Críticas de Kurt Cobain a “Nevermind” não faziam sentido, segundo empresárío

De acordo com Danny Goldberg, álbum responsável por fazer a banda estourar mundialmente foi acompanhado por seu frontman em cada passo da produção

Falecido em 1994, o vocalista e guitarrista do Nirvana, Kurt Cobain, não enxergava “Nevermind” como o álbum definitivo de sua banda. O músico, inquieto por natureza, chegou a criticar em entrevistas o disco – que é, de longe, o mais famoso da banda.

Será que ele realmente não gostava de “Nevermind”? Ou isso fazia parte de uma espécie de “personagem” que repudiava tudo o que fazia sucesso – inclusive suas próprias obras?

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O antigo empresário do Nirvana, Danny Goldberg, parece acreditar na segunda hipótese. Em recente entrevista ao podcast Cobras and Fire, transcrita pelo Metal Castle, o profissional destacou que não há como o líder da banda odiar “Nevermind”, já que o álbum apresenta, do início ao fim, a visão artística do próprio Cobain.

De acordo com Goldberg, o frontman do Nirvana buscava um “equilíbrio em seu relacionamento com a subcultura punk”, que o influenciou muito na adolescência.

“Kurt reconhecia o quanto aquilo era algo ‘outsider’, o quanto a integridade era importante, as emoções da plateia. Mesmo que fossem apenas uma pequena parte do público total do Nirvana, eles eram os fãs originais. Ele sempre quis se manter verdadeiro a essa parte de si.”

Motivação por trás

Dessa forma, segundo Danny Goldberg, Kurt Cobain falava algumas “bobagens” sobre “Nevermind” em entrevistas após o sucesso do disco. E havia um motivo para isso. Porém, soava incoerente.

“A ideia era tentar reconhecer a diferença entre os fãs puros do punk e esse público de rock de massa que também gostava do Nirvana. Mas Kurt controlou completamente o som daquele disco. Não é como se alguém tivesse imposto qualquer coisa para ele. Ele controlou até a quantidade de eco que tinha ou não no microfone, controlou as mixagens, controlou a masterização.”

Mesmo sendo a estreia do Nirvana em uma grande gravadora, “Nevermind” foi gravado pela banda de forma bem autônoma.

“Kurt ia fisicamente à masterização do álbum. Ele tinha que aprovar tudo, tinha a palavra final em cima de tudo. Ele quis que fosse feita uma remixagem, então, ele aprovou a remixagem, ele escolheu o cara que fez. Era o disco dele.”

Bullies na plateia

Por outro lado, há certa compreensão em torno do motivo pelo qual Kurt Cobain fazia críticas à sua obra mais popular. Danny Goldberg reflete:

“O sucesso desse disco o transformou em outra coisa. Era algo separado de uma obra de arte – virou uma declaração cultural de massa. E ele enfatizou isso com os fãs de punk. Era estranho ter seus bullies da escola na sua plateia anos depois. Ele disse algumas coisas sobre a produção de ‘Nevermind’, mas não acho que ele realmente acreditava que havia algo errado, pois era o disco dele.”

Nirvana e “Nevermind”

Lançado em setembro de 1991, “Nevermind” é o álbum de maior sucesso da carreira do Nirvana e um dos discos mais vendidos da história da indústria fonográfica.

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Mais de 30 milhões de cópias do trabalho foram comercializadas mundialmente, no embalo de hits como “Smells Like Teen Spirit”, “Come as You Are”, “Lithium” e “In Bloom”.

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Igor Miranda
Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

1 COMENTÁRIO

  1. Lembro dessa época, estava eu ainda usando minhas fitas cassete e logo fui atrás desse disco para gravar em uma fita!!!! Ainda tenho algo do Nirvana para ouvir: Album Bleach, In Utero e uma fita cassete do Acústico MTV!!!! Lembro de pedir uma fita VHS a um amigo emprestado na época, esse amigo meu tinha TV por assinatura onde ele gravou o Acústico MTV!!!! Nessa época Nirvana, Guns, Pearl Jam e Metallica estavam detonando no Rock…sem contar que Michael Jackson ainda estava por aí lançando o álbum Dangerous e fazendo os seus passos!!!! Época boa era essa dos anos 90, valeu!!!!

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