Entrevista: Eric Peterson fala sobre novo álbum do Testament e shows no Brasil

Lendária banda thrash é atração do festival Summer Breeze, em São Paulo, e se apresenta ainda em Brasília (com Kreator) e Belo Horizonte

Um dos pilares do thrash metal, o Testament foi formado em 1983 – ainda como The Legacy, antes de mudar seu nome às vésperas do lançamento do álbum de estreia, justamente intitulado “The Legacy” (1987) – e lançou seus trabalhos referenciais ainda na década de 1980. Além do debut, os igualmente fortes “The New Order” (1988) e “Practice What You Preach” (1989) foram disponibilizados no período.

E foi nessa época, ainda no fim dos anos 1980, que o quinteto americano incluiu a América do Sul em sua rota – tal qual outros hoje gigantes do estilo fizeram (Kreator e Destruction, para citar dois). Dessa forma, criou uma conexão especial com países como o Brasil, ainda que a frequência das visitas tenha aumentado apenas nos últimos quinze anos. Até agora foram seis visitas, em 1989, 2007, 2011, 2013, 2015 e 2017.

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A próxima jornada dos titãs do thrash metal pelo Brasil acontece neste mês, com datas em Brasília (28/04 – com o Kreator), Belo Horizonte (29/04) e São Paulo (30/04). São previstas ainda passagens por Peru, Equador, Chile, Uruguai, Argentina, Colômbia, Costa Rica, México (três apresentações) e El Salvador, todas junto ao Kreator.

Na capital paulista, a banda é uma das atrações da primeira edição do renomado festival alemão Summer Breeze no Brasil. O evento promete reunir atrações de diversas ramificações dentro da música pesada, buscando uma harmonia cada vez maior dentro do metal.

Primeira e próxima visitas

Antes de começarmos a falar sobre o Summer Breeze Brasil, em conversa exclusiva com o guitarrista e membro original do Testament, Eric Peterson, voltamos no passado para relembrar a primeira vinda deles ao nosso país:

“A primeira vez foi na época em que estávamos começando a nos aventurar. Tocávamos na América e na Europa o tempo todo, acho que era na época do nosso terceiro álbum [‘Practice What You Preach’]. Começamos a ir ao Japão, à América do Sul… lembro que a América do Sul era incrível, o melhor público! Toda a vibração do público lá embaixo era simplesmente insana, era inspirador. Nós amamos a América do Sul e eu gostaria de poder ir mais para lá.”

Mesmo tendo vindo seis vezes ao país, o Testament nunca integrou um festival da magnitude do Summer Breeze. Isso causa, obviamente, uma expectativa em Peterson:

“Acredito que o pessoal da Alemanha que está na direção escolheu a equipe de produção certa [para a versão brasileira]. Essa edição é mais voltada para o heavy metal, o rock and roll e o heavy rock. Então acho que vai ser ótimo, e claro, o Brasil adora esse tipo de música. Será incrível e estou feliz por sermos uma das bandas a ter essa oportunidade de tocar nesse festival pela primeira vez no Brasil.”

Sem lado B nos festivais

Pela América do Sul, o Testament estará no cast de dois festivais. Além do Summer Breeze, os americanos estão na escalação do The Metal Fest, tradicional evento chileno. Eric contou como será a preparação do repertório para esses compromissos:

“Já faz alguns anos que não vamos à América do Sul. Infelizmente, a pandemia somou mais alguns anos aí. Acho que vamos começar a ensaiar logo, mas provavelmente será como um ‘best of’. Nos festivais você tenta tocar mais músicas que são populares, em vez dos b-sides, aquelas que só os fãs mais loucos conhecem. Entretanto, não tenho problemas em tocar com nenhuma das músicas que fizemos. Somos muito exigentes quando compomos um disco, então acho que a banda ficaria feliz em tocar qualquer coisa, mas sim, haverá mais músicas populares, com algumas coisas tipo ‘Dog Face Gods’, ‘Fall of Sipledome’ ou ‘True American Hate’, podemos jogar umas coisas assim no meio. Talvez uma ‘Throne of Thorns’ ou algo assim”.

O próximo álbum do Testament

Sempre com a agenda lotada de shows e turnês, o Testament segue uma rotina incansável de trabalho, pois, além disso tudo, estão trabalhando no próximo álbum de estúdio. O sucessor de “Titans of Creation” (2020) será o primeiro desde a volta do baterista Dave Lombardo (ex-Slayer), que participou de “The Gathering” (1999).

Eric Peterson, porém, adianta que quem espera ouvir música nova do grupo em 2023 deve tirar o cavalinho da chuva.

“A gravação de um novo álbum durante este ano está em andamento. Será lançado este ano? Provavelmente não. Porque a direção das empresas em relação ao vinil… Bom, gostamos de ter tudo disponível de uma vez e o vinil leva quatro, cinco, seis, meses pra ficar pronto, eu acho. Então você tem que ter tudo pronto, mas sim, as músicas estão em andamento, musicalmente tudo está indo muito bem. Sim, vai rolar.”

A julgar pelo método de composição adotado, os fãs podem aguardar uma sequência lógica dos últimos registros de estúdio.

“Geralmente componho a maioria dos riffs e, a partir daí, mostro a todos as ideias e todos falam suas percepções, se gostam ou não. Tento transmitir meu ponto de vista sobre o que quero fazer, mas depois que vai para a banda, vira da banda e todo mundo coloca ideias. Acho que seguiremos com a fórmula que temos, em vez de entrar em uma sala dizendo: ‘tudo bem, pessoal, façam alguma coisa’. Já tentamos isso antes, como se todo mundo só fizesse uma jam [risos], mas é melhor quando você tem algum tipo de foco.”

Serviço – Testament no Brasil

O Testament se apresenta com o Kreator, em Brasília, no dia 28 de abril (clique aqui para ingressos). Um dia depois, realiza uma apresentação solo em Belo Horizonte (clique aqui para ingressos). No dia 30, é a vez do Summer Breeze Brasil, festival com tickets disponíveis para as duas datas (clique aqui para ingressos).

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Clovis Roman
Clovis Romanhttps://acessomusic.com.br/
Em 25 anos de carreira, o jornalista Clovis Roman cobriu e fotografou mais de mil shows pelo Brasil e exterior, assim como realizou centenas de entrevistas e resenhas de discos. Atuou na produção de shows e turnês – inclusive do Angra – em seus anos na produtora Top Link Music. Em 2017, fundou o Acesso Music, no qual atua como jornalista e assessor de imprensa. Em 2020, contribuiu na pesquisa e escrita do livro Andre Matos – O Maestro do Heavy Metal; e é autor do livro Andre Matos – A Obra, em parceria com Gustavo Maiato. Traduziu livros de bandas como Accept, Paradise Lost, Mortification e Iron Maiden; e revisou o relançamento de Sepultura – Os Primórdios, de André Barcinski. Escreveu apêndices para os livros O Reino Sangrento do Slayer, Death – A História de Chuck Schuldiner e a HQ Angra: Renascimento. Contribuiu, de maneira regular ou pontual, com veículos como Rolling Stone, 91Rock, Igor Miranda, Whiplash, Roadie Crew, Rock Brigade, Order News, 89 FM – A Rádio Rock, entre outros.

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