Como os anos 80 levaram o Nirvana a fazer sucesso, segundo Krist Novoselic

Para o baixista, o rock na década de 1990 era previsível e precisava de um nome vanguardista

No início da década de 1990, o Nirvana estourou com o lançamento do álbum “Nevermind”. O disco, que já vendeu mais de 30 milhões de cópias mundialmente, fez história ao chegar no topo da parada americana Billboard 200, tirando “Dangerous”, de Michael Jackson, do primeiro lugar. 

Nem o próprio grupo grunge imaginava tal sucesso na época. Porém, hoje em dia, o baixista Krist Novoselic tem um palpite para a repercussão estrondosa do projeto.

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Ao canal Rock Feed (via Kark Post), o músico atribuiu a ascensão do Nirvana à “cena clichê” do rock na década de 1980. Na opinião do artista, o gênero não saía da mesmice, o que possibilitou o destaque de novos nomes no período. 

“Rebobine para o início dos anos 1990. O rock mal chegava ao topo das paradas, o gênero ficava na previsibilidade. Enquanto tínhamos bandas que arrastavam multidões e produziam músicas notórias, o rock precisava de novos ares. Gigantes como Bon Jovi, Poison e Guns N’ Roses estavam no auge, mas havia um vazio, uma necessidade de algo vanguardista.”

Continuando, Novoselic explicou como o Nirvana, apesar de ter variadas referências, trazia sobretudo uma alma punk em sua música, que não necessariamente seguia as regras convencionais do estilo. 

“Do nada, uma nova onda de rock varreu a cena. Enquanto bandas como Beatles, Black Flag e Black Sabbath influenciaram o som do Nirvana, nossas almas eram punk. No entanto, não nos vinculamos às suas doutrinas rigorosas. Os anos 80 tiveram puristas punks, que com o seu radicalismo fervoroso, descartaram as notoriedades do rock, as enxergando como contaminadas e os artistas como enganosos.”

Nirvana, grunge e revolução no rock

Em 2016, ao site WNYC (via Whiplash), o baixista descreveu o grunge como uma espécie de revolução no rock. Ainda citou, de forma mais geral, as mudanças no cenário musical daquela fase e, por consequência, a importância delas.

“Em 1990, eu estava vivendo em Tacoma, Washington, e tocávamos nessa pequena banda, que, um ano depois, virou a número um no mundo todo. Isso apenas nos mostra que a mudança sempre vem. O antigo regime havia desaparecido e havia um novo regime musical, que de alguma forma foi denominado como ‘música alternativa’. Mas não, era um novo rock e não uma coisa alternativa. É grunge, música rock’n roll, um novo rock surgindo, caras. Em seguida, as coisas mudaram, porque parecia que havia uma nova consciência e sensibilidade na música. Eu acho que essa ética do punk rock realmente veio junto conosco, sendo que outras bandas também mostraram isso para o mainstream.”

A opinião de Dave Grohl

Dave Grohl, antigo companheiro de banda de Krist Novoselic, tem uma opinião parecida. Em conversa com a revista Uncut em 2021, celebrando os 30 anos de “Nevermind”, o baterista, que hoje lidera o Foo Fighters, citou que o som da “moda” era totalmente diferente do que o Nirvana fazia.

“Você também precisa lembrar o que era popular naquela época. Era Wilson Phillips, era Mariah Carey e a p**ra do Bon Jovi. Não eram bandas como nós. Então parecia totalmente implausível que chegássemos perto desse tipo de sucesso.”

Na visão do músico, a receita para o sucesso foi simples, mas ao mesmo tempo única: tudo encaixou, da forma ideal para aquele momento.

“Tudo soava bem: a bateria no (estúdio) Sound City, a produção de Butch Vig. A banda estava entrosada e as músicas de Kurt eram ótimas. Nós fazíamos um ou dois takes e também um overdub aqui e ali, Kurt ia e fazia os vocais e era cristalino e tão poderoso, melódico e bonito que você ficava orgulhoso daquilo – e nós definitivamente estávamos orgulhosos daquilo.”

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Maria Eloisa Barbosa
Maria Eloisa Barbosahttps://igormiranda.com.br/
Maria Eloisa Barbosa é jornalista, 22 anos, formada pela Faculdade Cásper Líbero. Colabora com o site Keeping Track e trabalha como assistente de conteúdo na Rádio Alpha Fm, em São Paulo.

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