A banda que salvou a vida de Corey Taylor

Frontman do Slipknot os assistiu no VMA 1990, mesmo dia em que tentou suicídio pela última vez

A música não salva uma vida sozinha, mas definitivamente possui força para influenciar alguém a tomar um novo rumo, tentar novamente, recomeçar ou apenas evitar um lapso momentâneo do qual se pode não ter mais volta.

Corey Taylor é um exemplo. Na nova edição da Metal Hammer, o músico conta como uma banda salvou sua vida. E aconteceu através da mágica caixa da televisão, que era ainda mais relevante em décadas passadas.

“Ver o Faith No More no MTV Video Music Awards em 1990 me salvou. Foi o dia da minha última tentativa de suicídio. Já havia tentado algumas vezes antes. Desta vez, eu tinha acabado de atingir o fundo do fundo. Peguei um punhado de pílulas do banheiro – não sabia o que eram. Felizmente, a mãe da minha ex-namorada, que era paramédica, passou na minha casa para me ver, pois sabia pelo que eu estava passando. Ela me encontrou no chão, ligou para o 911, eles me levaram às pressas para o hospital e bombearam meu estômago, o que não recomendo.”

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Após ser liberado, o frontman do Slipknot e Stone Sour foi para a casa da avó. E lá testemunhou a apresentação do grupo.

“Eu estava deitado no sofá, pensando: ‘por que estou fazendo isso?’. Ligo a televisão e lá vem o Faith No More tocando ‘Epic’. Eles pareciam incríveis, Mike Patton estava fora de si. No dia seguinte, comecei a colocar cartazes em lojas de guitarra, procurando pessoas com quem começar bandas. E foi aí que tudo começou.”

Livre de pensamentos intrusos, Corey Taylor desenvolveu respeitável carreira como um dos grandes vocalistas das últimas décadas. Seu novo álbum solo, “CMFT 2”, sai no próximo dia 15 de setembro.

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** No Brasil, o Centro de Valorização da Vida (CVV), associação civil sem fins lucrativos, oferece apoio emocional e prevenção do suicídio, gratuitamente, 24 horas por dia. Qualquer pessoa que queira e precise conversar, pode entrar em contato com o CVV, de forma sigilosa, pelo telefone 188, além de e-mail, chat e Skype, disponíveis no site www.cvv.org.br.

Corey Taylor e saúde mental

Uma das metas pessoais de Corey Taylor é acabar com o tabu envolvendo questões de saúde mental. À Audacy, em 2020, o artista ressaltou a importância de dialogar a respeito.

“É importante que as pessoas busquem ajuda. Quando as pessoas sentem que não podem procurar ajuda, se isolam e é aí que se machucam. Não há nada de errado em admitir que você precisa de ajuda. Na verdade, se você não admite, está piorando o problema. Sinto que quanto mais falamos sobre isso, mais as pessoas sentem que não precisam esconder a situação.”

Em entrevista de 2017 ao Loudwire, o cantor do Slipknot disse considerar injusta a afirmação de que os saudosos vocalistas Chester Bennington (Linkin Park) e Chris Cornell (Soundgarden) foram “covardes” por terem tirado as próprias vidas. Ele aproveitou a ocasião para, mais uma vez, mostrar apoio a quem precisa.  

“Chamá-los de covardes é uma maneira muito imatura de encarar isso. É a maneira mais fácil de olhar para a situação, porque faz com que você não tenha que lidar com a seriedade do problema. É fácil rotulá-los assim e então virar as costas e fingir que isso nunca aconteceu, quando eles estavam sofrendo. As pessoas que lutam contra a depressão estão quase em constante estado de sofrimento […]. Se você está passando por isso, há lugares que você pode ir. Você pode falar com um amigo ou um desconhecido, há organizações, há centros, há pessoas que se dedicam a isso. Porque às vezes você só precisa de alguém para ouvir. Não vai mudar a gravidade da questão, mas vai te deixar um pouco melhor. Você não é um covarde. Você não está sozinho. Procure ajuda.”

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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