A mentira de Roger Waters sobre “A Momentary Lapse of Reason”, segundo David Gilmour

Guitarrista insiste que história sobre ter parado e começado álbum do zero não passa de lorota de um amargurado Waters, recém-saído do Pink Floyd

Roger Waters deixou o Pink Floyd para nunca mais voltar em 1985. Dois anos depois, David Gilmour reuniu o que sobrou das brigas dentro e fora da Justiça para lançar “A Momentary Lapse of Reason”, uma tentativa de renascimento da banda.

O trabalho foi alvo de críticas de Waters quando saiu. Comentários que Gilmour afirma serem mentirosos.

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Em entrevista de 1988 à revista Penthouse, um ano depois do lançamento, o baixista disse que um executivo da gravadora CBS chamado Stephen Ralbovsky teria escutado o novo disco do Pink Floyd ainda em fase de concepção. Supostamente desgostoso com o que ouviu, ele teria sugerido a Gilmour que abandonasse tudo e começasse do zero.

A resposta do guitarrista veio 20 anos depois, em 2008, durante uma conversa com a revista Mojo, onde ele foi questionado a respeito da declaração de Waters. Gilmour explicou a situação com Ralbovsky. Porém, ele nega que tenha começado o álbum do zero — embora admita alguns tropeços.

“Um monte de mentiras. Eu nunca parei e comecei de novo. Nós temos um longo histórico de dizer: ‘f*da-se, nós vamos entregar o disco quando ele estiver pronto, com capa, e aí vocês podem vende-lo’. Stephen Ralbovsky veio e quis ouvir algumas coisas. Ele era um amigo. É totalmente possível que ele não tenha ficado impressionado. Nós só estávamos naquilo há 3 semanas e tinha uma música que eu toquei para ele um ano antes, que eu tinha feito em casa com Simon Phillips (baterista). Era uma boa faixa, mas não combinava com nada. Steve perguntou: ‘o que aconteceu com aquela?’. E eu disse que não entraria. Quaisquer que tenham sido seus pensamentos, ele os guardou para si e não foi convidado a fazer nada além disso.”

A opinião de David Gilmour sobre “A Momentary Lapse of Reason”

Na mesma entrevista de 2008, David Gilmour também deu sua opinião sobre o álbum em si, que conta com a volta do tecladista Richard Wright. As sessões foram marcadas pelos experimentos com uma sonoridade mais eletrônica e tecnológica, bem como a participação de músicos de estúdio, como o baixista Tony Levin e o baterista Carmine Appice.

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“Tem alguns momentos ótimos nele – ‘Sorrow’, ‘On the Turning Away’, ‘Learning to Fly’. Mas, assim como a maioria das pessoas, ficamos presos nessa coisa dos anos 80. Ficamos meio empolgados demais com toda a tecnologia que foi jogada em nós, e Rick (Richard Wright) e Nick (Mason, baterista) foram ambos bastante ineficientes.”

Mesmo a banda que fez a turnê, registrada no álbum e vídeo “Delicate Sound of Thunder” (1988), não contou com a aprovação total do terceiro líder do grupo.

“A questão é que, um mês depois de começarmos a turnê ‘Lapse’, Nick e Rick estavam de volta. Mas, é claro, eu também tinha essas outras pessoas a bordo [o percussionista extra Gary Wallis e o segundo tecladista Jon Carin]. Sim, Jon é brilhante, mas Jon não é Rick.”

Pink Floyd e “A Momentary Lapse of Reason”

“A Momentary Lapse of Reason” vendeu mais de 10 milhões de cópias em todo o mundo. Chegou ao 3º lugar nas paradas britânica e norte-americana.

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Parte do material estava sendo preparado para um terceiro trabalho solo de David Gilmour, que contou com colaborações externas nas composições.

Músicos como o baterista Carmine Appice, o baixista Tony Levin e o produtor Bob Ezrin participaram das gravações.

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André Luiz Fernandes
André Luiz Fernandes
André Luiz Fernandes é jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP). Interessado em música desde a infância, teve um blog sobre discos de hard rock/metal antes da graduação e é considerado o melhor baixista do prédio onde mora. Tem passagens por Ei Nerd e Estadão.

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