje é um dia triste para o rock n’ roll. É com grande tristeza que informamos ao mundo que perdemos nosso irmão: CJ Snare, guerreiro do rock and roll, vocalista principal e membro fundador do Firehouse.

CJ Snare faleceu inesperadamente em casa na noite de sexta-feira, 5 de abril de 2024. Ele era um jovem de 64 anos.

Como todos sabem, era esperado que CJ voltasse aos palcos com a banda neste verão (inverno no hemisfério sul), após se recuperar de uma cirurgia.

Estamos todos em choque com a morte prematura de CJ. Ele foi indiscutivelmente um dos melhores talentos vocais de uma geração, viajando pelo mundo com o Firehouse sem parar nos últimos 34 anos.

Nossas mais sinceras condolências vão para toda a família Snare, Katherine Little, amigos e todos os nossos amados fãs em todo o mundo.

‘Reach for the sky’, CJ! Sua falta será para sempre sentida pela família, amigos, fãs e seus companheiros de banda. Você está cantando com os anjos agora.”

CJ Snare e Firehouse

Nascido em 14 de dezembro de 1959, em Washington D.C., nos Estados Unidos, Carl CJ Snare foi um dos fundadores do Firehouse ao lado de Bill Leverty (guitarra), Michael Foster (bateria) e Perry Richardson (baixo). O grupo nasceu da união de outros dois projetos: White Heat (de Leverty e Foster) e Max Warrior (com Snare e Richardson).

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Inicialmente residentes de Richmond, no estado americano da Virgínia, eles se mudaram para Charlotte, Carolina do Norte, e se dedicaram integralmente à banda. Assinaram com a gravadora Epic em 1989 e lançaram seu álbum de estreia homônimo no ano seguinte, vendendo 2 milhões de cópias somente nos Estados Unidos.

Em janeiro de 1992, o quarteto conquistou o prêmio de Artista Favorito de Hard Rock/Heavy Metal no American Music Awards, que correspondia ao ano de 1991. Artistas como Nirvana e Alice in Chains, que já haviam se estabelecido em meio ao estouro do grunge/rock alternativo, foram desbancados naquela premiação.

Alguns de seus trabalhos seguintes mostraram que o Firehouse foi capaz de resistir até mesmo à perda de popularidade do chamado hard rock oitentista. “Hold Your Fire” (1992), segundo álbum, conquistou certificação dourada nos Estados Unidos. O terceiro, “3” (1995), foi seguido por um registro acústico, “Good Acoustics” (1996), também premiado com disco de ouro, mas em mercados alternativos como Malásia, Tailândia e Filipinas.

O Brasil também abraçou a banda no período. O sucesso nacional de “I Live My Life For You”, canção lançada em “3”, levou o quarteto a fazer uma passagem por aqui, sem shows, para divulgar o disco em programas de TV, como “Programa Livre” e “Xuxa Park”. A faixa chegou a entrar na trilha sonora da novela “A próxima vítima”, da Globo.

Sobre não ter feito shows no Brasil, o guitarrista Bill Leverty explicou, à revista Roadie Crew:

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“Fomos ao Brasil apenas para uma promo tour e naquela época tínhamos mesmo a intenção de voltar aí para fazer uma turnê, mas não houve acerto com os promotores de shows. Nós estávamos esperando uma oferta legítima para assinar o contrato, mas isto nunca de fato aconteceu […] Com respeito à música ‘I Live My Life For You’, na época ficamos sabendo que ela seria incluída numa novela para a TV e nos sentimos honrados com isso, pois sei que as novelas brasileiras fazem muito sucesso, inclusive em outras partes do mundo.”

Em entrevista ao Rock Eyez, no ano de 2005, C.J. Snare relembrou essa aventura curiosa do Firehouse no mainstream da década de 1990:

“No início dos anos 1990, surpreendemos muitas pessoas por sermos a única banda do estilo a ter um hit no top 20 em meio à cena de Seattle. Isso foi com ‘I Live My Life For You’, em 1995. Lembro como a indústria reagiu a isso… foram pegos com as calças arriadas. Agora que você tem conglomerados musicais que monopolizam o que você escuta, para mim, o ‘pop’ é o que gravadoras querem que seja. Se é o que vai tocar na MTV e o que tem dólares das grandes companhias por trás, é o que os garotos vão escutar.”

Apesar do grande feito, a dobradinha “3” e “Good Acoustics” representou o último suspiro do Firehouse no mainstream. O contrato com a Epic Records foi encerrado na sequência e a banda assinou com o selo japonês Pony Canyon. A popularidade do grupo passou a ser trabalhada em território asiático daquele momento até o início da década de 2000, com três discos – “Category 5” (1999), “O2” (2000) e “Prime Time” (2003).

Depois disso, as próprias atividades do Firehouse deram uma esfriada. O único disco lançado após “Prime Time” foi “Full Circle” (2011), com regravações dos hits passados. A partir daí, o grupo passou a focar apenas em suas apresentações ao vivo, com agenda restrita praticamente só aos Estados Unidos.

Para shows, o Firehouse veio ao Brasil duas vezes. A primeira ocasião se deu em 2007, com data única no Circo Voador, Rio de Janeiro. A segunda ocorreu em 2013, também em compromisso singular, no Manifesto Bar, em São Paulo.

Além de sua banda principal, CJ Snare gravou colaborações com a banda de hard rock cristão Liberty N’ Justice e registrou um álbum com o projeto paralelo Rubicon Cross. Ele deixa três filhos.

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Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

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