Como o Cream impressionou Roger Waters, segundo o próprio

Músico teve o privilégio de assistir o lendário power trio em um show com participação de Jimi Hendrix

Roger Waters não costuma ser muito efusivo ao elogiar o trabalho alheio – nem mesmo o próprio, na verdade. Porém, sempre há uma exceção. Foi o caso em 2005, durante declaração à Rolling Stone resgatada pelo site Brain Damage.

A edição 972 da revista tinha como matéria de capa os 100 maiores artistas de todos os tempos, chamados de “The Immortals”. O líder do Pink Floyd em sua fase mais icônica exaltou o Cream, power trio foramdo por Eric Clapton, Jack Bruce e Ginger Baker que transformou o rock através de sua sonoridade.

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Disse Waters:

“Eu estava no terceiro ano de aulas em um lugar em Londres chamado Regent Street Polytechnic School of Architecture, onde conheci Nick Mason e Rick Wright. No final de cada período, tínhamos um show. Desta vez era o Cream – em um pequeno salão onde uma vez interpretei ‘Happy Loman’ na peça ‘Death of a Salesman’, o que não vem ao caso.

A cortina se abriu e os três começaram a tocar ‘Crossroads’. Eu nunca tinha visto ou ouvido nada parecido antes. Fiquei simplesmente impressionado com a quantidade de equipamentos que eles tinham: o bumbo duplo de Ginger Baker, os dois amplificadores Marshall 4 por 12 de Jack Bruce e todo o equipamento de Eric Clapton. Foi uma visão surpreendente e um som explosivo.

Dois terços do show, um deles disse: ‘Gostaríamos de convidar um amigo nosso da América para subir no palco’. Era Jimi Hendrix, aquela foi a primeira noite em que ele tocou na Inglaterra. Ele veio e fez todas aquelas coisas agora famosas, como tocar com os dentes. Esse bilhete custou cerca de uma libra ou mais. Pode ter sido a melhor compra que já fiz.

Depois disso, o Pink Floyd começou a se profissionalizar e nos deparamos com o Cream na estrada. Eles afetaram tantas pessoas. Jimmy Page deve ter olhado para o Cream e pensado: ‘F*da-se, acho que vou fazer isso’, e então montou o Led Zeppelin. Junto com os Beatles, eles deram a nós que entramos no negócio naquela época algo a que aspirar que não era pop, mas ainda era popular.”

À época, o trio estava prestes a realizar a reunião para shows em Londres e Nova York, o que deixou Waters empolgado.

“Há canções em todos os álbuns do Cream que ainda me surpreendem, como ‘Crossroads’, ‘Sunshine of Your Love’, ‘White Room’ e ‘I Feel Free’. Eles estavam tentando desesperadamente escrever um material que fosse verdadeiramente progressivo e original. E conseguiram. É por isso que o trabalho durou tanto e tão bem. E é por isso que era impossível conseguir um ingresso para os próximos shows do Cream em Londres. Espero que meus olhos voltem a saltar das órbitas quando os vir no Royal Albert Hall.”

A reunião do Cream

Além de Roger, outras figuras lendárias presentes nos concertos de reencontro foram Bill Wyman, Steve Winwood, Paul McCartney, Ringo Starr, Brian May, Jimmy Page e Mick Taylor.

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Após essas apresentações, o Cream nunca mais subiu junto em um palco. Jack Bruce morreu em 2014 e Ginger Baker em 2019.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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