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Crítica: Tartarugas Ninja voltam renovadas em “Caos Mutante”

Mesmo após tantos reinícios, heróis de casco são reinventados com sucesso mais uma vez — agora, em obra produzida por Seth Rogen

Não é todo mundo que gosta de Seth Rogen como ator. Contudo, ele vem chamando atenção nos últimos anos em outro posto: o de produtor, tomando a frente de obras como “The Boys” e “Invencível”, ambas adaptações de quadrinhos. Fica claro que ele se envolve apenas com materiais dos quais já é fã, fazendo o que outro fã gostaria de ver. E ele acerta neste departamento mais uma vez com “As Tartarugas Ninja: Caos Mutante”.

Em um vídeo divulgado pela Paramount Pictures, Rogen aponta que sempre se incomodava com o fato das personagens quase nunca serem retratadas como adolescentes. Vale lembrar que o nome original da franquia é “Teenage Mutant Ninja Turtles” — a parte de “Adolescentes Mutantes” se perdeu na adaptação.

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Essa observação dita o ritmo do novo longa animado, sétima adaptação dos heróis de casco para os cinemas. Pela primeira vez, as Tartarugas não só são representadas como jovens críveis, como também como adolescentes contemporâneos.

Sem nostalgia barata

Fenômeno cultural nas décadas de 1980 e 1990, as Tartarugas geralmente apelam muito para a nostalgia de quarentões. Isso atrapalha às vezes, com produções voltadas apenas para esse público. “Caos Mutante” não repete esse erro, pois se comunica bem com os jovens da atualidade.

As Tartarugas são dubladas no original por jovens atores, e seus diálogos trazem gírias, gostos e referências sincronizados com o jovem atual. Isso sem deixar 100% de lado o adulto saudosista, que ainda encontra algumas referências condizentes com seus gostos.

Mais acertos

A origem da Tartarugas é contada mais uma vez. Contudo, quase todo o resto tem gosto de novidade.

Outro grande acerto do filme é deixar de lado o manjado vilão Destruidor para investir em vários outros personagens, enriquecendo a mitologia desta nova versão com mutantes dos mais variados tipos. Ótimo para vender brinquedos, mas também para criar dinâmicas mais diversas.

O estilo de animação, num primeiro momento, lembra os filmes do “Aranhaverso”, mas rapidamente fica claro que “Caos Mutante” tem identidade própria. O traço utilizado remete às origens das Tartarugas nos anos 1980: os quadrinhos independentes. É um estilo mais rudimentar, com um traço “sujo” que resulta num visual bem particular, inventivo e funcional.

“As Tartarugas Ninja: Caos Mutante” é uma animação muito agitada e bem amarrada, com alta dose de humor e bastante coração. Arrisco dizer que tem muito mais alma do que muitos filmes de super-heróis em live-action nos últimos anos.

*“As Tartarugas Ninja: Caos Mutante” estreia nesta quinta-feira (31) nos cinemas brasileiros.

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Leonardo Vicente Di Sessa
Leonardo Vicente Di Sessahttps://falaanimal.com.br/
Formado em Propaganda & Marketing, Leonardo Vicente acabou tragado pelo mundo dos quadrinhos e assuntos nerds, atuando como jornalista especializado na área desde 2001. Também revisor e editor, mantém o site Fala, Animal! e o podcast de mesmo nome, participando ainda da equipe da revista Mundo dos Super-Heróis e do podcast Mansão Wayne. É autor de livros como Os Cavaleiros das Trevas, O Homem que Ri e Prodígio: 80 Anos do Robin.

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